A PROMETIDA

CAPÍTULO 17

Ele se afastou e eu dei um passo para trás,respirei fundo por que já estava quase sem ar.

Liam:
-me desculpa,isso...não deveria ter acontecido.

- tudo bem..

Liam:
-é melhor entrarmos.

Ele saiu em disparada para dentro da casa,talvez o beijo não devesse ter acontecido,mas não entendi a reação dele.A expressão dele era como se estivesse acabado de cometer um crime,entrei,a casa já estava bem vazia havia apenas algumas pessoas.

Eu o vi falar com um garoto de cabelos pretos sobre os olhos,poderia ser seu irmão,andei mais um pouco e vi Loryn sentada na cadeira com a cabeça deitada sobre seus braços na bancada.

-loryn..vamos pra casa.

Loryn:
- acho uma boa ideia,na verdade peguei seu celular e pedi para sei avô vir nos buscar-a voz dela estava bem sonolenta,talvez fosse a bebida.

-bom...então que tal irmos esperar lá fora.

Loryn:
- por mim...tudo bem-ela levantou da cadeira e cambaleou um pouco,eu a segurei e fomos até a porta.

-loryn..eu tenho que devolver uma coisa,me espera aí,eu já volto-ela se sentou na calçada e balançou a cabeça.

Eu voltei para sala,tirei a jaqueta e procurei por liam,ele estava saindo pelos fundos com seu irmão.

-liam!- eu o chamei e então ele se virou e parou na porta.

Fui até ele e estendi minha mão com a jaqueta em sua direção.

-obrigada por me emprestar.

Ele apenas balançou a cabeça pegou a jaqueta e saiu.parecia apressado.
Voltei para fora e esperei meu avô chegar,depois uns 7mim avistei o carro dele.

-loryn,vamos meu avô chegou.-ela estava quase pegando no sono-

Andamos até o carro e me surpreendi ao ver lucas.

-lucas o quê?..porque está aqui?

Ajudei Loryn a entrar no carro,entrei e sentei no banco do frente.

Lucas:
- eu e seu avô ficamos trabalhando até tarde hoje e ele não quis me deixar ir embora sozinho a essa hora,então...me cedeu o sofá da sala.-a oficina do meu avô é na garagem.

- por isso veio nos buscar,pra recompensar a estadia?.

Lucas:
-quase isso.-ele sorriu e deu partida no carro.

Fiquei observando a floresta iliminada pela janela do carro enquanto o vento frio balançava meus cabelos.Naquele momento pequenas lembranças de momentos com minha família,passavam na minha mente,como a vez em que acampamos no Jardim.contamos histórias sobre uma fogueira improvisada que meu pai fez,comemos marshmallows e brincamos a noite inteira,foi um dos melhores dias da minha vida,mas que nunca terei de novo por minha culpa.

Despercebidamente uma lágrima escorreu pelos meus olhos,enchuguei rápido antes que alguém no caso o Lucas visse.

Lucas:
- como foi a festa?

-oi?- eu estava distraída.

Lucas:
-a festa,como foi?

-ãnn..mais ou menos.

Lucas:
-porque?

-é que...-bom,eu não vou contar sobre aqueles babacas,isso pra mim já é passado-nunca gostei muito de ir a festas,só fui nessa porque a Loryn me pediu,obrigou na verdade.

*rimos*

Olhei para trás e Loryn estava dormindo,voltei a olhar pela janela.
A estrada estava escura a única luz era dos faróis do carro,mas por um segundo jurei ver alguém na floresta,entre as árvores,poderia ser um vulto ou apenas minha minha imaginação.

Uma sensação de segurança percorreu a mim me fazendo sentir novamente a sensação do beijo.Ainda não sei explicar o que senti no momento,mas foi muito bom.lavamos mais uns 11mim para chegar e então acordei Loryn,fomos para o quarto e tamamos banho e emprestei um pijama a ela,na verdade por ela teria ido dormir assim que chegou.

Deitei na cama e fiquei esperando o sono vir,mas não veio.eu estava com muitos pensamentos na minha cabeça que não me deixavam dormir,me virei para o lado para pegar um copo d'água,mas a jarra que deixo no cabeçeira estava vazia.

Levantei de vagar para não acordar Loryn que dormia em outra cama improvisada,tudo estava escuro porém não esbarrei em nada.desci as escadas de vagar,quando fui em direção a cozinha,derrepente ouço Lucas falar..

Lucas:
-ainda acordada?

*Me virei*

-desculpa,te acordei?

Lucas:
-fica tranquila,também não estou conseguindo dormir.

- que bom.. ou melhor porquê?

ele sorriu e sentou no sofá,então coloquei a jarra na mesa ao lado e me sentei na poltrona do meu avô.

Lucas:
-normalmente eu durmo muito,mas acho que pode ser o ambiente não muito familiar.

-o sofá é muito desconfortável?- fiz uma leve careta enquanto dizia.

Lucas:
- não..,na verdade é quase melhor que minha cama,mas e você?

suspirei

-vários pensamentos.

- como o quê?

-já teve a sensação de sentir saudade de algo que não se lembra de ter tido antes?

Lucas:
-acho que não,mas se quer uma dica para dormir faça algo que goste e te acalme e tenta não pensar muito no que te atrapalha.

-uma ótima dica,mas acho que os meus pensamentos não me atrapalham sempre penso nas coisas antes de dormir,o que me atrapalha é não entender.

Lucas:
- acho que te compreendo.

-por que não usa sua dica pra dormir?

Lucas:
-acredite em mim,o que eu gosto e me acalma iria fazer muito barulho.-isso me deixou curiosa.

-tipo tocar bateria?-ironizei.

Lucas:
- por aí.-ele sorriu.

Me despidi,peguei minha água e voltei para o quarto.pensei em ler um livro ou escutar música,mas aí vi um caderno e resolvi desenhar.desenhar é algo que faço desde sempre é uma forma de botar tudo pra fora ou passar o tempo.

Deitei na cama e começei a desenhar qualquer coisa que vinha na minha mente,a luz estava meio precária no momento,mas a lua Nova lá fora ajudou.

"Diante de tantos sentimentos confusos,não custa nada aparecer uma certeza.."