Capítulo 15

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— Entra — abri a porta — acho que não está tão bagunçado
— Tá bem melhor que meu quarto — ele tirou o terno e colocou no sofá e se sentou do lado. Eu estava espirrando muito, estava com medo da gripe que estava vindo.
— Sei que não é educado deixar a visita sozinha, mas acho que eu preciso de um banho, posso te deixar sozinho aqui por uns minutinhos?
— Claro, relaxa

Narração Gusttavo

Fiquei vendo TV enquanto a Mari tomava banho e me deu uma curiosidade de saber como ela se veste, de como ela age fora do trabalho, da história dela, queria conhecê-la melhor... Conhecer muito bem ela, cada detalhe de sua personalidade, caráter e corpo...

Ela parecia ter belas curvas, mas naquelas saias que as mulheres usam não dá nem pra ter o ar da graça!

Meu pai já deveria ter mudado o uniforme pra calça jeans, saias mais curtas... Ri dos meus pensamentos e vi que já estava a um bom tempo lá, será se aconteceu alguma coisa com ela?

Eu estava preocupado, ela parecia estar com início de gripe forte.
Fui até a porta do quarto dela que estava com uma brechinha aberta. Ela estava abaixada pegando alguma coisa no chão e que belas pernas... Parei de olhar me distanciando da porta.

— Tá tudo bem? Se afogou no banho? — falei através da porta. Ela abriu a porta e eu dei uma avaliada, como de costume...

Ela estava com uma saia jeans branca nem tão curto e nem tão comprido, uma camisa que aparecia um pouco de pele dos ombros e dos braços. Era tão estranho ver todas as funcionárias com apenas as pernas de fora e depois como uma pessoa normal... E estava também com havaianas, o que era mais estranho ainda porque ela é bem baixinha sem aquele saltão.

— Cê tá bem? — falei depois de avalia-la
— To, só um pouco quente e espirrando bastante... Acho que vou fazer um lanche pra gente, você quer? — falou indo para a sala
— Faz uma sopa pra você, eu não quero nada não — fomos pra cozinha e ela começou a preparar o que ia comer.
— Te deixei muito tempo só?
— Na verdade nem percebi, só fiquei preocupado — me sentei

— Tem uma coisa de você que fiquei curiosa... uma não, duas — ela falou enquanto ligava o fogo do fogão
— Temos bastante tempo pelo visto — olhei para a janela
— Quando você não era da empresa, o que você fazia?
— Estudei música na faculdade e desisti
— Você canta?
— Só de brincadeira, mas canto... E qual a segunda? — mudei logo de assunto

— Um dia uma mulher saiu correndo de sua sala, no dia que você derrubou a minha papelada... É sua namorada?
— Não, nunca foi... A gente só ficava
— Ah
— Aquele dia ela veio com um monte de mentiras, dizia que ia contar pra imprensa que estava grávida e eu a abandonei
— E aí?
— Ela não tá... Então nem me preocupei. E também não a abandonei
— E se estiver? — parecia interessada
— Não está
— Resumindo: você é um solteiro
— Sou do mundo — ela ficou meio calada e eu notei que tinha feito merda... Mas porque ela estava tão interessada? — e você?
— Eu estou bem tranquila sem homem — Mari parecia estar calma. Eu tinha a impressão que quando conversávamos, ela estava sempre agitada, preocupada... Ela parece estar se abrindo mais.

— Deve estar mesmo, aquele cara estava aqui esses dias, né? — falei para quebrar o clima
— Sim — me deu uma encarada
— Eu to brincando, relaxa — ela colocou a sopa no prato e se sentou na minha frente
— Essa janta não está valendo por sexta? — me perguntou, mas acho que ela estava brincando

— Claro que não — peguei uma colher e provei da sopa dela — até que você não cozinha mal
— Você é muito ousado, sabia?
— E essa cara fechada?
— que cara fechada?
— Pensei que fossemos amigos
— E nós somos...

— Somos é?
— Não — ri da confusão que ela fez

~narração Marina

A sopa acabou e fui colocar o prato na pia.

— Quer ajuda?
— Não precisa, obrigada — eu estava lavando a louça
— Só quis ser prestativo
— Você já me ajudou demais — sorri em agradecimento
— Te espero na sala então — terminei a louça e fui pra sala
— Quer alguma coisa? Uma cerveja? Uma tequila? — me sentei ao seu lado
— Acho que já deu minha hora, não quero te incomodar
— Você não incomoda
— A chuva passou, não tem tanto perigo... E se sentir saudades, amanhã nos veremos — ele deu uma piscadinha. Que mania de piscar
— Vou tentar não sofrer tanto

— Tudo bem então — nos levantamos
— Olha... obrigada pela carona

— Não foi nada — ficamos nos olhando durante alguns segundos que pareciam horas, como ele me intimidava. A minha vontade era de beijar ele ali mesmo, que lábios carnudos... — sempre que precisar, você já sabe né? — balancei a cabeça positivamente e cruzei os braços

~pensamento Gusttavo
Que vontade de beijar essa menina e que boca linda que ela tem... Não posso estragar tudo agora, é melhor eu ir embora
~pensamento Gu off

[...] Ainda na narração da Mari

— Mari...
— Oi? — cruzei os braços

— Meu terno — olhei pro sofá
— Ah, sim — peguei o terno e o entreguei — tchau, vai com cuidado — dei um beijo na bochecha dele, acho que de alguma forma ele ficou impressionado com isso.
— E você vai cobrir essas pernas, vai ficar doente! — sorriu tímido e entrou no elevador

Se você ficasse provavelmente eu estaria despida, então que se dane as minhas pernas! Mordi meus lábios e ao mesmo tempo soltei repreendendo meus pensamentos...

Não é um conto de fadasOnde histórias criam vida. Descubra agora