4- Auto-defesa

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Eu tinha um girassol nas mãos. Sina era frágil como um girassol, que precisa-se regar e cuidar. Nunca fui bom com flores, por isso perdi a minha mais valiosa. Depois que conheci a Sina comecei a acreditar em alma gêmea, ela era a minha e ninguém podia discordar. O único defeito nítido dela era como desacreditada em si mesma, era perfeita, mas não via isso.

Vivíamos muito bem, fazíamos o que amávamos, fazíamos amor juntos... Na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, até que minha mãe nos separasse...

- Olha o que chegou! Você foi aceito!- ela invadiu a minha casa, Sina estava dormindo no quarto, então mandei que Wendy fizesse silêncio.

- Eu já falei que não vou.

- Não vai?? Está maluco Noah??

- Mãe... não posso ir, não vou ficar longe da Sina.

- Desgraçada!- ela surtou apertando os punhos- Noah Urrea, você não vai perder essa oportunidade por causa dessa desgraçada!

- Olha o respeito, ela nunca te fez nada.

- Ela nasceu Noah! Esse é o problema!

- O problema não é ela, é a senhora! Presta atenção, eu não vou pra lugar nenhum sem a Sina e acabou o assunto.

Tirei ela da minha casa e me joguei no sofá, Sina entrou na sala não tendo a mínima noção do que tinha acontecido. A abracei, tendo certeza de que eu tinha feito a escolha certa. Ficar com ela era o melhor para mim, eu não iria para nenhum lugar que ela não estivesse.

Uma semana se passou depois da briga com a minha mãe, ela não parava de me ligar e insistir para que eu aceitasse a bolsa para estudar fotografia fora do país. Sei que ela não queria isso porquê sabia que eu gostava de tirar foto, e sim para me afastar da Sina.

Mais uma vez, estávamos sentados no sofá vendo um filme na TV. Meu celular tocou, quando vi que era a minha mãe pensei em desligar, mas Sina não me deu oportunidade. Ela pulou minhas pernas e pegou meu celular no braço do sofá.

- Sua mãe- ela me mostrou a tela.

- Uhum- coçei a garganta.

- Era ela aqui não era?- minha garganta fechou- o que aconteceu?

- Nada- forcei um sorriso e fiz ela sentar no meu colo, colocando uma perna em cada lado do meu corpo.

- Não gosto de te ver triste, que tal um sorriso?- ela sorriu, me fazendo sorrir também.

Eu era louco no sorriso dela, em tudo nela, para ser mais exato. Ela era meu remédio, o gás que eu precisava para viver feliz e animado com as coisas. Eu chorava quando ela tinha crise de ansiedade ou pânico, meu coração quebrava, mas nunca deixei ela me ver mal. Nós cuidavamos um do outro, era uma troca linda.

Até que...

Um dia Sina foi tomar banho, eu estava nervoso por ter dados uns gritos na minha mãe por telefone. Sina achou estranho, mas eu consegui desviar de assunto.

- Ok Noah, eu tentei do jeito fácil, mas você não colaborou- minha mãe entrou na minha casa com dois caras gigantes atrás dela.

- O que é isso?- dei alguns passos para trás enquanto um dos bruta-montes se aproximava de mim.

Ele colocou um pano no meu rosto, tentei sair e me soltar dele, mas foi em vão. Minha visão foi ficando escura, a última coisa que eu ouvi foi a Sina me pedindo uma toalha.

[...]

Dei um pulo de onde eu estava, demorei para entender que eu estava em um carro, minha mãe estava dormindo ao meu lado, como se ter sequestrado seu próprio filho fosse uma coisa muito normal de se fazer.

Só 296 kmOnde histórias criam vida. Descubra agora