• Capítulo Três - Morte Rápida

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Ariana Grande •

Minha primeira aula havia sido sem o Brian e com o Justin, ele havia me encarando o tempo todo e embora eu estive tentando focar no que a professora passava no quadro, eu sentia seu olhar em mim.

Minhas outras duas aulas haviam sido sem Justin ou Brian, o que me causava um grande alívio e um enorme medo também, o tempo estava passando rápido e logo eu estaria em casa sofrendo nas mãos de Brian.

Na hora do intervalo, eu estava como de costume sentada na mesa com Brian e o resto de sua equipe e por azar meu, Justin e mais alguns garotos haviam escolhido uma mesa em frente a nossa. Durante toda a refeição, ele não tirava os olhos de mim ou de Brian, e eu sempre tinha a impressão que ele estava nos analisando.

Senti o olhar de Brian em mim então tentei prestar atenção no meu sanduíche intocado no prato. E mesmo olhando para baixo, eu podia sentir que Justin me olhava.

Ele estava piorando tudo.

— Eu não vejo a hora de chegar a hora de irmos embora, sua vadia.

Engoli seco ao ouvi-lo.

[...]

Eu ja nem fazia mais idéia de quanto tempo eu estava ali, naquele chão frio, mas a dor era insuportável. E depois do décimo soco e do oitavo chute eu já não tinha mais nem forças para gritar ou implorar para que ele parasse de me bater.

Ele não estava ligando se meu corpo ficaria roxo ou marcado, ele não ligava se eu teria que fingir que havia caído mais uma vez para os professores, ou teria que tomar muitos analgésicos para conseguir dormir.

Ele não ligava pra mim.

Meu corpo estava muito dolorido e fraco por não comer o dia inteiro. Eu não aguentava mais nada, chorar, gritar, ou tentar fazê-lo parar. E do que adiantaria?

Ele só para quando quer, quando se cansa de me machucar.

Então ele finalmente sentiu que meu corpo estava mole no chão.

— Isso é pra você aprender a ser uma vadia obediente. — Ele riu, enquanto olhava pra mim no chão. — Eu mando em você cadela e se eu ver você falando com aquele babaca de novo vai ser muito pior, guarde minhas palavras.

Eu sentia lágrimas se formando ao redor dos meus olhos, meu corpo estava dolorido e fraco, eu sequer conseguia me mover, então apenas fechei os olhos implorando para que Deus me levasse durante o sono. Eu desejava uma morte rápida, não me importava como seria, apenas que ela chegasse.

[...]

No momento em que eu abri meus olhos eu me permiti chorar, eu estava no chão completamente dolorida e fraca. Me apoiei na cama e com muita dificuldade consegui me levantar e então me olhei no espelho.

Eu o odiava, e odiava o que ele fazia comigo.

Meus braços estavam marcados, minhas pernas e até meu pescoço. Eu não tinha opção, teria que usar roupas de frio. Chorei novamente no banheiro enquanto tentava me lavar com todo o cuidado possível, vesti uma calça de moletom e uma blusa de manga e enfiei meus pés numa sapatilha. Tomei alguns analgésicos na tentativa de afastar a dor e eu estava pronta para ir para a escola.

Mas só o remédio não era o suficiente porque não era só o meu corpo que doía, era a minha alma também.

Tive que fazer todo o caminho agora a escola pé, sai mais cedo de casa porque estava andando mais devagar, cada passo que eu dava para longe de minha casa meu corpo gritava em protesto me pedindo para voltar para casa, me deitar na cama e me encher ainda mais de remédios.

Assim que entrei na escola, puxei meus fios castanhos para a frente tampando a visão do roxo que havia em meu pescoço.

— Ariana. — Ouvi Justin me chamando.

Me virei e o encarei.

— Me deixa por favor. — Quase implorei.

— O que houve com você? — Indagou, sua feição era de susto.

Notei que ele olhava para o meu pescoço, eu não podia ver, mas possivelmente era o enorme roxo que havia no meu pescoço.

Engoli seco e puxei meu cabelo tentando tampar aquele enorme hematoma.

— Houve tantas coisas. — Minha voz se tornou de choro.

Eu agora só vivia lutando contra as lágrimas.

— O que posso fazer para ajudar você, Ari? — Ele parecia realmente preocupado comigo.

Justin era lindo, ele parecia um anjo. Seus olhos caramelados me transmitiam calma e segurança.

Justin era bom, ele não merecia ser machucado ou ter sua vida destruída por Brian, ainda mais por minha causa.

— Eu só preciso de uma coisa. — Digo a ele, que agora me encara com atenção.

— Qualquer coisa, pode me pedir.

— Você pode me dar uma morte rápida? — Perguntei. — De preferência uma que eu não sinta tanta dor, mas se eu tiver que sentir, eu também não me importo. Qualquer coisa serve.

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