• Capítulo Quatro - Trabalho

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• Ariana Grande •

— Amor. — Brian caminhou até mim e parou ao meu lado, encarando Justin com uma cara nada boa.

— Oi Brian. — Engoli seco.

Meu olhar se voltou para Justin, e eu supliquei com os olhos para que ele me ajudasse. Ele só desviou seus olhos dos meus e encarou o meu namorado.
Espero que ele tenha entendido.

— Meu caro amigo. — Justin riu assim que disse isso. — Será que você poderia me emprestar sua garota? Eu preciso pegar a tarefa de química.

Brian não faria uma cena na frente de Justin, ele queria mostrar que éramos um casal apaixonado e que ele era um cara controlado.

— Mas é claro, Drew. — Ele sorriu.

Justin o fuzilou.

— Vamos até o meu armário. — Justin disse pra mim. — Preciso pegar o meu caderno.

Após dizer isso, ele caminhou em direção ao seu armário, me deixando sozinha com Brian.

Eu deveria segui-lo.

— Fica esperta Ariana. — Brian me disse antes de me deixar sozinha ali.

Engoli seco e caminhei em passos rápidos até Justin.

— Obrigada. — Agradeci em voz baixa.

— Agora você vai me dizer o que ta acontecendo, Ariana? — Ele pegou seu livro de química, bateu a porta do armário e me olhou nos olhos.

— Não vou te envolver nisso. — Olhei em seus olhos. — Você vai sair dessa história machucado, muito machucado.

Ele apenas riu com minhas palavras.

Justin era um cara legal e eu queria desesperadamente que ele entendesse que, como vítima, era o meu dever causar menos dor as pessoas ao meu redor. Eu não podia me proteger de Brian, ou de meus pais, mas eu podia proteger o Justin.

— Foi ele que te bateu? — Indagou.

Algo me dizia que ele já sabia a resposta, só precisava de uma confirmação minha.

— Eu caí.

— Espera mesmo que eu acredite nisso, Ari? — Riu, sem humor. — Essa desculpa é patética.

— Só não se mete nisso. — Desviei o olhar.

— Isso foi um sim? — Ignorou totalmente o meu pedido.

— Isso foi um basta. — Olhei em seus olhos. — O melhor que você pode fazer é ficar longe de mim, está me causando muitos problemas.

— Como por exemplo apanhar daquele covarde? — Questionou.

Seus olhos caramelados estavam escuros, eu não sabia bem o que isso significava, mas havia raiva ali.

— Por favor, não complica. — Quase implorei a ele. — Finja que nunca viu nada e segue sua vida, vai ser o melhor para você.

— Você pode não querer a minha ajuda, Ariana. — Disse olhando em meus olhos. — Mas eu não vou ficar parado vendo aquele otário machucar você, eu vou te ajudar, você querendo ou não.

Dito isso, ele saiu dali, me deixando sozinha no corredor.

O que Justin iria fazer?

[...]

Estávamos na aula de música e a professora havia inventado um trabalho assim do nada, sem nenhum aviso prévio. E para piorar, essa era a aula que eu tinha junto com Justin e Brian.

— Esse trabalho vai ser em grupo, mas nem adianta comemorarem porque eu escolhi os grupos. — Ela riu, olhando para a turma. — E ninguém vai poder mudar de grupo.

Desviei o olhar da professora e encarei Brian, que negava com a cabeça devagar.

A professora havia tentado fazer algo diferente e consequentemente havia acabado um pouco mais com a minha vida. Se eu não estivesse no grupo de Brian, eu estava lascada.

— Não acredito. — Alguém do fundo, reclamou e eu abaixei a cabeça.

Nem eu acredito.

— Sem reclamação. — Ela pegou um papel em sua mesa. — Bom, grupo um: Charles, Justin, Chris, Ryan, Caitlin e Ariana. — Olhou rapidamente para todos nós. — Vocês deverão compor uma música com o tema amor.

Na hora em que eu escutei o grupo do qual eu fazia parte, eu me praguejei. Meus olhos encontraram os de Brian e ele me olhava como se estivesse me ameaçando, eu sabia, algum passo errado e ele acabaria comigo.

A professora logo terminou de passar os grupos e o sino bateu.

— Pode ser na minha casa? — Justin me perguntou e eu assenti.

— Só me dizer o endereço e o dia que eu estarei lá. — Disse e ele riu de meu ato.

— Não se preocupe. — Novamente ele riu. —  Me passa o seu e eu vou te buscar.

Escrevi o endereço em uma folha do meu caderno e entreguei a ele.

— Ariana. — Brian parou do meu lado, ele me olhava estranho. —  Eu quero falar com você.

— A gente se vê, Ari. — Justin se despediu e saiu da sala.

A voz de Brian estava diferente, ele estava nervoso, e embora a culpa não fosse minha do que tinha acontecido, eu iria acabar apanhando por isso.

— Oi? — Peguei o meu material e deixei a sala ao seu lado.

— Fica esperta. — Em um ato rápido, ele me puxou para dentro do armário de vassouras e fechou a porta.

Era um cubículo pequeno e estava apertado, ele arrancou uma faca que sempre carregava consigo e a colocou em meu pescoço.

A lâmina era fria e eu senti medo.

— Não faça nada. — Pedi, enquanto sentia as lágrimas inundaram meus olhos. — Por favor, Brian.

— Você sabe que a sua vida está em minhas mãos, você morre na hora que eu quiser. — Ele olhou para o meu corpo e sorriu malicioso. — Mas, eu ainda posso fazer muitas coisas com você antes disso.

The Protector [1] Onde histórias criam vida. Descubra agora