Repair - serie vidas - livro 1 [ CONCLUIDO ] -

28.

Como começar a contar as coisas? Nem eu mesmo sei, mas cada maldito dia que passa minha obsessão por essa garota infeliz só aumenta, tenho a observado de longe sempre que posso, coleto o máximo de informação que consigo; o que não é muita coisa, sei que ela tem um namorado, um padrasto, irmãos gêmeos e amigas muito gatas mais nada, cheguei ao ápice de olhar as redes sociais dela que pra minha alegria são abertas então posso olhar sem precisar mandar uma solicitação.
A cada foto que via dela, só fazia eu deseja-la ainda mais, como era linda fiquei um bom tempo olhando uma de suas fotos e putz como pode ser assim tão linda, olhando seu Instagran percebo que tinha poucas fotos algumas poucas com o namorado, e algumas com as amigas e algumas sozinha, conclui que o loiro sem sal e tempero era a pedra no caminho depois de ver as legendas, esse nerdizinho tosco não pode competir comigo, não mesmo, sou muito mais eu. Senti uma raiva em mim sem explicação olhando suas fotos com ele e a forma intima que se tocavam, apertei o celular com um pouco mais de força olhando pras malditas fotos.
Durante toda essa semana a vir chegar em um sedan preto e ir embora em um SUV, no primeiro dia me questioneis sobre onde estaria seu carro, e tudo ficou obvio quando vi o mecânico metido a galã próximo dela, Cléo e Ben indicaram o galãzinho pra mexer no carro dela sem dúvidas. Ao longo dos dias vi e ouvi por ai que ele estaria interessado nela e a chamou pra sair, e isso me enfureceu. De certo modo o único que conseguiria entrar em uma disputa comigo seria ele, não sei bem porque mais as garotas parecem gostar dele, não sei como um cara sujo de graxa pode ser mais interessante que eu. Impossível!

Claro que como o bom babaca que sou dei um jeito de implicar, soltei piadas, esbarei sem querer querendo e como nossas testosteronas falam sempre mais auto, acabamos discutindo quase sempre, quando acontecia ela simplesmente virava as costas pra nos como se fossemos insignificantes. O fato é que não importava o que eu fazia na hora do intervalo ele estar sempre lá ao lado dela Não importasse o que acontecia, olhava pra eles e via nos olhos dele o desejo, a cobiça e o olhar de tolo apaixonado, me sentia um bosta por não ser eu em seu lugar. Como percebi que brigar com ele adiantava voltei a implicar com ela.

E em um desses dias eu a vi a ponto de explodir, parece que falar sobre o lugar de onde ela nasceu deixa ela bravinha, e eu gosto de vê-la nervosa o rubor de raiva só não é melhor que a ver corar quando fico fitando ela fazendo cara de depravado a provocando, Sei que ela notou meu interesse fazia questão de fita-la e deixar isso claro. No dia que perguntei sobre o macaco de estimação ela quase pulou em mim, "não que eu fosse me opor se o fizesse" e antes de qualquer coisa eu sei que no Brasil não se tem macacos de estimação, mais quis deixa-la brava mesmo assim, então falei qualquer bosta que veio a mente.

Hoje sexta feira a observei de longe como todos os dias e ela parecia mais animada que nos outros e mais contente e ansiosa, nem as minhas piadinhas sem graça a tiram do serio, nossa ultima aula do dia foi juntos e a notei correr distraída junto com os amigos mais sua feição indicava que estava com o pensamento longe. Não muito depois entendi toda a sua animação.
Lá estava o Loirinho maravilha ao lado do SUV que ela tem ido embora nesses dias, seu sorriso bobo se iluminou quando ela o viu, ela correu desesperada para seus braços o enlaçando com suas pernas, fiquei puto vendo isso, queria muito ficar no lugar dele como eu queria e por um momento quis ir lá a arranca-la de seus braços e a puxar pra mim.
Fiquei tanto tempo encarando a cena clichê ridícula a minha frente que nem notei meus amigos perto de mim e conversando, não conseguia tirar os olhos deles, eles pareciam um casal apaixonado, mais não via chama neles, tenho certeza que comigo ela provaria o que é um incêndio. Os amigos dela chegaram perto deles e lá ficaram um tempo conversando. No outro lado da rua podia ver Jhon olhando a mesma cena que eu, a diferença que eu não via raiva nele, eu via só inveja, cobiça e decepção.
Como em um passe de magica ela pareceu perceber meu olhar e não consegui fazer outra cara que não fosse de raiva, ela me olhou por alguns instantes com a cara confusa, e não podia ser diferente, ela nem ao menos entende metade do desejo que tenho por ela, e logo se virou voltando a dar atenção a eles.