Capítulo 6

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— É seu... — alguém chegou e cortou a fala do Gusttavo
— E aí meninos, demorei? — seu Alcino se acomodou em uma cadeira
— Chegamos agora — sorri — seu Alcino, esse é o Guilherme, meu irmão — eles apertaram as mãos

— Esse é o cara que comentei uma vez que agencia modelos — também abri o cardápio para ver o que tinha
— Lembro, que até visitei as páginas dele, né? — me respondeu
— Ele mesmo
— E você vem agenciando quem? — Alcino dirigiu sua pergunta ao Guilherme
— Natalia Cardoso, Rachel Apollonio e Rafaella kalimann, mas ainda estou fechando negócios com umas... — desviei o olhar dessa conversa para o Gusttavo e ele parecia estar de saco cheio olhando pro celular e mexendo no cabelo.

— Está bem calor, né? — estávamos praticamente excluídos da conversa
— É, poise — foi meio curto. Vi o garçom se aproximando e o chamei
— Quer uma bebida? — o garçom parou na nossa mesa — por minha conta. Vou querer uma Budweiser — olhei pro garçom que estava anotando e o Gusttavo me olhou surpreso
— Sério? Cerveja?

— É, qual o problema? — o olhei surpresa
— Você parece fraquinha — respondeu e eu o olhei com uma cara mais ou menos assim 😒 — me traz uma Heineken

— O que seria uma bebida de mulher fraca?
— Uma batidinha de morango, caipifruta de amora
—Posso tomar isso também.
— Então você toma de tudo? — ele apoiou os braços ainda cruzados na mesa
— Claro e com muita ressaca depois! Posso fazer uma pergunta?

— Pode — ele parecia não ligar para o que estava por vir
— Trabalho na empresa do seu pai tem um bom tempo, por que nunca te vi lá?
— Ah — fez gestos com as mãos 🤷
— Não precisa falar se não quiser
— O que você fazia antes da empresa?
— Eu modelava e fazia faculdade de administração
— Já posou?
— Já brinquei de posar

— Acho que você daria certo — ele parecia estar se abrindo mais. Chegou a nossa cerveja e ele bebeu quase a metade do copo, e eu já senti um leve desafio, mas eu estava na mesma mesa que o meu chefe, não mancharia minha imagem de boa moça...

Claro que tenho minha vida pessoal, mas não pegaria bem pra mim! Dei um gole na bebida e dei uma girada no copo, algo clichê de todo ser humano sem assunto. Fazer o que? Eu não o conheço e além disso, ele é um cara fechado e não me dá nem chances de tentar gostar dele.

— Vocês já querem pedir? — seu Alcino entrou na conversa
— Não, pedimos uma cerveja — Gusttavo falou e olhou pra mim — você tem quantos anos? — se aproximou mais da mesa, meio que excluindo o seu Alcino novamente
— 24 e você?
— Você parece tão madura pra 24

— Você tem quantos anos? — eu estava curiosa
— 26
— Bem velho hein? — fiz cara de deboche, eu estava sendo irônica, já que ele acha que sou nova demais pra ser madura — idade pra ser meu pai — deu um sorriso cínico
— Você já posou pra revistas?
— Não, não sou profissional! Só fui parar em redes sociais de lojas
— Ganha bastante dinheiro? — e me metralha a de perguntas e eu me sentia em um interrogatório
— Mais ou menos, ganho mais ultimamente! Mas aposto que se eu tivesse continuado, ganharia bem sim

— Tava pensando em posar, será se o Guilherme me ajuda? — Gusttavo mexeu em alguns fios de cabelo
— Você é ridículo — dei um gole na cerveja e ele me olhou
— Por quê? — ficou meio sério e percebi que ele não estava brincando e nem me zoando
— Ah... Até que você dá pro gasto
— O que acha Guilherme?
— O que? — Gui perguntou sem entender
— De me agenciar. — Gusttavo continuou

— É só beber que fica de gracinha — seu Alcino riu e eu percebi que cai na ceninha e ainda elogiei ele.
Meu, eu acabei de chamar o filho do meu chefe de ridículo... Um dia eu vou acabar sendo demitida por causa da minha língua grande.

— Vou pedir meu almoço porque jaja vou sair — levantou o dedo chamando o garçom
— Vamos pedir o nosso? — Gui me olhou — daqui a pouco temos que acompanhar a Natalia
— vamos — Chamei o garçom, fizemos nossos pedidos e dessa vez pedi um suco de laranja pra acompanhar. Comemos conversando o papo formal de sempre que eu eternamente vou reclamar!

— Eu vou ao banheiro e já volto — me levantei assim que acabei minha comida e fui ao banheiro, me olhei no espelho, conferi meus dentes e retoquei o batom.

Fiquei remoendo por alguns minutos as minhas falas "você é ridículo", e cada vez mais sentia raiva de mim e não dele, porque dessa vez a cuzona fui eu. Aprendi com ele.
Voltei pra mesa e quando me sentei vi que o Gusttavo não estava lá.

Não é um conto de fadasOnde histórias criam vida. Descubra agora