1 - Um erro

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Olá, sejam bem-vindos a esse Romance!
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❄️❄️❄️
Ana Jully Meireles 

Olho no espelho pela terceira vez, numa ansiedade absurda. Nunca fui vaidosa, entendo pouco de maquiagem e moda, e com a correria do dia a dia quase não tenho tempo para isso, mas confesso que sinto vontade de mudar um pouco, talvez minha autoestima melhore.

Situações como esta (a de hoje) me deixam um pouco perdida. Nicolas, meu amigo de trabalho, acaba de me enviar uma mensagem dizendo que está a caminho. Faz alguns dias que estou revisando sua tese de mestrado, e segundo ele, precisamos discutir sobre isso, hoje. Depois que ele e Laura romperam, ficamos mais próximos, e mesmo minha amiga Lili insistindo que é fruto da minha imaginação, às vezes sinto que ele me paquera. Talvez esteja certa, Nicolas sempre esteve ocupado com todas as mulheres que se lançam aos seus pés para me notar. Não posso negar que me sinto muito atraída por ele, afinal, se tratando de um homem charmoso, fica difícil não ter nenhum tipo de interesse. É do tipo alto, forte, pratica vários esportes como hobby e se sobressai em quase todas as modalidades. Sua pele negra tem um contraste incrível com seus olhos verdes e cabelos levemente encaracolados. Porém, mesmo que por alguma conspiração do universo ele se interessasse por mim, não sei se estou preparada para ter qualquer tipo de relacionamento, mesmo casual.

A campainha toca e meu coração se agita. Coloco meus óculos na gaveta e solto o cabelo que está abaixo dos ombros, tentando ser um pouco menos nerd e mais atraente, mas confesso que não me convenço. No entanto, não tenho muito tempo, sigo até a porta e abro.

— Oi, Jully.

Odeio meu nome, Ana Jully, mas quando Nicolas me chama assim, é estranho não me sentir incomodada. Talvez eu esteja mesmo atraída por ele. Como agora que fico sem fôlego por Nícolas estar tão lindo usando apenas uma calça jeans e camisa polo, bem diferente das roupas sociais do trabalho.

— O...oi... — respondo com dificuldade, ainda nervosa.

Ele passa por mim bastante à vontade para entrar em meu apartamento, e sinto o cheiro de álcool nele, certamente havia bebido, aliás, ele faz isso com frequência. Então noto que trouxe uma garrafa de vinho e a coloco na mesa. Ainda analisa cada parte do meu apartamento, fico vermelha de vergonha, está tudo fora do lugar, o que é normal, sou muito desorganizada. O computador está aberto e as cópias de sua tese estão espalhadas pelos cantos.

— Vejo que tem trabalhado bastante — ele diz.

Fecho a porta e sigo até ele, sentindo uma estranha sensação. Há um formigamento na minha barriga, uma ansiedade absurda por algo que nem eu sei o que é. Estou parada bem às suas costas e de repente Nícolas se vira, ficando a milímetros de mim, nossos rostos quase se tocam.

— Você fica linda sem os óculos — sua voz sai rouca e sedutora.

Sinto seu hálito, de Whisky, e vodca. Fico muito nervosa com suas palavras e tento me esquivar, mas ele me segura pelo antebraço.

— Jully...

Eu conheço esse olhar, acho que o universo resolveu conspirar, ou Nícolas realmente não sabe o que está fazendo por causa da bebedeira.

Quando suas mãos tocam minha cintura, aquele frio que até então era apenas na barriga passeia por cada veia do meu corpo. Suas mãos vão subindo devagar e é impossível não ficar tensa. A ideia de ser tocada me apavorava, mas após anos de terapia, talvez não seja tão ruim assim. Na verdade, eu poderia muito aproveitar este momento para descobrir, e quando Nicolas me beija, me perco em sua boca, seu beijo é possessivo e urgente, e é bom à medida que vou relaxando.

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