Acordo no meio da noite me sentindo sufocada. Eu estava suada, meus lençóis estavam todos no chão e minha respiração estava ofegante.Eu tinha tido um pesadelo.
De novo.
Eu sinto meu coração bater cada vez mais rápido conforme eu me lembro e a minha respiração ficar cada vez mais curta. Lágrimas crescem em meus olhos e eu sinto vontade de gritar. Levo uma mão até meu peito e a outra aos meus cabelos, os jogando para trás, enquanto ofego em busca de oxigênio.
Fecho os olhos e fico ali por um tempo. Tentando não me lembrar do que tinha acontecido. Tentando não me culpar como todo maldito dia. Eu vivia com a dor da culpa. Uma das piores dores.
Eu tento me convencer de que era o melhor a se fazer, de que não tinha sido minha culpa, eu era só uma adolescente. Mas nada, absolutamente nada me conforta.
Olho em volta e o quarto está totalmente escuro, apenas a luz da lua entra pelas frestas da janela.
Pego meu lençol e o trago até meu corpo me abraçando, numa tentativa de ficar mais consolada.
Acontece, que no fundo, Cora Thompson é completamente vazia. Eu não tenho com quem contar. Não posso ligar para Lana porque ela não sabe absolutamente nada do que aconteceu. Ian me ajudaria, mas também não sabe.
Eu estou sozinha. Completamente sozinha.
Eu sentia falta da minha casa, dos meus pais, mas eu não podia voltar. Eu não queria voltar nunca mais. Aquele lugar não me traz boas lembranças.
Quando vejo eu estou chorando. Os soluços são audíveis e eu abraço meu corpo. O choro se intensifica e eu coloco uma mão em minha boca para que abafasse os sons.
Respira, Cora. Respira.
Você vai vai morrer por isso.
Respira.
Foi o que eu repeti para mim durante um bom tempo, mas não funcionava. Eu arfava e o ar não entrava em meus pulmões, eu estava sendo cada vez mais consumida pelas lembranças do meu passado e eu não conseguia fugir.
E doía, porra como doía.
Eu ainda podia sentir as marcas dos dedos de Chase em meu corpo todas as vezes que eu fecho meus olhos e nem os meses de terapia que fiz foram suficientes para me ajudar.
Eu estava enlouquecendo.
Então numa tentativa desesperada eu ligo para a pessoa que eu sabia que poderia me ouvir essa hora.
O telefone chama quatro vezes, até que ele atende e eu seguro um soluço.
— Cora? — sua voz está normal, não parecia que ele estava dormindo.
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Perfect Disaster - PAUSADO
RomansaCora Thompson é uma mulher quebrada. Mas ninguém sabe. Ela disfarça suas dores com sorrisos, festas e garotos. Para muitos, Cora é o sonho de todos os homens; bonita, inteligente e perspicaz. Para outros ela não passa de uma garota fria, sem coraçã...