Meu querido chefe #Beauany

CAPÍTULO 7 - PERDIDOS?

ANY'S POV

- Não, não pode ser, ele só deve ter se atrasado, daqui a pouco ele está aqui, certeza.
Digo aquilo já nervosa e apreensiva, e se tivessem mesmo nos esquecido aqui?
Tudo bem que eu sempre acampava com o meu pai quando era criança e que eu aprendi algumas coisas que me ajudariam a sobreviver um dia na mata, ou melhor em uma ilha deserta, mas mesmo assim, eu estava com medo que isso pudesse realmente ser verdade e que a gente tivesse que passar a noite aqui.
Saio dos meus pensamentos quando escuto a voz do Josh.
- Eu to achando que nos esqueceram aqui, já faz mais de uma hora que eram pra ter vindo nos buscar e até agora nada. Acho que deveríamos pensar em alguma coisa se realmente tivermos que passar a noite aqui.
- Eu sei fazer uma fogueira e a gente poderia tentar fazer uma cabana com folhas de palmeira ou sei lá. Sempre fazem essas coisas em filmes, não deve ser tão difícil né?
- Não sei, nunca tentei fazer uma cabana com folhas de palmeira e galhos de árvores, então não faço a mínima idéia, e como você sabe fazer uma fogueira?
- Eu aprendi quando acampava com o meu pai ele me ensinou algumas coisas. Eram os nossos momentos juntos, sinto saudades dele todos os dias, dele e da minha mãe, eles foram as melhores pessoas que eu conheci.
- Você nunca fala sobre os seus pais, o que aconteceu com eles?
- Eles morreram em um acidente de carro a muito tempo, eu só não gosto muito de falar sobre isso, eu não gosto de pensar no que aconteceu, só é difícil lembrar de tudo, entende?
- Entendo, também é difícil falar sobre a morte da minha mãe e como tudo aconteceu, então você não precisa falar sobre os seus pais se não quiser, eu sei como é difícil falar essas coisas. Pelo menos você teve momentos felizes com o seu pai, as minhas memórias boas com o meu  foram apagadas pelas ruins.
- Eu não sabia que você tinha problemas com o seu pai, sempre que vi vocês juntos na empresa, vocês pareciam se dar bem.
- Ele fica tentando mostrar que tem a família perfeita, mas não é bem assim, meu pai já fez muito mal pra mim e pra minha mãe, eu o culpo pela morte dela, depois disso nosso relacionamento nunca mais foi mesmo e dúvido que um dia volta a ser.
- Agora eu to curiosa pra saber o que aconteceu. Talvez um dia você me conte essa história?
- É, talvez.
Não sabia que Josh Beachump tinha problemas com o pai, achei que ele era só mais um metidinho de merda que não ligava pra ninguém. O relacionamento deles parecia ser tão bom na empresa, mas parece que não é bem assim.
Sempre vi o Josh como uma pessoa sem sentimentos que só sabe se importar com ele mesmo e que não liga muito pras outras pessoas e que só sabe me dar tarefas e mais tarefas. Quem sabe ele também tenha um coração? Talvez ter ficado presa aqui com ele não seja tão ruim, talvez eu possa descobrir mais sobre esse homem na minha frente.

