Repair - serie vidas - livro 1 [ CONCLUIDO ] -

67.

É oficial, estou loucamente apaixonada por ele, o jeito marrento e mandão, o cheiro amadeirado do seu perfume, a forma carinhosa que ele me trata, o calor do corpo dele que revira as minhas visceras, o gosto de menta dos labios dele, o toque que me leva a loucura, os beijos que me levam no céu; Tudo, absolutamente tudo nele é apaixonante.
Depois que saimos do armário corri para encontrar Ben e Cleo e contar a eles sobre o namoro com Bran e toda essa loucura que estamos vivendo , Eu sei, muito cedo para entrar em um relacionamento novo, e blá blá blá, mas foi irrecusável, não fui capaz de dizer não para ele, eu nunca consigo dizer não pra ele sendo sincera.
Meus amigos ficaram boquiabertos com tamanha novidade, levaram alguns segundos para se recuperarem da noticia, explodindo em uma risada cúmplice, logo em seguida veio o bombardeio de perguntas. Como tinha acontecido, desde quando estávamos juntos, o que já tinha rolado entre nós, entre muitas outras perguntas que eles me fizeram, fui respondendo devagar mas fomos interrompidos por um corre corre no corredor e um burburinho que Bran e Eric estavam se batendo, desci desesperada para encontra-lo, fiquei preocupada que ele estivesse machucado, ou que eles estivessem brigando por minha culpa.
Quando o vi com as roupas amarrotadas, a boca sangrando os cabelos parecendo um ninho de passarinhos me preocupei ainda mais.
"Mas que droga tinha acontecido com eles"
Entendi que eu era a causadora da briga depois daquele neandertal do Eric me chamar de Vadia e perguntar se valia apena trocar ele por mim.
"Nós mal começamos e já estamos tendo problemas!"
Logo depois veio Annabel com todo aquele ar de superioridade tentando seduzir o meu namorado.
"Namorado, como é saboroso chamar ele assim!"
Fiquei surpresa que ele contou para todos de nós com brilho nos olhos, mas confesso que amei ele ter feito isso, não sou o tipo de garota que namora escondido, ou que se esconde do mundo, para não dizer que escondo nada escondo somente meu câncer, reservando esse fato somente aos mais íntimos, não quero que mais ninguem saiba, não quero a pena de ninguem.
Depois de ouvir que elas tinham chupado ele fui tomada por um ciúme que nunca tinha sentido na vida, parecia que elas tentaram tirar meu paraiso pessoal, ele tinha dito que não tocou nelas quando na verdade ele deixou que elas colocassem a boca nele, senti uma faca afiada passar pela minha garganta, senti o sangue borbulhar de raiva, senti insegurança afinal não deve ter sido a primeira vez que ele fez esse tipo de coisa, que teve duas mulheres ou mais ao mesmo tempo em sua cama e foi inevitável não comparar com a minha total falta de experiencia de vida no quesito sexo.
Tomada de uma raiva sem limite acabei esbofeteando Annabel e a ameaçando, igual ou pior que quando ela arranhou o precioso Babe, nunca na vida tinha me sentindo tão possessiva ciumenta como agora, eu não era assim louca surtada, tinha descoberto que quando se trata dele, esses sentimentos tomam conta de mim.
Cansada e irritada descidi ir embora e levar Bran junto comigo, estava nervosa, frustrada  e fora de controle voltei imediatamente para casa junto com ele, lá transpareci meu ciume, minha insegurança e minha processão ele me mostrou que também sentia as mesmas coisas, o mesmo ciume, a mesma insegurança, que éramos feitos das mesmas coisas e que a final do mesmo jeito que sexo é novo pra mim namorar também é para ele, acabei cedendo e  mudando a direção das coisas  perguntei a causa da briga de mais cedo e confirmei que era por minha causa, odiei ele ter brigado mas amei que foi pra me defender, eu cuidei e limpei os machucados dele e onde esse cuidado e carinho nos levou? Sim senhoras e senhores para a minha cama não que eu não gostasse que acontecesse ou que desaprovasse, passaria a vida toda presa em uma cama se fosse com ele,  passamos a manhã toda aos amassos, Bran brincando com a minha sanidade com o meu corpo me levando a loucura, testando meus limites me viciando nele e no prazer que sinto com ele; na parte da tarde ele foi comigo a minha consulta rotineira.
