Capítulo 2

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Estacionei e fui direto pro elevador, assim que as portas se abriram fui andando até minha mesa, me sentei e liguei o computador.

—  Bom dia, Marina, chegou cedo hoje — Eva, minha colega de trabalho sentou na mesa ao meu lado
— Ué — olhei pro relógio no meu pulso —  To no meu horário
—  Bom dia marii — Matheus me deu um beijo no cabelo
— Bom dia — tomei meu gole de café de todas as manhãs que eu comprava na entrada do prédio e quando eu menos esperava...

— SURPRESAAAA — surgiu gente de todos os lados da empresa gritando
— Estão brincando? — ri e a Lorena veio em minha direção com um bolo — vocês fizeram um bolo para zoar os 6 meses que o chefe não demitiu uma secretária?
— Claro! — Pedro sorriu  — vai rolar chopp hoje? Esse marco merece

—  Vocês são umas piadas! Valeu! — falei enquanto pegava o meu celular, precisava registrar esse momento
— Corta logo, to com fome — Evandro, meu colega ordenou. Coloquei o bolo na bancada e cortei meu pedaço, depois de tirar uma foto, claro!
— Vocês se virem ai pra cortar — sai dando espaço para que os outros pudessem cortar seu pedaço.

—  Discurso, discurso, discurso... — Jana estava empolgada
—  Ahhh, eu não vou fazer discurso não... Só quero agradecer a todos e dizer que se o chefe descobrir o motivo do bolo, a culpa é de vocês! E só um aviso, depois daqui vai ter... — vi mais de 3 pessoas fazendo sinal de silêncio e me virei de imediato.

Quando me virei, deparei com um homem alto, de terno, os músculos marcados, lábios carnudos, cabelo desgrenhado e barba por fazer. Não dava pra avaliá-lo por completo, estávamos muito próximos. Ele abriu a boca pra falar algo e fechou novamente e com todo o constrangimento do silêncio, acabei "quebrando o gelo".

— Pois não, posso ajudar? — me afastei um pouco. O homem alto me olhou e coçou um pouco sua barba, ele tinha uma feição brava, até que então ele falou.
— Qual o seu nome mesmo?
— Marina — estendi a mão sem ter um retorno da mão dele
— Marina de que? — passou o peso do corpo de uma perna para outra e eu devo o meu braço que estava no ar
— Magalhães — ele ficou alguns segundos parado, balançou a cabeça positivamente enquanto passava seu dedo indicador em sua barba e saiu em direção à sala do chefe.

— Deu ruim — Jana sentou na minha mesa
—  O que acabou de acontecer? — sentei para analisar a situação
—  Amiga, esse é o filho do chefe, acredito que estamos encrencados... — Jana desceu da mesa e foi em direção a dela
— Puta merda... Como eu disse, não foi culpa minha — o dono do bolo fechou a cara, mas eu sabia que ele estava brincando.

— Boatos de que ele não faz nada da vida e os pais o obrigaram a começar a trabalhar — Matheus era o mais fofoqueiro do grupo
— Era só o que me faltava, ser demitida pelo filho mimado do chefe — já pensou? Eu estava revoltada
— Ele te deu uma bela de uma encarada... — falei que o Matheus é fofoqueiro?

—  Aposto que ele jamais saberia meu nome, mas só de sacanagem deve ter decorado pra me queimar — falei preocupada
— Também acho... — valeu, Jana, pela moral

— Nem o sr Alcino chega tão cedo assim... — avaliei o filho do chefe

— Uma das regras é não fazer festa enquanto tiver clientes ou os chefes — Theo surgiu na conversa
—  Ah, cala a boca — ri — você acabou de inventar essa regra... Aqui só tem a lei do "fale baixo"
— E a gente estava falando baixo? — Theo sempre quer estar certo
— Eu sei, eu sei, a culpa não é minha! — me sentei e comecei o meu trabalho, já sabia o que me aguarda nas próximas horas.

Não é um conto de fadasOnde histórias criam vida. Descubra agora