7- Vou esperar cicatrizar de novo.

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No dia seguinte eu acordei com dor de cabeça, tomei um remédio e me arrumei. Vesti uma regata branca, um short jeans e coloquei meu tênis branco. Sem maquiagem ou acessórios, eu não estava bem para cuidar de mim mesma.

Quando abri a porta, dei de cara com Wendy Urrea. Nunca fui com a cara dela e nem ela com a minha. Se tudo que Noah havia dito fosse verdade, Wendy era uma pessoa bem pior do que eu imaginava.

- Preciso ir trabalhar, com licença- pedi educadamente, a mulher me analisou dos pés à cabeça, o seu deboche estava me tirando do sério- a senhora pode por favor sair do meu caminho?

- Você que devia dar licença do caminho do Noah- ela estava calma demais, olhei para trás e entendi o porquê, Sabina estava poucos metros longe de nós- escute Deinert, você vai tirar essas fotos e vai sumir do mapa.

- Para que a senhora invente de novo que eu morri?- com essas palavras, eu tinha acabado de declarar que eu acreditava no Noah.

E no fundo, eu acreditava mesmo.

- Algum problema Wendy?- a gentil Fernanda abraçou Wendy por trás, ela riu e eu forcei um sorriso.

- Com licença- saí e caminhei até Sabina- bom dia.

Eu não consegui ter raiva dela, não posso odiá-la por amar a pessoa que eu amo, ela não tem culpa. Sabina estava muito bem para quem passou a noite em uma festa, ela não tinha uma olheira debaixo dos olhos e seu humor estava... adivinhem? Lá em cima.

- Você perdeu a festa, não acreditei que você não foi!- ela me abraçou- mas entendo, tirar foto cansa né? Noah vive cansado já que ele só faz isso- ela riu, tentei ao máximo acompanhá-la, mas estava bem difícil fingir alegria vendo Noah caminhar até nós.

- Bom dia- ele parou atrás da Sabina e não tirou os olhos de mim.

O desgraçado estava com uma camisa soltinha abotoada até a metade do peito, usava um óculos de sol e seu cabelo estava bagunçado, do jeito que eu gostava. Sabina também gostava, porquê enquanto ela beijava Noah, suas mãos passeavam pelos fios dele.

Me virei, pois a cena era demais para o meu estômago. Liguei minha câmera e comecei a rolar pelas minhas fotos, ignorei a conversa que Sabina tentava puxar e Noah só respondia brevemente, não precisa ser grosso com ela. Virei para eles e, discretamente, ordenei que Noah falasse direito com ela. Ele viu meus sinais, já que não tirava os olhos de mim.

- Sim- ele falou e olhou para a Sabina- nós podemos comer o peixe frito.

- Eba!- ela passou os braços pelo pescoço dele e o beijou de novo, Noah nem se mexeu- cacete amor, pelo menos finja.

- A...- Noah olhou para mim- Sina não deve estar confortável olhando essa cena.

Não mesmo.

- Ah, claro!- Sabina virou para mim e segurou minha mãos- desculpa Si, quer começar agora?- afirmei balançando a cabeça- por que o seu nariz está tão vermelho?

Droga.

- Ah, é só...- fechei os olhos e respirei fundo- a porcaria de uma alergia, fica tranquila.

Ignorei olhar para Noah o resto da manhã, mesmo tirando fotos dele e da sua... esposa, eu me forçava ao máximo para não olhar nos olhos dele. Quando demos uma pausa, eu me afastei do mar e coçei meu nariz até não poder mais, aquela porcaria de alergia estava me matando (literalmente).

- Pega- Noah brotou ao meu lado com o remédio e uma garrafa de água nas mãos.

- Cai fora, não quero problemas com a sua esposa- virei o rosto para espirrar.

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