Capítulo 9

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— Sobre hoje de manhã... Desculpe não ter te esperado pra me despedir, apareceu uns problemas que eu precisava resolver — Gusttavo se justificou 

— Sei — sorri — tudo bem, sem problemas
— Ok. Eu vou nessa. 
— Tchau — Edi se despediu como se quisesse dizer "ainda estou aqui" e eu continuei dançando a minha musica... A balada estava ótima, tocando musicas boas e antigas.
— Boa noite — Gusttavo deu uma piscadinha.
— Boa noite — acenei

— Quem é ele e porque ele veio falar com você depois de você me beijar? — Edi parecia curioso
— Filho do meu chefe 
— Tenho muitas perguntas pra fazer, mas agora eu só quero saber se sentiu saudades ou se foi pra fazer ciúmes
— Eu não preciso fazer ciúmes em ninguém e eu estava com saudades de você.
— Eu também queria esse beijão — rebateu Edi
— E eu não sei?

— Na verdade, queria muitas coisas, mas o que eu mais quero agora é te fazer umas perguntas.
— A gente bebe e você pergunta — fomos pro bar e pedimos uns drinks.
— Então você tá afim dele? — Edi questionou
— Não diria "nossa como eu quero ele", mas beijaria sim.

Ficou um clima tanto quanto estranho, mas que foi quebrado com uma mudança de assunto.

— Como está sua mãe? Sinto saudades dela — Edi perguntou e assim conversamos bastante, ficamos ali e as horas correram. O Gui nos chamou pra ir pra casa e assim fizemos.

O Edi se apossou do meu sofá e eu fui pro meu quarto, não aguentava mais ficar um segundo acordada. Tirei o salto, a roupa, tomei uma chuveirada, coloquei um pijama e dormi.

Acordei cedo e o dia já prometia ser bem parado, estava um sol forte que cegava qualquer um e a idiota aqui esqueceu de fechar as persianas antes de se deitar.
Levantei-me, escovei os dentes e fui de pijama mesmo pra cozinha preparar meu café da manhã.

— Dá pra parar de fazer barulho? — Edi se sentou na cadeira do balcão coçando os olhos
— Cadê o Gui?
— Foi pra casa da Nah... Parece que somos só nós dois
— ótimo — falei sem importância
— Que foi? Tá com medo de mim?
— Claro que não, muito pelo contrário

— Cê tá querendo, né? — se levantou da cadeira
— Pode parar tá? Volta pro seu lugar — ele estava vindo a minha direção
— É aquele cara?
— Não, claro que não

— Ele é bonitão mesmo — Edi era curioso demais, estava querendo arrancar informações de mim

— Eu tive um ranço momentâneo dele... O jeito dele, num sei, não gostei de cara... Só depois. — falei enquanto ainda mexia com as panelas.
— Parece ranço de quem esta se apaixonando, mas que quer evitar... Devemos colocar um ponto final na nossa relação, neah? Acho que você está envolvida demais no seu trabalho
— A gente nem namora, Ediel
— Mas eu gosto da gente
— Eu também, mas não estou em dias bons pra falar sobre isso.
—Você sabe que semana que vem vou embora, neah?

— O que tem? — tentei não dar a mínima e continuei fazendo o meu suco.
— Você é igual ao seu chefe! Mas eu te digo o que é que tem — Ele me deu uma juntada que colou nossos corpos com vontade — Eu estava com saudades e não quero ir embora com mais saudades

Resolvi entrar no jogo dele, me virei e aproximei mina boca da dele, não tão próximo, só o suficiente pra sentir nossas respirações se misturando.

— Olha... — me aproximei mais — eu não to muito afim — falei me separando dele
— Você continua chata... marrenta — voltou pro lugar onde estava.
— Quer suco?
— Não, vou dar um role — se levantou e segundos depois a porta da frente bateu.

Dei de ombros. Não podia fazer nada em relação a isso, eu só estava sendo sincera... Se bem que ele ia embora essa semana, talvez não tivesse problema...

Fui pro meu quarto e fiquei por lá durante horas vendo TV, perdi as contas de quantas vezes mudei de canal e acabava parando no mesmo.

Deu 13h e eu resolvi fazer um lanche, mas antes eu tinha que trocar de blusa, ainda estava de pijama. Hoje é um dia de muito calor, preferi me enfiar debaixo do chuveiro, tomar um banho fresco lavando o cabelo pra matar todo o fogo que o Edi acendeu em mim. Terminei meu banho, sequei e penteei o cabelo, coloquei uma blusa colada qualquer, uma calcinha e um short jeans que estava um pouco folgada em mim. Típicas roupas de domingo.

Fui pra cozinha e o Edi estava lá.
— Preparando o que pra gente?
— É... Ovos mexidos e arroz
—Aprendeu a cozinhar? — me sentei o observando 
— Tive uma namorada, ela adoeceu e eu cuidei dela por alguns dias.
— E aí?

— Ela melhorou e eu cai fora... Ela queria casar
— Você não vale nada — ri da situação
— Nem você

— Eu presto sim! Hoje estou na paz, faz um tempo que não beijo na boca... Fazia né — ri — E um bom tempo que não transo também...
— Pelo menos o beijo você não desaprendeu... Agora o sexo já não sei

Não é um conto de fadasOnde histórias criam vida. Descubra agora