Capítulo 38

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 Recebi um convite avisando do casamento da Bia e do Eduardo. Seria em Junho e isso era ótimo porque eu teria tempo de me organizar e pedir um final de semana de folga. Uns dois meses antes do casamento a Bia começou a me ligar feito louca me perguntando todos os detalhes de vestido.

"Bia, eu não sei qual modelo vou usar. Eu ainda não olhei isso."

"Mia, por favor, você precisa olhar isso o mais rápido possível."

"Por quê?"

"Eu quero que as minhas madrinhas estejam com vestidos do mesmo modelo."

"O que?"

"Desculpe por não fazer o pedido oficialmente, mas é porque você não estava aqui no dia do noivado. Se você estivesse aqui você já saberia que vai ser minha madrinha."

"E se eu não aceitar?"

"Você não faria isso comigo não é? Você é a minha melhor amiga, nós crescemos juntas, planejamos esse momento um trilhão de vezes."

"A madrinha tem que estar presente na sua vida. Eu não tô nem perto de você pra te ajudar a organizar ou escolher as coisas. Como eu posso ser a sua madrinha?"

"Você não precisa se preocupar em me ajudar a arrumar ou escolher nada ta bom? Você fez a coisa mais importante por mim. Você me deixou ficar com o Eduardo. Se você não tivesse deixado de gostar dele naquela época, nós não estaríamos juntos hoje. Você é mais que uma madrinha Mia e eu preciso de você."

"Tudo bem. Eu vou ser sua madrinha."

"Ótimo. E já que você ainda não escolheu nada eu vou determinar a sua roupa. Quero que as minhas madrinhas usem verde água, mas é um tom claro. As meninas já pegaram vestidos com babado e de renda, então se você puder evitar essas coisas pro meu casamento ficar menos emperequetado, eu te agradeço."

"Vou fazer o possível."

"Mia, eu preciso que você alugue esse vestido hoje. Ou compre, sei lá. Faltam menos de três meses pro meu casamento e eu não quero ter que surtar porque a minha madrinha não tem o vestido."

"Se vai te deixar feliz, eu vou alugar hoje e te mando uma foto."

"Obrigada. Você é demais."

"E nada de pirar."

"Vou tentar."

Assim que desliguei o telefone fui procurar o tal do vestido. Andei por algumas lojas do shopping, mas decidi que não queria comprar. Comecei a procurar pelas lojas de aluguel até que encontrei um perfeito. Ele era frente única, com a saia solta esvoaçante e detalhes em metal prata tanto no colar quanto no cinto. Fiquei com medo de ficar grande demais em mim, mas quando experimentei foi como se tivesse sido feito pra mim.

Na semana do casamento arrumei as minhas malas e coloquei o vestido mais por cima pra evitar amassar. Coloquei pouca maquiagem na mala, até pra não correr o risco de exagerar, um chinelo e o salto da festa, roupas de final de semana, meu perfume e os meus cremes. Eu estava pronta.

O voo foi bem rápido e eu cheguei na casa dos meus pais na sexta-feira. O casamento ia ser sábado de manhã, antes do almoço e do sol ficar quente demais. Eu abracei muito o meus pais, estava morrendo de saudade e aproveitei pra correr pela casa inteira e matar a saudade de cada cômodo. Meus pais disseram que a Bia estava tendo o dia de beleza, e por isso eu preferi não perturbar.

No sábado de manhã eu tive que chegar mais cedo no sítio pra dar uma olhada na Bia e ver como estava a arrumação do local, pra ajudar em alguma coisa que precisassem, mesmo que fosse em cima da hora. O sítio era a coisa mais linda. Foi montado um palco com um arco de flores logo atrás. As cadeiras eram todas brancas e era como se tivessem feito uma passarela de flores até o palco. De um lado das cadeiras tinha um lago com patos e cisnes e do outro uma estufa com várias espécies de flores.

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