JOSH'S POV
Ontem com certeza foi um dos dias mais loucos da minha vida.
Eu passei a noite em uma ilha deserta com Any e ainda dormi abraçado com ela, e por incrível que pareça ela não me jogou no mar ou tentou me afogar.
Foi estranho tudo que aconteceu, mas acho que também foi bom, conseguimos ter uma conversa agradável, e eu vi um outro lado dela, um lado que não quer me xingar toda hora ou que me odeia como na empresa, e eu particularmente prefiro esse lado, não sei porque eu implicava tanto com ela.
Agora estamos voltando para o hotel, ficamos sabendo que o barco não foi nos buscar pois do outro lado da ilha teve uma tempestade que fez o barco virar no meio do caminho, mas por sorte ninguém se machuco e eles decidiram esperar a chuva passar e o mar se acalmar, o que demorou um pouco já que choveu muito, então decidiram nos buscar somente no outro dia.
Agora estamos almoçando já que quando voltamos da ilha já era mais de 12:00.
Queríamos tomar um banho e dormir, mas a fome foi tanta que decidimos comer primeiro, afinal a comida da ilha não foi a melhor de todas.
Reparo em Any enquanto come, e ela está tão concentrada na comida que nem percebe, vejo o quanto ela é bonita mesmo assim sem maquiagem e ainda descabelada, com certeza uma das mulheres mais bonitas que eu já vi, o homem que tiver seu coração será um homem de sorte.
Será que ela tem namorado e nunca falou nada? Acho que não, afinal ela nunca mencionou nenhum namorado e já vi ela conversar e até sair com alguns homens, mas será que ela já se apaixonou perdidamente um dia?
Aquele amor em que tudo o que você mais quer é passar o resto da vida com a pessoa que ama, formar uma família e tentar ser feliz?
Aquele amor que faz você perder os sentidos e imaginar como seria bom ficar assim para sempre, como se tudo fosse um sonho?
Eu falo como se já tivesse me apaixonando perdidamente algum dia, e a verdade é que já, já me apaixonei por uma pessoa a ponto de querer passar o resto da vida do lado dela, mas ela não queria o mesmo, ao invés disso me trocou pelo meu irmão sem pensar duas vezes.
O nome dela é Bianca, eu conheci ela no primeiro ano de faculdade, tínhamos amigos em comum.
No começo éramos só amigos, mas logo surgiu algo a mais.
Eu me apaixonei por ela e por seu jeito de ser, eu achava que ela sentia o mesmo, ela parecia feliz quando estava comigo, mas não era verdade.
Nós ficamos dois anos juntos, faltava somente um ano para eu terminar a faculdade, e quando eu terminasse eu ia pedir ela em casamento, já pensava no nosso futuro juntos, eu tinha feito até planos.
Sei que parecia bobo e muito precipitado, mas tudo que eu queria era ficar com ela, não me importava com a opinião dos outros, ela era a primeira menina por quem eu tinha me apaixonado e eu entreguei meu coração pra ela, e ela decidiu pisar e até hoje eu tento juntar os pedaços.
Ela era mais nova que eu, por dois anos, mas eu nunca liguei pra isso.
Quando faltava um mês para eu concluir o terceiro ano da faculdade ela me procurou e disse que não queria mais tentar e que aquilo não ia dar certo, ela falou que queria se relacionar com alguém da mesma idade que ela e que esse alguém não era eu.
Eu tentei insistir, dizer que a gente podia tentar resolver o que quer que fosse e disse que eu a amava, ainda lembro das suas palavras.
- Amor é uma palavra muito forte, eu gostava de você, mas não sinto mais nada, é uma pena, mas é isso, temos que seguir em frente.
Aquelas palavras foram como tiros no meu coração. Como que dois anos são apagados assim do nada?
Uma hora ela gosta de mim e outra hora já me esqueceu?
Depois disso eu decidir fazer faculdade em outro lugar.
Pedi transferência e fui para o Canadá, minha mãe e eu tínhamos nascido lá e era bom me sentir em casa.
Terminei a faculdade e voltei pra casa para ver como estava todo mundo, eu queria fazer uma surpresa, mas quem teve uma surpresa fui eu.
