12- Sol

500 65 33
                                    

Paro o carro na entrada do condomínio, há uma enorme fila de veículos para entrar. Aguardo a chegada de Lili do outro lado da rua. Enquanto esperamos, Marco pede para colocar música. Fico curiosa para saber o que ele vai escolher. Logo, o som de Jota Quest-"Sol" invade meu carro.

Imediatamente, aumento o volume e canto junto.

Jota Quest - O sol.

Ei, dor!

Eu não te escuto mais.

Você não me leva a nada.

Ei, medo!

Eu não te escuto mais.

Você não me leva a nada.

Noto que Marco não para de me olhar, e para minha surpresa, canta o refrão comigo:

E se quiser saber

Pra onde eu vou

Pra onde tenha sol

É pra lá que eu vou

Quando a música termina, estamos completamente à vontade entre sorrisos e alegria.

— Amo, Jota Quest — falo eufórica, ainda recuperando o fôlego.

— Escolhi, pois você disse que gosta deles, achei perfeito, confesso que também curto.

— Minha favorita é só hoje!

— Hum — ele resmunga, para minha surpresa, começa a cantar : — Hoje, preciso de você, com qualquer humor, com qualquer sorriso... — Marco olha em meus olhos enquanto canta, sua voz é rouca e sedutora — ... Hoje, só tua presença vai me deixar feliz... Só hoje.

Fico completamente perdida com seus olhos sobre os meus, me observando de forma tão profunda.

O clima entre nós muda.

Ele repete a última frase da música sem nenhuma melodia, enquanto sinto sua mão vir em minha direção.

— Só ... Hoje... — sussurra com sua voz rouca.

Estou novamente com a boca seca, Marco consegue ser sedutor ao extremo com esse olhar sobre mim. 

Ele se aproxima mais um pouco e, sem perder o nosso contato visual, coloca sua mão em uma mecha do meu cabelo e coloca atrás da minha orelha. Estamos tão próximos que sinto seu hálito, meu coração bate em um ritmo descompassado, minha respiração se acelera, desejo ser beijada por esse homem, seria capaz de implorar por isso.

Solto o meu cinto.

— Ana...

Fecho os olhos completamente, sem forças, quando percebo o que ele vai fazer. De repente, Marco toca seus lábios nos meus, ele é lento e delicado, sua boca percorre toda a extensão dos meus lábios suavemente, sua mão em minha nuca aperta meus cabelos de forma gentil. Sinto meu sangue correr de forma intensa em cada parte das minhas veias. Abro minha boca devagar, no mesmo ritmo que ele, não quero parecer desesperada. Sua barba toca minha pele de forma gostosa. Quando sua língua começa a explorar minha boca, perco todo o autocontrole. Poderia fazer isso a noite toda, no entanto, Marco faz uma pausa ainda parado em meus lábios.

— Me perdoe por isso... E por isso também... 

— Marco...

Respiro rápido, tentando me recompor. No entanto, antes que qualquer eu fale, ele toma meus lábios novamente como se fosse algo incontrolável. Sua boca abre e fecha no mesmo ritmo que a minha, sinto a barba novamente, nossas línguas dançam em um passo sincronizado, entrando e saindo. Sua mão segura minha cintura firme, como se não desejasse me perder, me entrego ao seu beijo deliciosamente, úmido e intenso. Aos poucos, ele diminuiu o ritmo, enquanto nossos corpos se aquietam. Quando Marco se afasta novamente, respiro fundo, me recompondo.

O INVERNO ME TROUXE VOCÊ Onde histórias criam vida. Descubra agora