Capítulo 21

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Gusttavo tinha um talento impressionante. Ele olhou pra mim e deu uma risada tão gostosa no microfone. Sim, riu da minha cara, acho que eu ainda estava de boca aberta, e depois disso não parávamos de trocar olhares.

É algo tão bom. Nos conhecemos melhor, saímos, trabalhamos juntos, vim junto com ele e ficávamos nessa de trocar olhares. Parecíamos dois adolescentes.

Ele tinha todo aquele jeitinho doce, de menino bobo mas já estava bem mais soltinho com as bebidas. Estava na cara que ele já estava alegrinho demais.

Gusttavo sentou-se ao meu lado com o violão e continuou a cantar com a Flávia e Elias. Ficamos cantando até as 0h e eu já tinha bebido cerveja, caipirinha e já estava me soltando bem mais.

— Quer ir pra casa? — Gusttavo colocou o violão de lado e deitou na cadeira de sol que estávamos
— Aqui tá bom
— Deita aqui comigo — olhei pra ele — sério, preciso falar uma coisa séria — afastou e me deu espaço pra deitar do lado dele. Me deitei e ele passou o braço por volta do meu pescoço, como se seu braço fosse o meu travesseiro. Ainda tinha umas 4 pessoas onde estávamos, o restante estava na varanda da frente comendo churrasco.

— Você gostou da festa? Dos meus amigos? — ele perguntou e por incrível que pareça os amigos dele pareciam demais comigo
— Adorei. Essa chácara é sua?
— Sim, é o meu refúgio.
— Que bom!

— E que bom que você fez amizade com meus amigos. Não quero que se sinta mal com eles porque acho que você vai passar uma boa parte do tempo com eles também
— Ah é? — aproximamos mais os nossos rostos e os lábios foram colando. Rolou um selinho demorado. Ele se ajeitou na cadeira virando pra mim, colocou sua mão direita no meu rosto e nos envolvemos com um beijo doce e demorado.

— Esse era o negócio sério que você queria falar? — rimos. Ele pegou no meu queixo e me beijou mais uma vez, dessa vez um beijo mais curto.

Ouvimos uma bagunça dentro da casa, nos levantamos e fomos ver o que se passava, e o mais inacreditável estava acontecendo. O Elias estava fazendo uma dança sensual com a pilastra da área, todos estavam rindo e filmando.

— Ou, para de gravar, para — Elias desceu de onde estava.
Ficamos mais algumas horas bebendo e conversando, quando deu 3h o Gusttavo já não estava muito bem.

— Gu, vamos pra casa? To com sono, cansada — ajustei minha postura
— Só mais um pouco bebê — me olhou pidão
— Vou me despedir dos seus amigos e você toma a última — me levantei — Se a gente for embora não vamos acabar com a festa deles não, né?

— Não, o Elias tem a chave cópia, confio nele — me distanciei e despedi de todos. Por fim voltei pra onde estava o Gusttavo.

— Quer ajuda pra levar ele até o carro? — Elias se aproximou
— Eu sei ir só — Gusttavo se levantou
— Gu, me dá a chave? — falei enquanto estávamos indo em direção ao carro
— Não bate meu carro não — entregou e entrou no carro

— aqui é profissional, Gusttavo — entrei no carro, liguei o gps e voltei pra casa. Levei 1h pra localizar o meu predio, tinha me perdido em algumas ruas e juro que aquele carro me dava um certo medo de dirigir.

Estacionei na garagem do prédio, desci do carro e ajudei o Gusttavo.

— Por favor, não torna isso difícil — ri da situação — vamos — ele escorou no meu pescoço
— Eu vou pra casa depois tá?
— Não, você vai dormir aqui — subimos pro meu ap e ele foi pro banheiro tomar um banho.

Preparei um café e levei meio copo pra ele, ia ajudar a passar o efeito da bebida.

Quando entrei no quarto eu simplesmente paralisei quando vi aquele homem só de cueca branca com o cabelo molhado e algumas gotas d'água descendo pelo seu tanquinho. Adoro um homem sarado e ele tinha acabado de sair do banho.

— Gu, toma esse café — entreguei pra ele
— Você se importa se eu ficar de cueca? Tá calor demais
— Claro que não! Mas se comporta, se não, vai pro chão — fui pro banheiro, lavei o rosto, coloquei um pijama e quando voltei ele já estava deitado no canto dele dormindo.

Deitei do lado, dei um beijo em seu rosto e dormi do lado de cá, estava acabada.

Acordei e levantei antes que o Gusttavo me veja descabelada e sem escovar os dentes. Tomei um banho bem rápido, espero que ele não acorde agora. Assim que sai do banho, coloquei uma roupa de domingo, short de moletom e uma camisa largadinha. Reparei que ele estava despertando.

—  Bom dia, cantor — falei com ele enquanto passava os meus cremes
— Oi mari, bom dia — ainda estava meio sonolento — estou morrendo de dor de cabeça... E morrendo de vergonha também
— Vergonha por quê? Todo mundo bebe um pouquinho a mais
— Mas tinha tempo que não enfiava o pé na jaca assim
— Vai tomar um banho, tenho uns remedinhos e te faço um café bem forte. Tem escova de dente nova na gaveta do banheiro e se quiser eu pego alguma roupa do gui pra você.
— Acho que toda vez que eu beber assim, vou vir direto pra cá — rimos
— Não se acostuma não
— Deixa eu tomar um banho e já tomo café contigo
— Te espero na cozinha.

Fui até o quarto do Gui e peguei algumas roupas que ele não usa mais. Deixei em cima da minha cama e fui pra cozinha fazer um café forte.

O Gui já tinha saído, parece até que tinha adivinhado que o Gusttavo estava aqui.

Lavei algumas louças para deixar a cozinha mais agradável, hoje seria dia de faxina.
Assim que terminei, fiz a mesa e vi aquele homem surgindo do quarto sem camisa.

Continuei preparando as panquecas, não sabia se o Gusttavo gostava disso, mas eu sim, é o que importa.
— Mari, acho que ficou bom em mim, o que você achou? — me virei e ele estava vestindo uma bermuda do Gui sem camisa. Confesso, eu estava valiando seu tanquinho.

— Nada mal
— Não se preocupa com a panqueca, me contento com você — esperou pela minha reação e eu arqueei uma sobrancelha querendo dizer "escuta aqui meu querido, você nem pensa" e ele começou a rir e veio em minha direção me abraçando — eu to brincando — me deu um selinho e emendou com um beijo nem tão rápido e nem tão demorado — agora sim, bom dia

E que bom dia.

Não é um conto de fadasOnde histórias criam vida. Descubra agora