Capítulo 32

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Fui pro quarto, tomei meu banho, deitei e fiquei ensaiando tudo que falaria pro Gusttavo no dia seguinte. Eu não queria ter essa conversa e ao mesmo tempo queria, eu estava com medo na verdade, não sabia o que fazer... Por fim, dormi.
Acordei no dia seguinte às 6h, tomei um banho e arrumei meu cabelo em um coque frouxo, até bonito. Fiz uma make básica, só que mais produzida, vesti meu "uniforme", peguei as chaves e bolsa e fui pra cozinha.

Tomei um café e comi uns biscoitinhos e fui, mesmo cheia, minha barriga doía, eu já sabia o que aguardava o Gusttavo.

Assim que cheguei e entrei na sala ele já estava lá largado no sofá, só ele e um copo de café na mesa de centro.

— Bom dia — sorri meio entristecida — você levou bem a sério
— falou pra chegar cedo... — coloquei minha bolsa na minha cadeira e fui ate ele e sentei ao seu lado — tem como você falar logo? Eu To preocupado — Gusttavo quebrou o silêncio
— A gente precisa de um tempo

— Eu imaginava, só me diz o porque — encostou no sofá e eu encostei minha cabeça no encaixe de seu ombro com o pescoço
— Andei pensando e acho que só devemos dar um passo adiante se você se resolver com a Bruna.

— Me resolver?
— Eu quero saber o que você quer comigo, como vai ser o nosso futuro, Gusttavo — ele ia responder mas eu o cortei — E por favor, só me responda quando você resolver tudo com a Bruna. Não estou chateada, só peço que você defina a linha de parada da Bruna, ela acha que vai voltar com você! Só defina a relação de vocês... Como pais de um bebe
 
— Você não quer nem ouvir o que eu tenho pra falar?
— Eu sei o que você vai falar, mas eu quero que você pense antes, pense... Muito. É um bebê... — olhei pra ele e beijei sua bochecha. Ele não fez nada, apenas saiu da sala e eu não fazia ideia se ele voltaria.

E não voltou, acabou o meu expediente e eu não o vi mais... Minha vontade era de ligar pra ele, saber como ele está, mas ele realmente precisava desse tempo.

Se passaram 1 mês, todos os dias eu ia trabalhar, trabalhava com o Gusttavo o dia inteiro e não rolava nada além de climas. Tudo que eu mais queria era voltar, mas ele ainda não tinha se resolvido com a Bruna.

~narração Gusttavo

Hoje faz um mês sem a Mari... Na verdade eu tinha ela todos os dias, mas não pra beijar, pra sentir o cheiro, pra fazer carinho, pra chamar de "meu bem", fazia um mês e alguns dias que ela pediu um tempo pra eu me acertar e pra falar a verdade, a gente descobre que ama mesmo quando a saudade não é só do sexo.

Eu não me resolvi com a Bruna porque ela me enrola demais, toda vez que ligo. Eu ligava para ela todos os dias, mas ela sempre estava enjoada, de mal-estar e eu não queria ser grosseiro...

Não iria trabalhar hoje, avisei pra Mari que se eu fosse pra empresa seria na parte da tarde. Ela não sabia, mas eu iria acompanhar a Bruna na ultrassom hoje, ela estava de 13 semanas, que era 3 meses e pouquinho.

Eu queria saber pelo menos o sexo do bebê, já que não tinha outra solução.
Me arrumei na pressa e sai logo de casa antes que me perguntassem onde estava indo e fui direto pra clínica, encontraria ela lá.

— Bom dia amor — Bruna falou assim que me viu chegando
— Oi Bruna, vamos logo! Tenho que trabalhar

— Vamos — foi até a secretaria — tenho uma ultrassom marcada para agora
— Ele acabou de sair, teve alguns problemas em casa e teve que ir embora — respondeu a secretaria

— Ah sim, voltamos outro dia
— Tem outro médico disponível? — entrei no meio da conversa
— Tem sim — a secretaria olhava para a tela do computador

— Pode agendar pro horário mais próximo. Quanto é? — falei pegando a carteira
— Não amor, quero o meu médico! Ele que esta me acompanhando — Bruna insistiu
— Ele está livre agora — disse a secretaria

— Então vamos Bruna, não vou ter outro dia de folga pra te acompanhar e eu quero estar acompanhando esse bebe — peguei o cartão
— Não tem problema, eu te conto tudo — Bruna insistia mais uma vez querendo me levar ate a porta

— Eu quero ficar por dentro de tudo Bruna, então vamos que tenho que trabalhar. — passei o cartão na maquininha
— Por aqui, por favor — fui quase arrastando ela e quanto mais perto da sala, mais tensa ela ficava e isso me fez ter mais curiosidade pra fazer os exames logo, alguma coisa está acontecendo.

— Bom dia, mamãe e papai, tudo bem? — Dr nos cumprimentou ao entrarmos na porta
— Vai ficar bem quando eu ver esse garotão — Falei animado, já estava acostumando com a ideia

— mas uma menina vai ser muito bem vinda — Bruna deu um sorriso sem graça
— pode levantar a blusa por favor? Livia, passa o gel nela pra mim — ordenou o DR. A mulher passou o gel na barriga da Bruna que continuava a mesma coisa, até estranhei isso.

Depois de passar o gel e olhar alguns instantes pra tela, ele solta a bomba.
— A senhora não está grávida, sinto muito lhe informar
— como assim? — Bruna sentou na cadeira. Tudo que eu suspeitava estava sendo revelado
— Desculpa

— Eu perdi meu bebe???? — fingiu um surto
— Bruna, se você tivesse um bebe — apontou para a tela — se você tivesse um aborto, a bolsa amniótica deveria ainda estar aqui. Eu vou te encaminhar para um psiquiatra, você deve ter tido uma gestação emocional — a Bruna parecia chorar

— Gusttavo, espera, você não vai falar nada? O nosso bebe...
— Que bebe? Até quando você vai continuar mentindo Bruna? O que você queria? Dinheiro? — me levantei ainda sem acreditar que ela se prestou a isso — Pode deixar que eu te dou dinheiro pra você sair da minha vida de uma vez e parar de atrapalhar a minha relação com a Marina!

— Eu sabia que você estava com essa vadiazinha! Fica lá com ela, duvido que ela te dê amor
— Você me da Nojo — respondi e o Dr parecia envergonhado

— É assim que os homens são, eu perdi o meu bebe e você em vez de ficar do meu lado, você vai pros braços de outra — ela começou a chorar — eu odeio você

Não é um conto de fadasOnde histórias criam vida. Descubra agora