9- Ele era tudo o que eu precisava.

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No final da manhã, Sabina e eu tínhamos escolhido várias fotos, Noah não abriu a boca para falar um "a". Estava me incomodando, ver ele tão retraído em um lugar tão nosso, o lugar onde podíamos ser nós mesmos.

- Gostou?- ele perguntou me abraçando por trás depois que entramos no apartamento pela primeira vez.

- Eu amei!- exclamei e ri.

- Você pode mudar o que quiser, só pedir- neguei balançando a cabeça, eu não mudaria nada aquela época.

- Esse cantinho é nosso, não preciso de mais nada- me virei e passei os braços atrás do seu pescoço.

Eu tinha ele, ele era tudo o que eu precisava.

- Vou te marcar no insta, posso?- Sabina me tirou dos meus devaneios.

- Claro- não consegui nem forçar um sorriso, estava doendo demais- não vou te chamar para almoçar porquê...

- Fique tranquila, Noah e eu vamos almoçar com um corretor.

- Sabina...- Noah a repreendeu, parecia incomodado com o spoiler sobre sua vida.

- Ah- Sabina falou mais baixo- ele não quer criar falsas expectativas, não sabemos se vamos mesmo nos mudar para a capital.

Mudar??? Mudanças demais em pouco tempo. Noah voltou, agora vai morar na mesma cidade que eu, a distância entre nós vai diminuir... Eu precisava de socorro, sentia meu corpo caindo o tempo todo, eu queria parar de cair.

- Sina, tudo bem?- a morena segurou meu rosto- Amor, ela está palida!

Noah correu na minha direção e ajoelhou na minha frente, eu senti que ia desmaiar, mas me mantive firme. Ele segurou a minha mão, me acendi com o toque mesmo sem demonstrar.

- Pega água na cozinha Sabina- ele ordenou- rápido.

Ela saiu e eu fechei os olhos, respirei fundo várias vezes para me recuperar.

- Eu estou aqui- Noah sussurrou e minha vontade de chorar voltou com tudo- vai ficar tudo bem, eu estou aqui.

- Aqui- Sabina voltou para a sala.

- Está tudo bem- abri os olhos e encarei os dois- foi só... um mal estar. Vocês podem ir.

- Sina...

- Sério Sabi, está tudo bem.

Levantei, abri a porta para eles e esperei os dois saírem. Sabina me deu um abraço antes de passar pela porta, Noah tentou me tocar, mas eu me afastei. Sem toques, não consigo mais suportar. Noah abaixou a cabeça e saiu, fechei a porta e encostei a testa nela.

Preciso de ajuda.

[...]

-... e então ele quase me chamou de amor, mas eu impedi.

A cena era engraçada se fosse olhada por um certo ponto. Eu estava deitada em uma das poltronas da Heyoon, minhas pernas balançavam soltas no ar apoiadas no braço do estofado, minha mão segurava uma taça com vinho. Krystian estava de cabeça para baixo no sofá, Heyoon se acomodou no tapete. Nem me dei o trabalho de colocar uma roupa decente para vir aqui, eu precisava deles mais do que nunca, então vim correndo quando Heyoon afirmo que eles não me odiavam.

- Você não deixou ele falar?- minha amiga perguntou e eu neguei bebendo outro gole do vinho- sua burra.

- Não sou burra, só preciso de paz.

- É, você foi ótima Si. Não deixou ele explicar nem falar nada, sua cabeça continua uma confusão não é?- Krystian levantou as sobrancelhas.

Só 296 kmOnde histórias criam vida. Descubra agora