33- Qual distância o seu amor pode aguentar?

1.4K 154 48
                                    


Acordamos cedo no dia seguinte, tomamos café no hotel e saímos para conhecer a cidade. Eu consegui convencer Noah a não pegar o carro naquele dia, fomos andando de mãos dadas até a primeira loja que eu fiz ele parar. Comprei um sobretudo marrom e ele completou meu conjunto de calça preta e blusa branca, nas palavras de Noah, ficou "estupendo!". Paramos novamente para comprar mais café, até que finalmente chegamos na biblioteca estadual de Porto Alegre, encontrando Savannah no lugar.

— Bom dia!- a mulher nos cumprimentou e saiu pulando de trás do balcão para nos abraçar.

— Bom dia Savannah- Noah disse sorrindo— e aí, alguma atualização sobre onde a Linsey anda?

— Sim, na verdade, acabou de acontecer uma coisa muito interessante- ela comprimiu os lábios, senti Noah apertar minha mão com um pouco mais de força— Linsey Albuquerque veio devolver um livro de muitos meses atrás, o que quer dizer que ela não estava na cidade, ela deve ter chegado agora. Para completar, minha chefe disse que ela estava com muita pressa.

Noah bufou e abaixou a cabeça, frustrado. Entrelacei meu braço com o seu e beijei seu ombro coberto pelo casaco preto, mas não foi suficiente para que ele não saísse correndo da biblioteca. Os ombros de Savannah caíram, ela era muito legal por estar tentando ajudar, então eu me senti na obrigação de confortá-la.

— Não é sua culpa Savannah, você está fazendo o máximo que pode, eu sei disso.

— É, eu estou. Mas se eu não tivesse ido lá dentro procurar uma presilha de cabelo eu teria encontrado com a mulher- ela suspirou— mas não vou parar, não costumo desistir de uma missão- sorri quando ela ajeitou a postura e voltou a sorrir— olha só, me dá o seu telefone. Assim, se eu tiver qualquer novidade, vocês vão saber na hora.

Concordei e dei meu número e o do Noah para ela, melhor prevenir do que remediar...

— Ótimo, vou ficar aqui o dia inteiro, qualquer novidade eu aviso vocês.

— Obrigada Savannah, de verdade. Isso é muito importante pro Noah e... e pra mim também.

— Sem problemas- a mulher me abraçou de novo, uma pessoa bem calorosa, digamos assim— ah, e vocês podem me chamar de "Sav"- ela disse sorrindo enquanto eu saia de costas.

— Então me chame de "Si"- acenei para ela.

Noah estava escorado na parede de fora com as mãos no bolso. Seu maxilar estava rígido, o que queria dizer que ele estava chateado. Não bravo, não irritado. Chateado. Como eu sabia que palavras nem sempre eram o melhor remédio, simplesmente deitei minha cabeça em seu peito e abracei sua cintura, sem esperar nada em troca. Um vento frio bateu em nós dois, Noah me cercou com os seus braços no mesmo instante. Sorri com o ato, ele sempre pensava nos outros antes de pensar nele.

— Tô achando que não é pra ser, sabe?- ele falou depois de suspirar— caramba, ela parece fugir de mim! E se for melhor assim? E se quando eu aparecer na vida dela, só causar mais problemas? Meu pai não queria que Linsey conhecesse a minha mãe, eu sei exatamente o motivo, nós sabemos. Acho que estou acabando com tudo, não... Parece errado.

Deixei que ele colocasse seus sentimentos para fora, e quando percebi que o tom estava mudando de chateado para triste, me afastei o suficiente para olhar em seus olhos. Noah subiu suas mãos até meu rosto e acariciou minha pele, jogando alguns fios de cabelo rebeldes para longe dos meus olhos, me fazendo sorrir fraco. Recebi um selinho breve, que fez meu cara sorrir. O beijei novamente, rezando para que ele entendesse tudo o que eu queria dizer, porém só não sabia como falar.

— Tô com medo de falar besteira- sussurrei quando paramos o beijo.

— Você pode falar besteira- Urrea disse rindo.

Só 296 kmOnde histórias criam vida. Descubra agora