Entramos de mãos dadas no lugar e subimos direto  já conhecia o caminho de para a sala do Dr. Russel de olhos vendados, esperei que ele me chamasse para entrar e quando o fez sorriu para nos. Era estranho  meu médico estar sempre de otimo humor.
— Senhorita Carter bom te ver. Como está se sentindo? —ele éra atencioso e cordial.
— Vou bem Dr. — Eu o cumprimentei e me sentei na cadeira de frente com ele— aqui estão meus resultados.
Eu entreguei a paste de exames e logo ele começou a folear as paginas examinando meus últimos laudos, meu namorado se sentou ao meu lado para esperar pelo que vinha pela frente. Os minutos em silencio era torturantes, eu segurava a mãos de Bran que me fazia carinho aparentemente ele estava tão apreensivo quanto eu, mas se esforçava para tentar me deixar calma.
— Senhorita Carter fico feliz em dizer que o novo tratamento é um  sucesso. — Ele sorria largo.
— Sucesso como doutor pode explicar melhor? — Brandon perguntou antes de mim.
— Claro jovem. — ele se ajustou a cadeira. — a seis meses atrás  antes de  Jhoenna começar com esse novo tratamento as taxas do organismo dela eram baixas e as estimativas de recuperação eram pequenas, restavam poucas opções e uma delas foi testar o novo estudo medicamentoso nela.
Nos dois prestávamos atenção ao que ele dizia, Bran prestava mais atenção que eu para falar a verdade; eu já conhecia o meu quadro clinico, vivia ele.
— e depois que começamos com esse tratamento as celular dela foram apresentando uma melhora significativa mês após mês,  posso afirmar que a fase de consolidação está quase completa, ainda precisa continuar com as medicações e talvez fazer umas seções de radioterapia, mas ainda vou verificar a necessidade. — ele voltou a sorrir para nós dois — Por agora posso garantir que você está em fase de remissão parcial; parabens.
Finalmente uma noticia boa, saber  que meu corpo responde perfeitamente ao tratamento e que as medicações tem ajudado meu organismo a se recuperar que eu estava a passos da tão sonhada remissão total era a melhor noticia que eu podia ter, estava em êxtase.
— Remissão significa o que? Desculpe sou leigo nesse assunto. — Ele perguntou sem entender o termo.
— sem problemas, remissão parcial significa que ela está quase curada. — Ele continuou sorridente.
Bran me abraçou apertado, Não consegui conter a felicidade com a noticia e acabei chorando abraçada a meu namorado. Finalmente uma ponta de esperança de concretizar meus sonhos, de ir para havard ou para yale, de visitar o Brasil e meus avós, de ver meus irmãos crescerem, de viver um amor épico e de viver a cima de tudo, viver de verdade.
— Vou pedir que você encontre o Dr. Bear no laboratório e pegue as suas medicações para essa semana e faça a sua coleta de amostra quinzenal. — ele pediu educadamente como sempre fazia.
— Obrigada doutor Russel. Por tudo. — Agradeci a ele completamente feliz.
— Não a de que, será um dia feliz quando finalmente eu assim a sua alta médica.
— Vai ser o dia mais feliz da minha vida doutor. — nos despedimos.
Saímos da sala e caminhamos até o laboratório de coleta para falar com Noah, ele era o responsável pelas medicações e pelas minhas coletas. Como o casal apaixonado que eramos continuamos agarrados até chegarmos lá, Bran sorria ainda mais que eu com a noticia estávamos os dois felizes. Tínhamos muito para comemorar.
Dei três toques na porta do consultório de Noah que pediu que entra-se.
— Boa tarde Dr. — Brinquei com ele.
— Oi Enn entra. — Ele sorriu para mim.
Bran estava escondido atrás da parede da porta, nos queríamos contar para ele sobre nós, assim que entrei Bran veio logo atrás
— Eu, posso entrar também? — ele surpreendeu o primo.
— Primo? — ele estranhou ele estar lá. — Claro que pode.
Nós entramos e fechamos a porta.
— A que devo a sua visita primo? — ele estava surpreso.
— Vim acompanhar minha namorada ao médico, soube que ele era muito gostoso e não quis correr o risco dela me trocar por ele. — Bran brincou com Noah.
— Namorada? — ele olhava para nos dois. — Seriu?
nos balançamos a cabeça afirmando.
