DESEJOS REPRIMIDOS RETORNAM EM SONHOS

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— Bom dia, Dona Arabela. Que bom revê-la! — disse o senhor Mena, gentil e sorridente.

— Bom dia. Digo o mesmo! — sorriu. — Presumo que veio ver sua esposa. Acertei?

Ele assentiu e aumentou o sorriso, movendo seus olhos em um ritmo lento e calmo.

— Sim. Estou trabalhando em um caso aqui perto, então resolvi passar por aqui para vê-la. Elisa não está se sentindo bem esse últimos dias. Talvez tenha pegado o resfriado que estava em mim na semana passada.

Viscenza analisava o comportamento daquele homem, permitindo um breve silêncio. Não é como se ela se sentisse amedrontada, mas sim incomodada. Sentia-se ridícula, pois julgou um ato de ciúme e imaturidade. Algo que não sentia há tempo em sua vida. Sim, ela se sentiu enciumada por aquele homem ser o esposo da mulher que ela desejava.

— Fique à vontade! Creio que a Dr. Falcão esteja em sua sala com a secretária. — pausou sua fala.

Foi nesse momento que se deu conta de que elas estavam lá há muito tempo, portanto, Elisa poderia ter contado algo à amiga, como de fato aconteceu.

Arabela comprimiu a boca, assentiu e deu um sorriso sem graça ao senhor Mena.

— A senhorita está bem? — questionou ele.

— Oh! Me desculpe. Sim, estou bem. Eu só estava pensando em algumas coisas.

— Sem problemas — sorriu. — Bem, não vou atrapalhar. Só quero dar uma olhadinha nela, pois saiu um pouco abatida de casa. Foi bom reencontrá-la, senhorita Viscenza.

— Igualmente, Aurélio.

Os dois se despediram amigavelmente. Ele volveu seu corpo rumo ao escritório de Elisa, deixando a Presidente o observando pelas costas. O encarou intensamente, mas sem sentir rivalidade. Arabela sabia que era um mundo tórrido e repleto de obstáculos. Será mesmo que valeria a pena tanto sacrifício e estresse por uma mulher proibida em sua vida?

Na sala da Diretora, ambas davam as últimas palavras, quando Núbia comentou algo que deixou Elisa tão desconsertada e com a face corada:

— Está bem, vamos aos trabalhos. Se precisar de mim não hesite em me chamar, está bem? Ah, e mais uma coisa! Está sujinho aqui — disse ela, sorrindo e apontando para os lábios de Elisa, os quais estavam manchados pelo batom vermelho de Arabela.

Falcão levou os dedos até a boca e virou seu corpo entrando no banheiro. Constatou que não só aquela região tinha aquela cor forte, mas também o queixo e o pescoço. Mal sabia explicar como aquelas partes estavam naquela situação.

Núbia riu e observou a amiga limpar seu rosto, desesperada. Ao deixar o banheiro, Elisa enxergou a forma como a moça sorria e se divertia com o seu infortúnio.

— Núbia, pelo amor de Deus, não cont...

De repente, seus olhos se arregalaram e a face, que antes era corada, agora estava pálida, revelando que diante dos seus olhos havia algo que a surpreendeu. Viu Aurélio naquele vidro enorme, sorrindo e acenando a ela. A mulher quase desmaiou com a forma como o seu coração reagiu à presença.

A secretária estranhou a pausa abrupta da chefe e acompanhou seu olhar, enxergando o homem. Sua reação não foi diferente, mas para ela era tão fácil que nem sentia desespero, mas quando olhou novamente para Elisa, viu o quão nervosa ela estava.

Elisa proibidaOnde histórias criam vida. Descubra agora