QUEBRA DE TEMPO

É, parece que realmente fomos esquecidos aqui já escureceu a cerca de uma hora, eu consegui fazer uma fogueira com algumas coisas que encontrei aqui, claro que eu fiz o Josh ir buscar alguns galhos na mata porque eu já estava tentando fazer o fogo, ele que buscasse os galhos ué, e claro que ele ficou reclamando coisas do tipo: "E se eu encontrar com algum animal selvagem?", "E se eu for morto por um leão ou um tigre? Eu sou lindo de mais pra morrer".
Af ninguém merece, eu falei que aqui não tem tigres nem leões, mas não adiantou nada, ele continuou reclamando, quase que eu mesmo mato ele, mas ele buscou os galhos mesmo assim e eu consegui fazer a merda da fogueira sem tacar ele nela depois.
Agora estamos aqui tentando fazer uma cabana para passar a noite, no caso ele ta tentando contruir ela com alguns galhos maiores, troncos e algumas folhas de palmeira que ele encontrou na mata, mas não é tão fácil como os filmes mostram, na verdade está sendo um belo desastre.
E eu to aqui tentando preparar alguma coisa para comer com algumas frutas que a gente encontrou e com algumas coisas que a gente trouxe, porque eu não seria uma boa brasileira se não fosse para praia com uma caixa de isopor com bebidas e algumas comidas dentro.
A gente trouxe alguns refrigerantes porque não queríamos beber e trouxemos alguns amendoins e salgadinhos porque a gente já tinha comido algumas coisas nas barracas quando estávamos na praia e quando a gente voltasse pro hotel a gente jantaria, daria tudo para estar no hotel agora quentinha e protegida comendo uma comida boa, mas como o universo deve me odiar e adorar tirar uma com a minha cara eu to presa em uma ilha com o meu chefe bonitão e para ajudar parece que vai chover.
Eu mereço em.
Eu devo ter tacado pedra na cruz, só pode.
Talvez eu esteja exagerando um pouco porque a ilha não é tão grande e acho que nem tem animais perigosos porque muitos turistas vem para cá, embora agora ela estivesse deserta, é aquele tipo de ilha que você só consegue entrar ou sair dela de barco e que se você quiser comer, você que tem que levar suas coisas, mas exagerando ou não eu estou me sentindo em um daqueles filmes de aventura que o povo tenta sobreviver na mata e passa por vários perigos, só espero não encontrar nenhum perigo, já tive aventuras de mais hoje.
Olho pro Josh e vejo que ele ainda ta tentando contruir uma cabana, mas bem nessa hora os galhos que ele colocou um em cima do outro caem bem na cabeça dele e eu começo a rir igual uma retardada.
Eu sou bem dessas que ao invés de ajudar a pessoa quando ela faz merda eu fico rindo sem parar até não aguentar mais.
Fico lá rindo até minha barriga doer e quando vejo, Josh já saiu de baixo dos troncos e tá me olhando com uma cara feia.
- Não teve graça.
- Ah é? Fala isso para a sua cara hilária quando sua maravilhosa cabana caiu na sua cabeça. Aliás bom trabalho ficou ótimo a cabana vai dar pra passar a noite direitinho só espero que ela não caia na nossa cabeça e nos mate.
Digo aquilo já voltando a rir.
- Nossa comediante ela. Eu devo ser só um metidinho de merda mesmo, que não sabe fazer nada sem o papai.
Quando ele fala isso eu paro de rir na hora, como ele sabe que eu chamei ele de metidinho de merda? No dia que a gente se conheceu quando ele fez aquele showzinho ridículo sobre me mandar embora por derrubar café na sua blusa eu chamei ele de metidinho de merda, mas eu falei isso em português não era pra ele saber o significado.
- Como você sabe disso?
Olho pra ele assustada.
-  Existe Google tradutor sabia? Quando você me falou aquilo eu queria saber o que era, sabia que você tinha me xingando em outra língua, só não sabia que língua era essa e nem o que você tinha falado significava, mas assim que meu pai falou que você era brasileira e que eu descobri que você tinha falado português eu decidi procurar o significado e descobri que você me acha um metidinho de merda.
- Isso já faz tempo, foi quando a gente se conheceu e você fez aquele showzinho ridículo sobre me mandar embora, eu estava com raiva de você, ainda te acho acho arrogante e as vezes insuportável e eu quase sempre tento vontade de te matar, mas não te acho mais um metidinho de merda que fica dependendo do papai pra viver.
- Nossa, muito obrigado, to me sentindo muito melhor agora suas palavra, tocaram meu coração.
- Parece que temos outro comediante por aqui.
- Mas talvez você esteja certa, talvez eu seja um metidinho de merda mesmo que não sabe nem construir uma cabana.
- Deixa eu te ajudar.
Construímos uma cabana, ou melhor, tentamos né, o máximo que conseguimos fazer foi juntar quatro troncos de atravessado com alguns folhas de palmeira em cima, não ficou lá o castelo da  Inglaterra, mas foi a máximo que a gente consegui fazer.
- Olha, até que pra um metidinho de merda a cabana ficou boa.
- É, achei que ia ficar pior, mas veja pelo lado bom, não da pra piorar.
Quando ele fala isso um relâmpago corta o céu indicando que vai chover.
- Mas você tinha que abrir essa boca mesmo em.
Acabo de cortar as frutas que encontramos e comemos elas e depois os salgadinhos e deixamos os amendoins caso a gente sinta fome depois.
Salgadinho com frutas, melhor combinação impossível né?
Mas era o que tinha e do jeito que eu tava com fome eu comia até pedra.
Comemos e fomos para a cabana tentar dormir um pouco, mas como nada é justo e sempre da pras coisas ficarem pior do que já estão, começou a chover muito forte, achei que o mundo ia acabar aqui, tava com medo de levar um raio na cabeça ou sei lá, e por incrível que pareça a nossa maravilhosa cabana não desabou sobre a nossa cabeça, mas também não ajudou muito já que a água passou pelas folhas de bananeira e nos molhou inteiros.
Estávamos molhados e com frio, mas não tínhamos muito o que fazer a não ser esperar a chuva passar, e parece que não vai passar tão cedo.

