Acordei de manhã cedinho completamente dolorida, mas ficar em casa só iria piorar o meu astral. Tomei um banho, escovei os dentes e fui pra cozinha. Comi muuuito, acho que a sopa de ontem me deixou com mais fome do que o normal.
Depois de comer tomei um café e voltei pro quarto, tinha esquecido de passar uma maquiagem.
Passei uma make leve, peguei minhas coisas e fui pro carro com destino a empresa.Entrei no elevador do prédio e fui direto pra sala do Gusttavo. Hoje eu não estava apresentável pra ninguém, mas quem eu mais temia iria ser o primeiro a me ver, e iria me ver o dia inteiro.
— Bom dia — entrou na sala fechando a porta — tá melhor?
— Não muito
— Cê tá mal... Porque não ficou em casa?
— Temos muitas coisas para fazer — levantei e me aproximei mais dele — tá tudo bem?— Estou bem — ele colocou a mão no meu rosto — cê tá um pouco quente
— Tomei um remédio, logo passa... Se não se importa, prefiro começar a te ajudar agora pra ir embora mais cedo. Se você liberar, claro
— Sim, tudo bem — ele pegou minha cadeira e levou até perto da mesa dele e ficamos trabalhando juntos até o horário do almoço.— Mari, acabamos, eu acho melhor você ir pra casa.
— Eu vou sim, obrigada — sorri
— Fica em casa até você ficar melhor
— Obrigada, Gusttavo. Eu vou trazer um atestado
— Só não aceito atestado pra sexta-feira à noite... Não fura — colocou uma mexa de cabelo atrás da minha orelha — não fura — me deu uma encarada bem gostosa, sorriu e se sentou na mesa.— Não vou furar! E qualquer coisa me liga —Arrumei Minhas coisas e sai de lá o mais rápido que pude.
Fui pra casa, tomei um banho e passei o resto do meu dia deitada. Só criei coragem pra ir ao médico no dia seguinte. Ganhei atestado até sexta feira.
Todos os dias foram bem mortos: se eu não estava deitada, estava arrumando a casa. Liguei pro Gui, ele chegaria sábado e todos os dias o Gusttavo me chamava no whatsapp para saber se eu estava melhor, mas a conversa não prolongava.
Hoje era o começo de tarde de sexta, eu já estava bem melhor, ainda estava espirrando e tossindo, mas a voz estranha e a indisposição já tinha ido embora.
Estava deitada na cama, ainda de pijama às 13h quando meu wpp vibra.~wpp on
Gu: e hoje, está melhor?
— kkk
— a gente conversou as 1h da manhã e eu disse que estava bem
Gu: só pra ter certeza que não vai furar comigo
— está bem ansioso, não acha?
Gu: pra uma mulher que me deixou de molho por quase uma semana, deve ter muita coisa interessante pra contar e pra descobrir
— Espero que sim rs
Gu: as 20h te busco
Gu: esteja linda
— vou estar
Gu: nem faz esforço né?... Bjo
~wpp offEu ainda nem tinha escolhido uma roupa, não fazia ideia se ia com make clara ou escura, se ia de vestido ou cropped, se ia de cabelo liso ou cacheado... Era tanta coisa pra pensar...
E do que exatamente nos íamos conversar? E se ele tentasse me beijar? E se não tentasse? E se ele não for o que pensei?
Passaram as horas e cada vez eu ficava mais ansiosa. Depois de comer, entrei pra um banho intenso lavando o cabelo, sai do banho, escovei os dentes e vesti uma lingerie.
Comecei a arrumar o meu cabelo secando com e secador, vesti um vestido que separei de última hora. Fiz uma make, calcei um salto, caprichei no perfume e nos acessórios. Acho que já estava estampado na minha cara que eu queria chamar atenção, e modéstia parte, eu vou conseguir.
Tomei alguns goles de vinho, o nervosismo tomava conta do meu corpo, estava me sentindo como uma adolescente... Precisava relaxar. Já estava quase na hora dele chegar e meu coração já estava acelerado, eu começava a me perguntar se ele viria mesmo. E se ele furasse? Sinceramente eu não saberia lidar com essa situação. Eu estava tão atordoada com as minhas próprias perguntas que nem reparei quando a campainha tocou, e tocou mais uma vez, era ele.
Levantei pra abrir a porta, e sim, era ele e mesmo simples, continuava lindo...
— Nossa — parecia impressionado — você está linda — o cheiro dele entrava como um intruso no meu apartamento
— Obrigada, você também não está nada mal — sorri. Ele estava com uma camisa preta, uma calça jeans preta e um coturno.
— Você me impressionou, eu te imaginei de outra forma pra essa noite
— Como me imaginou?
— Não sei bem, mas está mais bonita
— Para, vou ficar mais tímida do que já sou
— Você não é tímida — sorriu — Vamos?— Que restaurante vai ser? — peguei a bolsa e fechei a porta
— Surpresa, espero que esteja com fome — entramos no elevador e fiquei reparando ele me olhar da cabeça aos pés, homens são bobos assim? Pensam que não estamos vendo!
— Na verdade não, mas estou afim de sair pra me divertir e acho que a companhia vai ajudar — em seguida dei um espirro
— Jaja você toma umas comigo e cura essa gripe rapidinho — deu uma piscadinha e a porta do elevador se abriu— vamos? — fez um movimento com o braço para que eu colocasse o meu por dentro, me acompanhou até a porta do carro e a abriu.
— Que música você curte? — entrou e começou a mexer no som
— Qualquer uma, me surpreenda.Ele colocou um sertanejo modão. Eu já tinha ouvido a música, mas não na voz desse cantor
— Quem canta? — o olhei
— Um cara aí, cê não conhece, é de minas e não é famoso
— Canta muito! Essa voz...
— Legal né? — fomos conversando sobre o tal artista até o restaurante, chegando 30min depois.Assim que desci do carro pude notar que era o restaurante mais chique que já fui, desde o cara pedindo a chave do carro pra estacionar, até os lustres pendurado no teto.
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Não é um conto de fadas
FanfictionSinopse Marina, 24 anos, irmã do meio e filha de um marceneiro e uma diarista. Aos seus 18 anos foi embora de casa com seu irmão adotivo mais velho, Guilherme, sem dizer adeus. Os costumes patriarcais de sua família os incomodavam a ponto de não co...