Cheguei em casa e peguei Bianca e meu irmão mais novo Noah aos beijos na sala.
Noah não é de fato meu irmão.
Depois que minha mãe morreu, meu pai se casou de novo quando eu tinha oito anos.
No começo eu e ele nos dávamos bem, mas com o tempo isso mudou.
Meu pai parecia gostar de tudo que ele fazia, e qualquer coisa errada que acontecia a culpa sempre vinha nas minhas costas, por mais que eu não tivesse culpa.
Eu tentava entender o porquê, afinal eu era de fato o filho dele, mas parece que era do Noah que ele mais gostava.
Com o tempo o Noah pareceu querer tudo que eu tinha, parecia que ele invejava as coisas que eu conquistava e parecia que ele queria roubar o meu pai de mim.
Mas é claro, quando eu fui falar com o meu pai, ele disse que isso era besteira minha e que o Noah era incrível, disse que eu deveria ser mais como ele.
Depois disso eu decidi me fechar, parecia que ninguém me entendia em casa e que ninguém me queria lá. Eu sentia que não era mais eu mesmo.
Mas quando eu conheci ela tudo mudou, eu finalmente podia me abrir com alguém e me sentir eu mesmo.
Ver ela na sala da minha antiga casa aos beijos com o meu irmão foi demais para mim.
Eu lembro que sai correndo pelo jardim e eles vieram atrás de mim.
Ela disse que não queria, mas que acabou acontecendo, que ele era da mesma idade que ela e que eles se davam bem.
Ela disse que o amava, coisa que ela nunca tinha dito pra mim.
E lá estava mais uma vez o Noah ficando com o que era meu.
A raiva que eu tive foi tanta que eu parti para cima dele e começamos a brigar, só parei quando meu pai o tirou de cima de mim.
Depois prometi a mim mesmo que não voltaria mais lá, e isso já faz mais de dois anos.
A única pessoa que eu de fato sinto saudade é da Úrsula, ela é minha madrasta, a mãe do Noah.
Ela nunca tomou o lugar da minha mãe, embora eu permita que ela me chame de filho mas eu não consigo chama-lá de mãe, embora eu sinta como se ela fosse uma.
Quando ela chegou eu achei que eu iria odia-lá e que ela queria tomar o lugar da minha mãe, mas pelo contrário ela sempre me lembrou da minha mãe e ela sempre dizia que ela estaria orgulhosa de mim.
Úrsula sempre me tratou com respeito e sempre me entendeu e me defendeu.
Mas acho que é difícil para ela ver minha briga com Noah.
Ela viu o quanto eu sofri quando terminei com Bianca e ela me apoiou quando eu disse que queria ir embora.
Quando eu vi os dois se beijando ela disse que entendia minha dor e que queria ter me contado antes que eles estavam juntos, mas tinha medo de perder o Noah também e eu acho que entendo ela.
Na época fiquei com raiva dela, mas depois vi que não tinha o porquê e que mesmo eu não sendo o seu filho ela me amava.
Ela tentou me fazer voltar para casa depois da briga, mas eu prometi a mim mesmo que não voltaria para lá, mas decidi ficar no país até o dia que meu pai me chamou pedindo que eu assumisse o seu lugar na empresa da família.
Eu sabia que ele iria querer isso, afinal eu sou o mais velho e o mais responsável para tomar frente nos negócios da família.
Depois de algum tempo eu conversei com alguns velhos amigos e descobri que o Noah e a Bianca começaram a ficar só dois meses depois que a gente terminou.
Como ela pode superar tudo tão rápido?
Depois decidi que eu ia esquecer ela a todo custo, porque mesmo depois de tudo eu ainda a amava, e mesmo agora depois de anos eu ainda sinto o mesmo.
Mas decidi que nunca mais amaria ninguém e por isso decidi ser o cara pegador que todas querem. Sabe aquela ditado: "Pegue mas não se apegue" ?, era isso que eu fazia desde então.
Por isso eu sempre tentava afastar todas as mulheres que queriam um compromisso mais sério, e todo e qualquer sentimento que eu poderia ter por uma delas.
