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"Acordei deitada em meu quarto, sentia o cheiro familiar da minha roupa de cama, o que foi muito estranho, por que me lembrava de estar no hospital, estiquei minha mão rumo ao aparador da minha cama querendo ascender a luminária, mas minha ação foi interrompida não por algo mais por alguém.
Senti sobre os dedos um calor de pele, logo senti meu próprio corpo ascender. O corpo se movimentou ficando frente a frente comigo, mas não foi necessário que visse seu rosto, seu cheiro entregou sua identidade, cá estava ele novamente comigo no meu quarto e na minha cama.senti ele se mover mais uma vez mas agora se posicionando entre minhas pernas colando ainda mais seu corpo ao meu, e eu recebi seu calor com certa ânsia."sonhando comigo mais uma vez ?".


Acordei horas mais tarde ainda sentindo o calor do corpo de Brandon sobre mim, a cada novo sonho as coisas ficam mais e mais reais, é como se ele estivesse lá de verdade

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Acordei horas mais tarde ainda sentindo o calor do corpo de Brandon sobre mim, a cada novo sonho as coisas ficam mais e mais reais, é como se ele estivesse lá de verdade. Olhei pelo quarto e constatei que estava no hospital e para minha felicidade estava sozinha, já pensou eu tendo esses sonhos e acabo falando dormindo, cavaria um túnel até a china para me esconder. Preciso urgentemente achar um jeito de parar esses sonhos, e esses pensamentos, ou vou estar perdida.
Não se passou muito tempo que minha mãe adentrou o quarto e sorriu ao me ver acordada.
— Está se sentindo melhor? — Perguntou se sentando na cama ao meu lado.
Sorri fraco para ela antes de responder. — Estou sim... Que horas são?
— Já passa das 14h. você dormiu bastante. — Ela acariciou minha mão e mais uma vez seu calor me esquentou.
— O Dr. Rossel já apareceu outra vez aqui? Quis saber.
— Já sim, ele veio ver se você estava bem e aproveitou para te examinar um pouco. — Explicou-me.
— E o que ele disse? Perguntei.
— Que você estava bem e que amanhã vai ter alta. — Explicou ela sorridente.
Gostei muito de saber que teria alta em breve, eu detesto ficar em hospitais, parece mais uma reafirmação que eu tenho um problema, e muitas vezes só o que eu quero é me esquecer que tenho câncer.
— Mãe? — Á chamei. — será que eu posso comer, estou com fome.
— vou chamar a enfermeira. — Ela se levantou e saiu do quarto.
Me acomodei na cama e liguei a televisão, sei que não vai ter nada de bom passando, mas é melhor que o silêncio absoluto daquele quarto, acabei dando sorte, passava um filme bom na TV e acabei me entretendo nele até minha mãe voltar pouco tempo depois acompanhada da enfermeira e minha comida.
Não tem coisa pior que comida de hospital, elas são sempre sem graça, sem tempero e com a cara mais apática que pode existir. A comida a minha frente era extremamente pouco convidativa, era uma espécie de sopa ou canja com franco mais branco que já vi e uma vegetais boiando e o cheiro era péssimo.
— Mãe, eu tenho mesmo que comer isso? — Torci o nariz
— sim filha, é o que tem por agora...
— mas mãe você já sentiu o cheiro disso.... — Apontei para a vasilha. — Tem cheiro de azedo.
Minha mãe se aproximou da sofá e sentiu o cheiro desagradável que ela emanava.
— Azedo? Essa sopa tem cheiro de morto. — Brincou rindo
— Será que você pode contrabandear comida de verdade para mim? — Quase implorei.
— Vou ver o que posso fazer.
Ela pegou seu celular e ligou para Jack que logo deveria estar aqui com os gêmeos, não prestei atenção ao que conversavam e me voltei mais uma vez a Tv.
— Jack vai contrabandear alguma coisa para você. — Minha mãe piscou para mim.
— Obrigado. — Agradeci. — Mãe... Eu preciso comprar o vestido do baile do Adan.
Ela me olhou de rabo de olho com seu sorriso travesso antes de me responder.
— E por um acaso eu deixei você ir?
A olhei sabendo que estava brincando, mas ainda sim me mantive na brincadeira.
— Você tem coragem de negar um pedido a uma pobre menina com câncer que só quer ir ao baile com o namorado?
Começamos a rir  de imediato.
— Já pensou em alguma cor? Perguntou ela.
— pensei em Amarelo claro, o que acha?
— Gosto vai ressaltar o seus olhos.  Se você estiver melhor amanhã você pode ir ver algum vestido.
— Obrigado mãe.
Sorri de volta para ela agradecida por esse pequeno ato. E voltamos a assistir ao filme em silencio, que era mais que reconfortante mesmo naquela situação.
Passaram alguns minutos e comecei a escutar barulhos vindo do corredor, barulhos que logo reconhece como os meus dois projetos de terrorista que eu conheço como irmãos. Eles entraram no quarto correndo como dois cavalos desembestados, com Jack logo no encalço.
— Imã, imã, imã... — Eles gritavam e se esticavam tentando subir na cama para me ver.
— Não gritem meninos, estamos em um hospital. — Minha mãe os repreendeu e os ajudou a subir na cama.
— Imã dodói? — Lucca perguntou me olhando com cara de choro.
— Imã vai ficar bem neném. — o respondi.
— imã vai a casa? — Foi a vez de Deanna perguntar.
—Amanhã meu amor.
Eles mais que depressa se deitaram se aconchegando em mim, como era reconfortante.
Jack se aproximou e deu um beijo em minha testa me entregou um pacote com lanchinhos naturais.
— Desculpa filha foi o que deu para fazer na correria.
— Obrigado pai. — Peguei o pacote e comi o primeiro lanche sentindo o sabor maravilhoso, de paté de atum, alface e tomate.
— Trouxe seu celular também. — ele me entregou.
Peguei o aparelho e agradeci, queria mesmo olhar meu telefone, tenho certeza que meus amigos estão preocupados comigo.
— Alguém avisou na escola por que eu não fui? — Perguntei.
— Eu liguei e avisei. — Minha mãe se pronunciou. — Não se preocupe, não falei nada que posso entregar o que você tem.
Fiquei aliviada, não quero que saibam por agora que eu tenho câncer, sei que um dia vou ter que contar, mas não vai ser agora.
Assim que terminei de comer peguei meu telefone e fui direto nas mensagens, e como já esperava tinha várias mensagens de Cléo, algumas de Ben, mensagens de Adan, o grupo das meninas também estava cheio de mensagens mas o que mais, me chamou atenção foi uma conversa que eu não tinha o contato salvo, foi a primeira que abri, pela curiosidade...

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