Perdi a conta de quantos copos já havia tomado desde a hora que tinha chego ao vitrine. Cada vez que voltava aqui o lugar ficava mais e mais decadente, Vitrinebar era um lugar escuro e de péssima qualidade vendia bebidas ruins e baratas, sua decoração era um nojo, tenho certeza que o lugar não via limpeza a alguns muitos anos, mas lá a venda de bebidas pra menores não era proibida desde que você não causasse problemas.
Eu já estava bem alterado quando atendi a ligação de meu pai preocupado em desmarcar a corrida, segundo ele um paciente de última hora havia chegado para uma consulta e ele não soube falar não.
Sem me preocupar em esconder onde estava e oque estava fazendo contei a ele minha situação de bêbado e ele se prontificou a me encontrar lá em alguns minutos.
Os minutos já tinham se tornado 1 hora quando ele passou pela porta da espelunca que eu estava.
— O quanto você já bebeu? — perguntou ele se sentando ao meu lado no balcão.
— eu não sei! Bebi muito — respondi com a voz arrastada.
— esse lugar é um nojo— disse olhando em volta e constatando o mesmo que eu.
— é sim, mas aqui eu bebo em paz! — exclamei.
— porque você está bêbado em plena segunda-feira? — perguntou me encarando.
— frustração! — respondi.
— e por quê? — quis saber.
— você só namorou a minha mãe? — perguntei a ele que negou com a cabeça.
— você já foi interrompido quando estava quase transando? — perguntei — ou já sentiu uma atração tão forte por alguém que você só viu poucas vezes? — perguntei novamente.
— bom se vamos ter essa conversa preciso de álcool também! — afirmou meu pai.
— por favor, dois scotes duplos sem gelo. — pediu ao garçom que não demoro e nos servir.
— Pode deixar a garrafa. — Disse ele.
Arregalei os olhos diante de tal frase, nunca vi meu pai beber e nunca imaginei que ele beberia comigo um dia e aqui estávamos nos bebendo como amigos.
Esperei ele beber sua dose e se servir novamente não sabia ao certo o que dizer então esperei que ele começasse a falar.
— Respondendo a suas perguntas. — Começou ele. — eu tive outras muitas namoradas antes da sua mãe. Já fui interrompido e já senti uma atração como a que você descreveu. — Completou ele.
— De quantas namoradas estamos falando? — Perguntei.
— Nunca contei, mas foram muitas, tive muitos casos antes da sua Mãe. — Contou ele.
bebeu de seu copo mais uma vez completando-o na sequencia.
— Não posso dizer que tive namoradas, mais tive muitos casos também! — Admiti bebendo de meu copo.
— e então? — perguntou ele.
— eu não sei, gosto de ter varias, mas ao mesmo tempo me sinto vazio. — contei.
— E porque não quer uma namorada? — perguntou ele.
— Não quero perder a liberdade! — confidenciei — não quero dever satisfação a ninguém.
— faz sentido na sua idade. — concordou ele.
— porque você quis um relacionamento, quero dizer, você não era feliz solteiro? — o questionei.
— No começo eu não queria, assim como você gostava de ter varias, de ser livre, ai eu conheci a sua mãe. — fez uma pausa enquanto tomava mais um gole de sua bebida. — a atração que eu senti por ela foi a mais forte que eu conheci. — completou.
fiquei surpreso com sua revelação não disse nada apenas continuei bebendo e esperando que ele continuasse a falar.
— a primeira vez que coloquei os olhos em Jocelyn eu soube que era dela, quando nos beijamos a primeira vez eu tive ainda mais certeza. — fez outra pausa para beber— mas como eu era um moleque solto, imaturo e burro naquela época eu não dei valor a ela, eu estava com ela e com todas as outras, e achava que ela nunca ia descobrir e quando estava com as outras era como estar vazio. — Disse ele . — Eu só me sentia completo quando estava com a sua mãe! — Completou ele.
— E como vocês acabaram casados? — perguntei interessado em sua história.
— eu a perdi! —Disse enfático — Quando ela soube que eu tinha outras além dela ela me deixou e foi como estar no inferno! — disse ele calmamente. — nós passamos o verão separados e sem noticias um do outro, quando nos voltamos das férias ela tinha encontrado outro que a tratava como ela merecia e foi só ai que eu percebi que a queria de volta e queria pro resto da vida. — bebeu o final de sua bebida completando novamente seu copo. — foi difícil de recuperar sua confiança, mas lá estava eu rastejando por ela, fiz tudo que estava ao meu alcance para recupera-la até ela voltar pra mim, depois desse dia nos nunca mais nos separamos nem uma vez se quer. — concluiu sua historia.
— Ual, eu nunca soube disso! — comentei enchendo meu copo. — E o cara que estava com a a minha mãe?
— Dei um jeito deles terminarem, eu não me orgulho das merdas que fiz quando era mais novo, mas me ajudaram e nunca mais cometer os mesmos erros e a recuperar a sua mãe. — Disse ele. — como é a sua garota? — perguntou ele.
— Ela não é minha garota. — afirmei.
Contei a ele tudo o que sabia sobre a chorona, ele me escutava atentamente, me dando alguns conselhos, para não cometer os mesmos erros que ele, e eu o escutava embora talvez eu não fosse colocar em pratica, eu estava decidido a não ter relacionamentos nunca, perdi a conta de quantos copos tínhamos tomado, mais pelas risadas que dávamos tinha certeza que muitos, sem condições de dirigir deixei o carro onde tinha estacionado, e fomos pra casa de taxi, entramos em casa cambaleando um se segurando ao outro, rindo e falando alto, acordando a casa toda no processo de subir as escadas.
Minha mãe e Leonor tiveram que nos colocar na cama, deitei para dormir do mesmo jeito que estava, Leonor tirou somente meu tênis e eu cai na cama sentindo ela e o quarto todo girar, não demorei nada a apagar, eu lidaria com a ressaca amanhã
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Repair - serie vidas - livro 1 [ CONCLUIDO ] -
Roman d'amourJhoenna Carter é uma adolescente sonhadora. Na flor dos seus 17 anos, tem sua vida revirada ainda jovem quando descobre estar doente. Com o tempo sua vida começa a se reajustar e sem aviso novas mudanças chegam bagunçado sua vida outra vez. Ela pre...