Só 296 km

32- Só não quero mais sofrer

Foi real. E foi muito melhor do que eu poderia imaginar. Nunca fui tratada com tanto carinho como naquela noite, onde senti que Noah cuidou de mim, me amou de verdade. Ele costumava demonstrar seu amor por mim com suas palavras, seus gestos, seus olhares. Mas agora, ele tinha me amado. Tínhamos nos amado. O sol estava chegando quando eu finalmente consegui dormir, fiquei um bom tempo admirando Noah enquanto ele dormia.

Ele era lindo.

Acordei primeiro, já que não tinha tomado meu remédio que me deixava morta de sono. Depois do jantar eu senti que não precisaria dele, assim como não precisei ligar para Any. Levantei devagar da cama e peguei meu celular na mesa de canto, não evitei um sorriso ao ver a mensagem que minha cunhada deixou.

"Fico feliz que não tenha ligado ainda ;)"

Eu também fiquei.

Eu não precisava de mais nada além de Noah e seu amor, era suficiente para aliviar todas as minhas dores, desfazer todas as minhas dúvidas, preencher todos os buracos que eu tinha no peito. Aquela noite foi suficiente para recompensar fotos os anos que passei sofrendo sozinha, sentindo saudades do meu amor. Mas, se eu pudesse fazer um pedido, com certeza pediria outras noites como aquela.

Várias delas...

— Sina?- a voz rouca de Noah me fez virar para trás, fiquei envergonhada quando ele sorriu para mim, só então percebi que eu estava vestindo somente minhas roupas íntimas— o que foi?

— Eu só...- fui contra a minha própria cabeça e decidi não esconder meu corpo, precisei admitir que era muito bom ver Noah me olhando daquele jeito, me admirando— nada.

— Vem cá- ele abriu os braços e eu voltei para a cama, deitando de novo em seu peito—você tá bem?

— Ótima- levantei a cabeça e sorri para ele, recebendo seu sorriso lindo de volta— obrigada, por ontem. O jantar, a conversa, as risadas... você não tem ideia do quanto isso me faz bem.

— É tudo o que eu quero Si, te ver bem- sua voz fez cosquinha na minha barriga, acabei deixando uma risadinha escapar, fazendo Noah rir também— está vendo? É isso que eu quero, te ver sem conseguir controlar a felicidade.

E ele estava indo muito bem no seu trabalho, pois eu não consegui parar de sorrir pelo resto da manhã. Noah não queria sair da cama, então pediu nosso café da manhã e nós comemos ali mesmo, deitados juntos. Eu não ria tanto há muito tempo, tudo parecia motivo para rir. Desde as piadas ruins do Urrea até o quase tropeço que ele deu ao sair da cama.

— Nós precisamos voltar na biblioteca, fui lá e aquela mulher, Savannah, parece empenhada em ajudar- ele falou vestindo uma calça moletom, eu devia estar me vestindo também, mas não senti vontade de sair do edredom.

— Com certeza, eu realmente acredito que Linsey frequenta aquele lugar- sorri ao lembrar da mulher, olhei para Noah e quase vi Linsey nele.

— O que foi?- ele riu fraco— conheço esse seu olhar, é aquele de "estou pensando no futuro, mesmo sabendo que isso me dá ansiedade".

— Estou realmente pensando no futuro- suspirei— eu vou precisar falar com a Sabina, enfrentar o meu irmão, mas mesmo assim não sinto coragem pra fazer isso. Noah, o Josh vai surtar.

— Que ele surte- juntei minhas sobrancelhas e Noah se aproximou, deitando em cima de mim— nada vai me afastar de você, nunca mais. Josh não vai me fazer desistir de você, nem Sabina, nem a minha mãe, ninguém. Eu prometo Si- olhei no fundo dos seus olhos, me senti conectada com ele novamente.

— Ok- coloquei minha mão em seu rosto e acariciei sua pele.

— Ok?

— Ok.