Capítulo 33

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— Chega de show! Estamos em um consultório! E que filho? Sabe o que você perdeu? A sua vergonha na cara! Olha, eu já perdi a cabeça com você! Eu vou embora e eu te peço: não encosta na Mari. Vê se some!
Sai de lá revoltado antes que ela pudesse responder.

Mas cara... Eu nem acredito que vou voltar com a Mari, estava tão feliz que nem pude passar em casa pra colocar uma roupa decente. Ainda bem que tinha um terno no carro e ali mesmo no estacionamento eu coloquei assim que cheguei. Arrumei meu cabelo com o gel e sai do carro, mais feliz que qualquer outra pessoa nesse mundo.

O elevador não queria cooperar com a minha pressa de ser feliz, toda hora entrava gente que queria subir apenas um andar, por que não subia de escada? Assim que as portas se abriram no meu andar, fui andando com pressa até a sala, parecia um corredor infinito, mas finalmente cheguei e quando a abri, a Mari estava olhando à vista da parede de vidraça, fiquei me perguntando se ela tinha visto eu chegando, provavelmente não.

—  Mari? — fui até ela, dei um abraço e a levantei no ar. Ela estava sem entender o que estava acontecendo, sem entender o porquê do meu sorriso, mas eu estava com tanta saudade daquela mulher que nem expliquei nada, só a beijei. Pensei que ela fosse cortar o beijo, mas por incrível que pareça ela cedeu e o beijo ia ficando cada vez mais intenso.

~narração Mari

Cortei o beijo antes que o Gusttavo tirasse a minha roupa ali mesmo.
— calma —  ele me desceu — me conta —  eu ainda estava procurando ar — o que aconteceu?
— acho que sou o homem mais feliz — sorriu e se sentou no sofá — a Bruna não está grávida

— ela forjou tudo... Que cara de pau
— como você sabe?
— foi bem estranho... Mas eu tive um sonho e aconteceu exatamente isso, como se eu tivesse previsto. Na verdade eu pensei que fosse só um sonho avulso, até você ligar e falar que só vinha à tarde, que tinha compromisso e depois entrou aqui me beijando.

— mesmo distantes estamos ligados — sorriu e me deu um selinho
— eu ainda me lembro
— do que?
— que pra gente voltar, eu queria saber o que você espera da nossa relação, o que sou pra você, tudo

— então vamos marcar um encontro depois do serviço e te falo, já que você não gosta de atrapalhar seu horário de trampo
— melhor ainda
— no seu ap?

— já virou nosso ponto de encontro — ri — pode ser
— não vejo a hora de te ter nos meus braços, tô com tanta saudade que você nem imagina.

— nem me fala, esse tempo todo eu só sabia pensar em você... Mas agora preciso voltar ao trabalho... Você vai continuar aqui ou vai pra casa?
— com toda certeza não, vou em casa tomar um banho, pensar na vida e pensar na noite que iremos ter hoje.
— então vai, já sabe a desculpa que vai dar pro seu pai?

— arrumo uma rapidinho, não se preocupa, vou deixar você trabalhar... — se levantou
— que horas você quer — pensei melhor — Que horas vai estar lá?
— quero agora — me abraçou beijando meu pescoço e eu tive que rir, que homem bobo que eu arrumei

— é serio Gusttavo, que horas você vai? — falei ainda rindo
— umas 21:00, tá bom pra você?
— ótimo, vou pedir alguma coisa pra gente

— ok, tchau meu bem — demos um beijo rápido e ele saiu. Gusttavo se foi e meu pensamento foi junto com ele, eu estava tão feliz que não conseguia me concentrar no trabalho, as horas demoravam a passar... Fui fazendo tudo que tinha que fazer e fui me concentrando ao longo do tempo.
Mas o que eu menos esperava aconteceu, o seu Alcino me liga e me tira total o foco.

~chamada on~
Alcino: oi mari, você pode pedir pro Gusttavo vir aqui na minha sala? — meu deus e agora? O filho da mãe do Gusttavo não avisou o pai dele que ia sair, o que eu vou falar pra ele agora?
Alcino: mari você tá ai?
— oi seu alcino, me desculpa, pensei que o Gusttavo tinha avisado ao senhor que não estava se sentindo muito bem
Alcino: não me avisou não, você sabe o que ele tem?
— ele reclamava de uma indisposição
Alcino: ok , obrigado mari
— por nada seu alcino
~chamada off~

Agora tenho que ligar pro Gusttavo, se o seu Alcino ligar antes e ele inventar outra desculpa, estou ferrada...

~chamada on~
— Gusttavo seu louco, como você faz isso comigo?
Gu: o que aconteceu, mari?
— como é que você sai e não fala nada pro seu pai?
Gu: puta merda, sabia que tinha esquecido alguma coisa, ele te ligou ai?
— claro né, agora trate de falar pra ele que você estava com uma indisposição e por isso saiu mais cedo
Gu: pode deixar, obrigado meu bem, ele tá me ligando aqui, te devo essa, beijo
~chamada off~

Gusttavo já está me botando em furada, ainda bem que tinha uma desculpa na ponta da língua. Meu expediente acabou e graças a Deus estava indo pra casa, estava morta de cansaço e já não suportava meus pés latejando.

Mas graças a Deus hoje já era sexta-feira.
Fui pra casa no meu carro e no caminho fui pensando em tudo que estava acontecendo na minha vida, eu realmente estava feliz com aquilo tudo, não que um filho pro Gusttavo não fosse bem-vindo, mas nessa situação viria com a mãe junto e eu não estava preparada pra isso e nem ele. Ainda bem que foi tudo esclarecido e aquela dissimulada estava "no lugar dela".

Cheguei em casa e me joguei no sofá, não podia ficar nele por muito tempo, com certeza eu acabaria dormindo e perderia a hora.

Não é um conto de fadasOnde histórias criam vida. Descubra agora