QUEBRA DE TEMPO

Acordo e vejo que tem alguém me abraçando por trás e quando olho vejo ser Josh, e pior, ele estava só de sunga enquanto eu estava de calcinha e sutiã. O que que aconteceu aqui?
Começo a me lembrar do que aconteceu ontem depois da chuva que durou horas, nós tentamos reacender a fogueira que tinha apagado por causa da chuva e depois de muito tentar a gente consegui.
Depois decidimos tirar as nossas roupas molhadas e colocar elas perto do fogo pra ver se elas secavam um pouco.
Por sorte eu tinha trazido uma bolsa com uma peça de roupa íntima com um short e uma blusa porque eu sou prevenida, sempre saio com uma bolsa e com uma peça de roupa, vai que eu precise.
Mas como o universo deve me odiar mesmo, a blusa e o short molharam mesmo estando dentro da bolsa e a única coisa que permaneceu seca foi minha roupa íntima então decidi trocar meu biquíni molhado porque era melhor ficar de roupa íntima só que seca do que ficar com o biquíni molhado, então eu fui pra um lugar mais afastado e me troquei, eu estava morrendo de medo, mas fui mesmo assim, depois coloquei o meu biquíni pra secar junto com as outras roupas.
Já o Josh não teve a mesma sorte e teve que ficar com a sua sunga molhada mesmo.
Quem manda não ser prevenido que nem eu?
Depois disso nós fomos tentar dormir um pouco ai ele disse que seria melhor nos abraçarmos porque o calor dos nossos corpos nos manteria aquecidos, eu reclamei é claro e disse que eu estava muito bem do jeito que eu estava, mas eu estava com tanto frio que acabei aceitando.
Foi estranho dormir abraçada com ele, mas eu me senti mais segura e protegida de alguma forma.
Tento sair de perto dele sem acorda-ló, mas não da muito certo e ele acaba acordando, no começo olha um pouco confuso para mim como se tivesse tentando lembrar do que aconteceu, mas parece que ele se lembra e a expressão do seu rosto se suaviza.
Decidimos comer o amendoim que não tínhamos comido antes, melhor café da manhã, amendoim com refrigerante.
Depois de comer fomos ver se nossas roupas já estavam secas e com a graça de Deus estavam, então nos vestimos e ficamos lá esperando, ficamos conversando sobre coisas aleatórias como nossos filmes favoritos, descobri que ele prefere filmes de aventura enquanto eu prefiro filmes de romance.
Ficamos assim por um tempo jogando conversa fora e tentando se distrair quando vemos um barco vindo na direção da ilha para nos buscar. Graças a Deus, não queria passar mais uma noite se quer aqui, fora que a nossa comida acabou.
Quando o barco para na frente da ilha pegamos nossas coisas e vamos embora.
Se me contassem a seis meses que eu ia ficar presa em uma ilha deserta junto com o meu chefe e que eu teria que domir de conchinha com ele e que a gente teria uma conversa agradável sem se matar eu diria que a pessoa é louca.
Mas agora estamos indo embora, ainda bem, essa foi uma das coisas mais loucas que aconteceu comigo, quero só ver quando eu contar para as meninas o que aconteceu nessa viagem, elas não vão acreditar, nem eu mesma acreditaria.