• Capitulo Sessenta-Três - Não precisa mais voltar

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• ARIANA GRANDE •

Justin adiou a conversa até que o dia amanheceu, mas a forma como ele me olhou quando eu adentrei o seu escritório sem ser convidada ainda estava gravado na minha mente e isso era terrível.

Não consegui pregar o olho o resto da noite, apenas fiquei no quarto, na cama abraçada com o meu corpo tentando reunir todas as minhas forças para não chorar.

Eu não queria afetar o bebê de nenhuma forma, mesmo sabendo que como eu me sentia agora já o afetava demais.

A porta do quarto foi aberta e Justin entrou por ela, ele suspirou pesado quando notou o meu estado e se aproximou da cama com cautela.

— Me desculpa. — Ele pediu.

— Pelo o quê? — Abaixo a cabeça. — Por entrar em uma reunião sua sem ser convidada quando eu claramente precisava ter uma conversa com você?

Eu não sei se estou mais chateada ou mais brava com ele pelo o que houve.

— Ariana...

Eu não deixo ele falar.

— Você me olhou como se eu tivesse feito algo terrível e isso não é tudo, você viu a forma como me expulsou de lá, era quase como se eu não fosse nada, como se eu fosse algo que você precisava se livrar. — Digo, sentindo meus olhos marejarem.

— Ariana, as coisas não são assim. — Ele tenta me tocar, mas eu me levanto da cama, indo para longe dele.

Eu mal consigo olha-lo.

— O que tem lá, Justin? — Eu quis saber. — E por que é tão crucial que eu nunca vá lá?

Eu estou cheia de ter mais perguntas e nenhuma resposta.

— Lá é o meu lugar de trabalho e você não precisa estar no meio disso, mas não tem nada além. — Ele suspira.

Acho que quando você conhece alguém tão bem, você começa a notar coisas que antes passavam despercebidas.

Agora, é quase como se eu conseguisse entender quando ele estava mentindo para mim, mas embora eu soubesse quando isso acontecia, eu não fazia ideia do porquê.

— Eu nunca pensei que eu diria isso, mas você não é mais a mesma pessoa que me resgatou. — As lágrimas escorrem dos meus olhos. — Agora, você é exatamente como o Brian ou meus pais, mente para mim, me esconde coisas e faz isso justamente para me controlar.

Eu sabia que poderia estar sendo injusta com ele, mas pela primeira vez na vida eu queria que ele entendesse as minhas frustrações.

— Não ouse me comparar com ele, eu não sou assim. — Ele altera seu tom de voz.

— Então por que está mentindo para mim agora? — Questiono. — Justin, toda a minha vida, todas as pessoas que estiveram ao meu lado não se deram o trabalho de serem sinceras e eu não posso suportar que você também faça isso comigo.

— Eu não estou mentindo.

Mas ele está, eu sei que está.

— O que você faz no seu escritório que é tão importante que eu não posso saber? — Volto a perguntar.

— Não é o que a gente faz é o que a gente estava falando. — Ele desvia os olhos dos meus. — Eu não queria que soubesse.

— Não queria que eu soubesse o que?

— Eu ataquei o Brian e ele está cego de um dos olhos por isso. — Ele murmura.

Por um segundo, eu perco a minha voz.

Tudo o que eu sempre quis foi fugir do mundo violento que o Brian insistia em me colocar, isso não é vida para mim e nunca foi. E agora, o homem que eu amo fez algo tão cruel quanto o Brian costumava fazer.

— Me diz que prestou socorro. — Eu mal posso olha-lo. — Me diz que não deixou ele.

— O que eu fiz foi pouco, eu queria que ele morresse Ariana.

— Eu preciso ir vê-lo, saber se ele está vivo, se ele está bem. — Eu digo, desesperada.

Como alguém pode querer matar alguém?

Sei que ele está longe de ser a melhor pessoa do mundo, mas ele não merece a morte por isso.

— Não ouse.

— Eu te devo tudo, mas você não pode controlar a minha vida. — Balanço a cabeça negando.

— Se sair por aquela porta, você não precisa mais voltar. — Ele me olha nos olhos, suas íris estão escuras.

Ele fala sério.

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