— Ah meu deus finalmente, sempre soube que ficariam juntos. — ele vibrou com a noticia vindo nos abraçar. — Bem vinda a família prima.
rimos dele.
— e a proposito sou gostoso mas sou o gostoso de uma ruiva baixinha bem brava, me tornei inofensivo. — ele brincou com a gente.
  —  não chama ela de baixinha temos a mesma altura. —  brinquei rindo.
—  você é nanica e bem nervosinha também. — Bran passou os braços pela minha cintura. — minha pincher raivosa.
Dei um tapa estralado em seu braço que estava na minha cintura, fazendo ele reclamar de dor imediato, Noah olhava e ria de nós.
— mudando de assunto, parabéns pelas boas noticias prima. — me parabenizou. — Fico feliz que seu resultado esteja sendo tão positivo, agora vamos as coletas?
Topei  de imediato e voltamos a salinha de coleta, me sentei na macá e esperei  o processo de me tirar as ampolhas de sangue ocorresse, durante o procedimento Bran não saiu do meu lado segurou minha mão e sorriu bobo, não achei que ele fosse assim, carinhoso e atencioso, ele só vem me surpreendendo positivamente fazendo as minhas borboletas se alvoroçarem dentro de mim.
Depois de terminar e pegar meus remédios levei Bran para sua casa, eu queria ficar lá junto dele e ele também queria q eu ficasse, mas tinha que ir para casa contar a novidade para a minha família,
Como era uma noticia ótima merecia uma comemoração de respeito, assim que cheguei em casa comecei a preparar um jantar,verifiquei minha geladeira e armários com as opções que eu tinha preparei um fricassé de frango, fiz arroz , cozinhei alguns legumes, em uma bandeja coloquei alfaces e tomates cereja que os gêmeos adoravam, montei a mesa, e mandei mensagem para meus pais avisando que tinha uma surpresa; Subi pro quarto tomei banho e coloquei uma roupa simples e casual e desci para esperar meus pais que não demoraram a chega.
— Enn chegamos! — escutei Jack na porta de casa.
fui até eles que me olhavam intrigados e curiosos.
— Oi família. Que bom que chegaram. — cumprimentei sorridente.
— Qual é a surpresa filha? — Minha mãe perguntou trazendo com ela meus irmãos.
— no jantar eu conto. — esquivei da pergunta.
— Imã! — meus irmãos correram até mim e abraçaram minhas pernas.
— Oi meus amores. — Beijei a cabecinha de cada um.
—Bom vamos colocar as ferinhas no banho e já descemos para o jantar. — Jack sorriu e levou meus irmãos para cima .
Minha mãe subiu com eles e eu fui para a cozinha pegar as coisas que tinha feito para terminar de montar a mesa.
Pouco depois desceram os quatro e foram ao meu encontro olhando admirados para a mesa posta cuidadosamente. Nos sentamos em nossos respectivos lugares, Jack ma ponta minha mãe do lado esquerdo seguida das cadeiras de alimentação dos gêmeos e do lado direito eu sozinha.
— então Enn qual a surpresa que você tem? — Mamão me perguntou enquanto nos servia.
— bom não sei muito bem por onde começar. — iniciei meu discurso. — não na verdade eu sei sim. Bom durante boa parte das nossas vidas nos nos sacrificamos  em busca de uma cura, uma solução pro meu problema de saúde . — eu estava começando a segurar o choro e mal tinha começado meu super discurso. — Bom eu vi você mãe gastar todas as nossas economias, usar o dinheiro que o papai deixou, pensar em hipotecar a nossa casa, cogitar  fazer um empréstimo tudo em nome de me dar o melhor tratamento e eu vi você Jack cuidar de mim como uma filha mesmo eu não sendo, abraçar a minha causa mesmo não sendo sua obrigação. ajudar a minha família, cuidar dos gêmeos de mim e da minha mãe sozinho sem deixar que afundássemos, te vi pedir ajuda aos seus pais mesmo isso ferindo o seu orgulho pessoal para custear o melhor tratamento pra mim, mesmo não sendo um fardo que você tivesse que arcar só porque queria me ver bem e por me amar. Vi vocês dois sacrificarem tudo por mim em nome da nossa luta constante um sempre apoiando o outro e confortando como uma família de verdade tem que fazer.