Pode parecer insensível, mas para mim é melhor assim.
Percebo que a Any está me olhando com uma cara confusa.
Fiquei tão perdido em meus pensamentos e sentimentos que nem reparei que ainda estava olhando fixo para ela.
Não sei a quanto tempo estou assim, mas a Any já terminou de comer e continua me olhando.
- Desculpa eu tava só pensando. A quanto tempo eu estou assim?
- Não sei, só reparei a alguns minutos, mas você parecia estar em outro mundo então resolvi não falar nada.
- De fato eu estava em outro mundo. Mas eu to muito cansado, acho que deveríamos tomar um banho, temos duas horas até o horário do vôo, o jeito vai ser dormir no avião mesmo.
Antes que pudéssemos nos levantar e ir para os nossos quartos o meu celular toca.
Quando vou atender vejo ser a Úrsula, ela nunca me liga então deve ter acontecido algo sério. Decido atender logo e saber o porquê de ter me ligado.
- Alô? Meu filho?
Sorrio com isso, mas meu sorriso morre assim que percebo que ela está chorando.
- Alô! Úrsula tudo bem? O que aconteceu?
- Seu pai meu filho. Ele estava voltando para casa quando foi assaltado mas ele tentou reagir e levou um tiro, ele está muito mal. Os médicos disseram que é serio e que ele pode ter sequelas graves e que pode não sobreviver. Ele pediu que eu telefonasse, ele disse que quer te ver nem que seja uma última vez, você pode vir?
Meu pai tinha acabado de levar um tiro?
Eu não tinha lá a melhor relação com ele, mas ele ainda era o meu pai e apesar de tudo eu ainda o amava e não queria que nada de ruim acontecesse com ele.
- É claro que posso. Pego o próximo vôo, amanhã estou ai.
Desligo e olho para Any e vejo que está curiosa.
- Era minha madrasta, meu pai levou um tiro e está muito mal. Eu preciso ir visita-ló. Vou ter que pegar outro vôo, mas se quiser pode ir nesse mesmo não precisa vir comigo.
- Não, eu gostaria de ir. Ele me ajudou muito quando eu cheguei aqui, foi a única pessoa que me deu um emprego e uma oportunidade de mudar de vida. Teria problema se eu fosse junto?
- Nenhum, acho que seria bom ter uma companhia porque voltar para casa não vai ser fácil. Vou ver quando é o próximo vôo já que minha antiga casa não fica na mesma cidade onde moramos, é uma cidade do outro lado do país. Então talvez demore um pouco, acho que da tempo de descansar.
- Mas como seu pai trabalhava em uma cidade morando em outra do outro lado do país?
- Ele voltava para casa todos os fins de semana com o seu jatinho particular. Seria mais fácil se tivesse se mudado, mas ele ama a casa que tem meio afastada da cidade e de tudo. E tenho certeza que Úrsula não quis se mudar para cá.
- Não acredito que vou conhecer sua casa e sua família.
- É, nem eu.
De fato eu não acreditava. Prometi a mim mesmo que nunca voltaria para aquele lugar, e lá estava eu, pegando um avião direto para lá.
Veria todos novamente, até Noah e Bianca.
Será que eles continuavam juntos? E pior, será que estavam felizes?
Uma felicidade que eu nunca fui capaz de ter.☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆
Oi gente, tudo bem?
Só queríamos avisar que decidimos mudar a rotina dos capítulos.
A partir de agora vão ter 5 capítulos por mês.
3 capítulos nas primeiras 3 semanas do mês, ou seja, um capítulo por semana.
Já na última semana do mês vão ter 2 capítulos.
Estamos tentando fazer com que vocês tenham mais capítulos para ler de um jeito que não nos atrapalhe com nossas outras obrigações.
Não se esqueçam de curtir e comentar o que estão achando.
Obrigada😊
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Meu querido chefe #Beauany
Fiksi PenggemarAny era uma mulher de 20 anos doce e inocente mas algumas coisas acontecem e fazem ela mudar esse seu jeito de ser. Josh era um homem de 22 anos que acabara de assumir a liderança da empresa de seu pai. Seus caminhos se cruzam e coisas inexplicávei...