Não é um conto de fadas

Mari, Marina

Mari é ariana e tem todas aquelas características citadas na internet: "sempre pronta para agir, ter muita energia, coragem e espontaneidade. Seu elemento é fogo. Por isso as mulheres regidas pelo signo têm sede de experimentar o mundo: são as primeiras a se voluntariar, sem pensar duas vezes sobre os riscos. Entram de cabeça em tudo aquilo que se envolvem, seja no amor ou trabalho.
Também são impulsivas e impaciente. É importante para uma ariana se sentir independente, apesar de o signo ser movido às paixões."

Mari trabalhou em casa desde criança a pedido dos seus pais cuidando da casa e de seus irmãos. Seu único sonho era crescer e trabalhar como uma pessoa normal da sua idade: estagiar igual aos seus amigos.

Seus pais são patriarcais demais, queriam ela apenas dentro de casa para servi-los assim como fizera sua mãe. Por muito tempo confrontou-os para mudar seus pensamentos rígidos e também atualiza-los sobre o mundo de hoje em dia. E por muito tempo também apanhou calada por ser "atrevida demais". Algumas vezes ficando marcas na pele e várias marcas eternas em sua alma.

Mari vivia com seus pais e tinha 3 irmãos: Marcela, Pedro e Guilherme, nessa ordem.
O dia em que Mari jamais esquecerá foi quando sua irmã mais nova adoeceu.

Quando voltou da rua sua irmã ardia em febre.

Mari implorava para que seus pais a levassem ao médico. "Médico é coisa de gente grã-fina! Coisa de gente que não acredita em Deus". Dizia sua mãe sem paciência. Mari implorava mais e sua mãe batia em seu rosto, a fim de não escutar mais sua voz.

Marcela ficou muito mal por um bom tempo, até que Mari foi ao hospital e clamou para que um médico a atendesse escondido à domicílio.
Marcela ficou bem, depois da bondosa ajuda de um médico, mas essa situação foi demais para Marina.
— Você quase matou a minha irmã com sua ignorância! Lide com a culpa de ter negado acolhimento a sua filha — Mari apontava o dedo para sua mãe.

Essas foram as últimas palavras dirigidas a sua mãe. Assim, juntou suas coisas e foi embora com seu irmão Guilherme.
Pedro e Marcela ainda eram muito novos, tinha muito o que aprender para sair assim como os irmãos. Mas a lição ficou dada: quando a mãe surtar novamente, fujam!

Todos os abusos psicológicos a deixaram machucada demais, extremamente marrenta, sem confiança nas pessoas e com medo do novo e até mesmo do velho.

Seus irmãos que foram deixados para trás dizem que os pais melhoraram depois da fuga de Mari e Guilherme, e que agora eram pessoas melhores. Mas Mari não encontrava forças para voltar.