Eles me olhavam com lagrimas nos olhos porque tudo o que eu disse era a verdade, eles se sacrificaram por mim, para procurar o melhor pra mim sem se importar com valores,  com problemas passaram por cima de tudo, do orgulho da necessidade de cada um sem se importar só pensando no meu bem sempre.
— e eu sou muito grata a tudo isso que vocês fizeram e fazem por mim todos os dias, a forma que me tratam, o carinho, o amor, tudo. — eu parei de segurar o choro, deixei as lagrimas correm. — e tudo isso que vocês fizeram foi recompensado. Hoje eu fui a mais uma das minhas consultas de rotina e a noticia que eu tenho é que o tratamento novo está sendo um sucesso, pela primeira vez em anos de muita luta e sacrifício estou em remissão parcial caminhando para a total.
As lagrimas começaram a rolar por todos os lados, essa noticia tem sido esperada desde que comecei a me tratar aos 14 anos, nos sempre sonhamos com o dia que eu começasse a entrar em remissão, e finalmente esse dia chegou.
Mamãe se levantou de pronto e me abraçou apertado Jack veio logo na sequencia e envolveu nos duas nos seus braços, a felicidade estava mais que presente.
— isso é verdade? — Minha mãe falava entre os soluços de choro.
— é mãe esse tormento vai acabar logo! — estava mais que esperançosa.
— isso é maravilhoso minha filha, maravilhoso. — Jack também estava emotivo mas acabou por se render e chorar junto a nós.
Ficamos abraços por longos minutos chorando de felicidade e agradecendo por essa conquista tão desejada
— queria que estivesse lá quando recebi a notícia. — a voz saiu trêmula e chorosa.
— ei, lucca om fomi! — Lucca interrompeu nosso abraço.
e em meio ao choro começamos a rir, esse menino conseguia deixar tudo muito leve com esse jeitinho maluco, Deanna só nos olhava sem entender o motivo de todo o choro e dos abraços, ela era observadora  e quietinha, não era como o gemeo maluquinho que tinha. Nos voltamos a nos sentar e apreciamos o jantar que tinha feito e a felicidade que a minha noticia tinha trazido.
— é aproposito familia. — cocei a garganta para chamar a atenção deles. — eu estou namorando outra vez.
— Ah meu deus não me diga que é com quem eu estou imaginando! — minha mãe já imaginava quem era.
— fico feliz que encontrou outra pessoa filha! — Jack estreito os olhos. — traga ele aqui quero conhecer o namorado da minha filha,  especialmente porque o último não se atentou a nossa conversa.
Eu sabia muito bem o que ele queria dizer, ele ia repetir a cena que fez com Adan de levar o menino no escritório e mostrar a coleção de espingardas e pistolas, com o intuito de dar um susto. Jack colecionava essas coisas desde sempre me lembro como se fosse hoje a cara de desespero que Adan estava ao sair do escritório com meu padrasto logo atrás segurando seu ombro, me lembro de Jack soltar um "estamos conversados" e adam so balançar a cabeça que sim assustado de mais para falar qualquer coisa.
— Me conta logo menina é o Brandon? — Minha mãe perguntou curiosa e interrompeu meu devaneio.
— é com ele sim sua curiosa! — ri da expressão de satisfeita que ela fazia.
— eu sabia, sempre soube que ia dar em namoro! Desde o dia que os alaguei quase aos beijos no carro — ela sorria pra si mesma e soltava a fofoca.
Jack olhava para ela como quem dizia "você só me conta isso agora!"
Sim minha família adorava esse tipo de situação, viviam comentando entre eles sobre os podres dos Duncans e dos Carters...
— ok todas as novidades foram contadas então vamos comer porque temos um pequeno homem nessa casa com fome!
Usei Lucca como saida, pois sabia muito bem que se não fosse assim viria uma enxorada de perguntas.
Depois que comemos meus pais ficaram com a louça já que eu tinha preparado o jantar e eu fiquei com os gêmeos até que eles dormissem e eu os levasse para seus quartos indo depois para o meu. Coloquei uma camisola e me joguei na cama logo em seguida plenamente feliz em anos, peguei meu celular e tinha algumas mensagens que não tinha visto, respondi minhas amigas sobre meu namoro, nosso grupo estava cheio de perguntas sobre, em seguida respondi as mensagens de Bran.
"20h – Queria ter te levado pra jantar!"