Repair - serie vidas - livro 1 [ CONCLUIDO ] -

6.

Acordei na manhã seguinte ainda abraçada a meu irmão, podia sentir seu pequeno corpo aconchegado ao meu e sua respiração tranquila bater contra meu peito. Meu despertador tocava irritantemente me dizendo que tinha que levantar e ir á escola. Não queria ir, mas tinha prometido a Suely que retomaria a minha vida normal.

Desliguei o alarme e com muito custo me levantei sem fazer muito barulho, por mais que meu irmão fosse acordar daqui a pouco, não gostaria de tira-lo da cama ainda. Senti o ar frio da manhã me dar bom dia, sabia que hoje não seria um dia quente, caminhei sem pressa até meu banheiro, tirei o pijama quente e entrei no banho, lavei os cabelos sentindo um sentimento nostálgico, sempre que tocava ou o olhava, me entristecia por lembrar que logo ele não estará mais na minha cabeça.

Não podia demorar no banho, sai logo de baixo do chuveiro e de sua água quentinha e segui até a pia para escovar os dentes e pentear o cabelo. Me olhei no espelho e acabei decidindo que não passaria maquiagem, não sentia animo algum para isso. Voltei ao quarto e meu irmão continuava dormindo, agora tomando todo o espaço da cama. Sorri o vendo dormir, criancinha espaçosa.

Voltei minha atenção ao guarda roupa, peguei uma calça jeans escura uma camiseta de manga cumprida branca e uma blusa de frio que mais parecida uma camisa de flanela xadrez na cor vermelha, peguei meus coturnos de couro, amava esse estilo meio roqueiro, combinava perfeitamente com meu carro. Depois de me vestir, dei um beijo em Lucca que continuava adormecido e desci para comer alguma coisa.

Enquanto descia as escadas o cheiro de café da manhã invadia meu nariz, fez meu estomago ter algum tipo de reação, era como se ele falasse "FOME, ME ALIMENTE" chegando na cozinha minha mãe estava de costas para a entrada fazendo o café da manhã e Jack estava concentrado lendo o jornal e tomando sua xicara de chá, não me notaram na porta .

- Bom dia Família! – Falei pegando os dois de surpresa. Tentei soar a mais animada possível, mesmo que não estivesse com tanta animação.

Ambos me olharam surpresos, não estavam esperando me ver. Acho que nem eu estava acreditando que estava retornando a minha rotina.

- Bom dia minha filha! Minha mãe foi a primeira a se recuperar e falar alguma coisa. Sua voz era doce e transmitia calma.
- Bom dia Enn. – Jack falou sorridente e já recuperado.
- Você está se sentindo melhor? Perguntou com ternura.
- Estou sim Jack! Obrigado por perguntar. O respondi sorridente.
- O que temos para o café mãe?
- Adivinhe! Panquecas e chá de camomila, você vai comer?
- Vou mãe! Obrigado.

Esperei minha mãe me servir e assim que o fez comi em silencio. Não gostava de falar enquanto comia, sempre achei que a hora de comer era um momento que não deve ser interrompido. Logo que terminei Jack tirou meu prado e o colocou na lava louças.

- Você, está mesmo bem Enn? Ele me perguntou, seu tom de voz me dizia que ele estava preocupado.
- Estou sim Jack, vou passar por mais essa de cabeça em pé. – o respondi convicta.
- É assim que se fala minha pequena. – se aproximou de mim e me abraçou.

Era um abraço que emanava muito carinho, sentia todo o amor que ele transmitia enquanto me abraçava, Jack sem a menor sombra de dúvida era um verdadeiro pai para mim, não conseguia o chamar de pai, achava que ofendia a memoria do meu pai falecido, mas o amava como tal.

Ainda abraçada a Jack, pude sentir mais um corpo me abraçar, era minha mãe que pude notar mesmo de relance que estava muito emocionada com a cena.
- Quis participar desse momento, Não me julguem! – disse ela enquanto continuava a nos abraçar.
- Mão, você é mais que bem vida a esse momento. – acabei me emocionado também, sentir todo o amor que eles tinham por mim era maravilhoso, esses pequenos gestos de família, aquecia o meu coração, me dava força, sentia que podia vencer o mundo desde que eles estivessem ao meu lado.
- Sabe família, eu amo esses momentos que nos temos, mas eu tenho que ir pra escola e vocês dois trabalhar. – falei com humor, limpado as lágrimas que tinham caído sem a minha permissão.

- Tudo bem! Estraga prazeres!- disse um Jack bem humorado.
- Antes que eu me esqueça, o Lucca dormiu comigo essa noite.
- Esse menino travesso te acordou de madrugada? Perguntou minha mãe indignada com a mão na cintura.
- Não, ele me pediu para dormir comigo e eu deixei. – não pude deixar de sorrir ao me lembrar da nossa conversa.
- Julia, deixa que eu vou acordar as ferinhas dessa vez.- ao dizer isso Jack se levantou e saiu da cozinha.

- Mãe eu também vou indo, fiquei de buscas a Ly hoje. – Falei já me levantando e indo em sua direção me despedir.
- Ta bem! Tenha um bom dia querida. Disse e me deu um beijo na bochecha.

Sai da cozinha e corri até a sala para pegara chaves do carro e minha mochila, não demorei, podia sentir meu celular vibrar no bolso da calça, tinha certeza que era Sully me ligando. Corri até a garagem, não acendi nem a luz, sabia que meu bebe estava estacionado na mesma vaga de sempre.

Abri a porta do carro e me sentei no banco do motorista, joguei minha mochila no banco de traz de liguei o carro, chequei meu celular "7:40" estava começando a ficar atrasada, não que eu ligasse para isso, mas sabia que Ly gostava de ser pontual, não entendia essa necessidade de não se atrasar dela e da minha mãe.

Sai de casa, ela morava tão peto que a podia ver em pé perto da calçada. Encostei o carro perto dela para que pudesse entrar.
- Bom dia Otária! Sorri para ela, aquele sorriso típico que dava quando a via, ele expressava felicidade.
- Bom dia Otária; pensei que ia ter que ir com o meu pai outra vez! – disse fazendo seu drama habitual, enquanto entrava no carro.
- Eu disse que ia hoje! Lhe Respondi revirando os olhos. Ly sempre foi a mais dramática de nos duas.
- Graças a Deus! Falou erguendo as mãos em sinal de agradecimento.

Não fui capas de dizer nada só ri da situação e voltei a pisar no acelerador rumo a escola. Era impressionante como ela me arrancava risadas fáceis, estar com ela tornava a vida mais leve. Á observei de canto de olho, ela vestia uma roupa parecida com a minha, soque no lugar da blusa xadrez e dos coturnos, usava um colete felpudo que ia até a altura do inicio da bunda e as botas Uggs. Minha melhor amiga ao contrario de mim tinha passado uma maquiagem leve, mas que realçava os cabelos ruivos. Ela era uma garota incrível, me sentia a pessoa mais orgulhosa do mundo por ter essa nerd gata pra caralho desfilando comigo pelos corredores.

Nos entreolhamos e eu sabia que ela estava me analisando também, depois de tantos anos sabíamos como agíamos e pensávamos, sorrimos uma para outra com um certo e conhecido sentimento de cumplicidade e nada precisava ser dito.
Voltei a prestar atenção no caminho, lá íamos nós para mais um dia na selva que chamamos de escola.

Olá seus lindos e lindas!

espero que estejam todos bem!
desculpem o horário, nunca consigo atualizar cedo, vou tentar melhorar isso prometo!

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