Mari: tem mais alguma coisa?
Gu: só gostaria de saber que horas eu te pego na sexta?
Mari: kkk
Mari: eu ainda não aceitei!
Gu: esse "ainda" é uma possibilidade
Gu: kkk
Mari: já te falaram que você é super insistente?Gu: já sim
Gu: e já te falaram que você é super difícil?
Mari: acontece
Mari: e se por acaso eu aceitar o seu convite, pra onde me levaria?
Gu: pro melhor restaurante da cidade... Ou algum de sua preferência
Mari: ...
Mari: estou até pensando em aceitar rsrs
Gu: então vou pensar que isso é um sim
Mari: ok você venceu
Gu: que horas eu te pego?~wpp off
Enviei os emails e desliguei o celular.
Veja bem, depois reclama que o pai enche o saco...
Acordei no dia seguinte, fui pro banheiro e tomei um banho longo. Vesti meu uniforme, escovei os dentes, fiz uma make, arrumei meu cabelo e fui pra cozinha.
— Bom dia flor do dia — Gui me cumprimentou ao me ver entrando na cozinha
— Bom dia — dei um beijo em sua bochecha
— Bom humor? — ele comia uma banana
— Sempre — tomei meu café e arrumei minhas coisas pra sair. — Já viu a chuva que vai cair hoje? Estava vendo nos noticiários que é a mesma tempestade de outras cidade...
— Credo! É bom ir preparada... Quer que eu te leve pro trabalho?
— Vamos — saímos juntos.Fomos o caminho inteiro conversando e ouvindo músicas aleatórias, aquela conversa de ontem à noite realmente tinha mudado meu dia, eu acordei disposta a trabalhar.
— Valeu Gui — desci do carro
— Quando sair daí, me liga — fechei a porta e fui em direção a empresa. Entrei e fui direto para minha sala, queria sair mais cedo.— Bom dia — o Gusttavo estava largado no sofá, nem tinha o visto quando entrei
— Bom dia! Madrugou aqui, hein? — falei colocando minhas coisas em cima da mesa
— Dormi aqui
— Percebe-se, nem deu tempo de arrumar o cabelo
— Gosto dele assim, você não? — ele me olhava entre os livros da estante
— Tanto faz — sentei em frente ao computador e ele veio em minha direção sentando em minha mesa
— Você não respondeu sobre o horário de te buscar em casa
— Umas 19h? Aposto que não vai ser tão chato — sorri
— Prometo que não... — se levantou — Vou ver uma reunião com meu pai agora e provavelmente ele te chame daqui a pouco. Mas se não chamar, tenha um bom dia — tirou o pouco de franja que caia na minha bochecha, colocou atrás da minha orelha e sorriu saindo da sala. Ele sabia como deixar uma mulher amolecida.
Agora era só eu, a papelada, e-mails e o cheiro dele que impregnava a sala.Fiquei uma boa parte do meu tempo na sala trabalhando, eles não me chamaram pra reunião e isso me deixa aliviada porque eu quero adiantar muita coisa que não consegui. Só sai da sala para almoçar e logo depois voltei e continuei o meu trabalho. Já fazia horas que o Gusttavo tinha sumido, até a chuva tinha chegado e o ele não;
Quando o meu chefe retornou eu já estava me arrumando para ir embora.— Já vai? — Gusttavo me olhou ao entrar na sala
— Já! estou bem cansada. Como foi a reunião?
— Só meu pai, a nova secretária dele e eu. Foi tranquilo.— Ah sim. Até amanhã — Sorri ao mesmo tempo agarrando minhas pastas e pegando meu celular.
— Até amanhã Mari— sorriu com os olhinhos apertadinhos. Sai em direção ao elevador ao mesmo tempo que ligava pro Gui.~chamada on
— Já tá vindo?
Gui: olha, não vai dar, to a caminho do aeroporto
— Tá brincando, né?
Gui: apareceu um trabalho pra Rachel e eu tenho que ir, você me entende né?
— Como eu vou pra casa?
Gui: pega um ônibus
— mas tá chovendo — o elevador se abriu e fui andando pra fora do prédio — tá caindo o mundo aqui, tá chovendo muito
Gui: seja criativa
— Ótimo irmão
~chamada offEstava com muita raiva mas era o trabalho dele e querendo ou não eu tinha que entender. Fui andando na chuva mesmo, não estava nem aí.
Estava chegando na parada quando um carro vermelho para na minha frente e abaixa o vidro.— Entra aí, vem — reconheci o Gusttavo
— Não, Gusttavo, vou de ônibus
— Anda! Tá molhando meu carro. — entrei no carro e fechei a porta.
— Não precisava, sério — falei tirando os cabelos molhados do rosto
— Você vai ficar doente — estava mudando os canais do som — tava indo pra casa?
— É... — me ajeitei no banco de couro que fez aquele famoso som de pum— Onde você mora? Vou te levar lá
— (qualquer endereço), não fica muito longe pra você não?
— Não, relaxa. Porque não veio de carro hoje? — ele me olhou
— Era pro Gui me buscar, mas ele teve que viajar
— Fica tranquila que te deixo em casa, pode não parecer mas sou cavalheiro quando quero
— Realmente não precisava — espirrei involuntariamente— Tô vendo que não precisava — foi irônico — poderia pegar uma pneumonia
— O que seria de mim sem você, né?!
— Boba... Eu sei que não devo ter causado uma boa impressão— Você não me passou imagem nenhuma, você é o meu chefe — menti
— Não precisamos nos tratar assim formalmente, podemos ser amigos
— Prefiro não misturar as coisas, sou sua funcionária. Acho que seu pai acharia ruim.
— Mas aqui você não está trabalhando, podemos conversar de tudo. E o meu pai não é seu chefe— Realmente eu fico receosa de falar contigo porque ainda não te conheço bem — ele estacionou na porta de casa — É aqui Gusttavo, obrigada pela carona
— Sempre que precisar — puxou o freio de mão
— Você não quer entrar? A chuva está bem mais forte — eu poderia insistir se ele não quisesse
— Acho que vou ficar, não gosto de dirigir assim.Aproximou mais o carro tirando-o da rua e colocando no estacionamento do prédio, procurei a chave da portaria e descobri que não tinha trago.
— Droga — eu estava revirando minha bolsa
— O que foi?
— Esqueci a chave da portaria, espero que o porteiro esteja aí — sai do carro fechando a porta e corremos em direção a portaria, tinha um telhadinho que nos protegeria da chuva enquanto esperávamos o porteiro abrir.Logo ele abriu e entramos.
— Desculpa por essa chuva — chamei o elevador e entramos
— Você não é Deus
— Você entendeu — virei para o espelho pra ver meu estado e nunca vi cabelo mais pro alto que o meu, fiz um "carinho" nele tentando arrumar alguns fios enquanto Gusttavo me olhava.
— Tá linda do mesmo jeito — o elevador se abriu**Pessoal, vou dar uma sumidinha. No sábado estou de volta 🥰
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Não é um conto de fadas
FanfictionSinopse Marina, 24 anos, irmã do meio e filha de um marceneiro e uma diarista. Aos seus 18 anos foi embora de casa com seu irmão adotivo mais velho, Guilherme, sem dizer adeus. Os costumes patriarcais de sua família os incomodavam a ponto de não co...