vinte e três

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Eu nunca fui o cara perfeito, nunca mesmo

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Eu nunca fui o cara perfeito, nunca mesmo. 

Na verdade, eu sempre passei longe de ser perfeito. Nunca me importei realmente com as pessoas e com o que elas pensavam ou sentiam, nunca me importei se minha palavras ou meus atos iam magoar alguém. 

Sempre vivi de maneira inconsequente, até porque sempre foi eu por eu mesmo. 

Durante toda a minha infância eu passava mais tempo com os empregados da casa do que com meus próprios pais. Tudo o que meu pai se importava era com sua empresa e minha mãe só queria saber de manter sua aparência impecável. No fundo, acredito que ela só teve eu e Trevor porque eles precisam de herdeiros. Eles nunca se importaram realmente e com o passar dos anos eu também parei de me importar. Parei de me importar com tudo e todos.

Parei de me importar se minhas atitudes magoariam ou não alguém.

Até ela aparecer. 

Até conhecer a garota de cabelos castanhos e olhos tempestuosos. 

Quando conheci Cora, eu estava apenas interessado em seu corpo e no prazer que eu poderia usufruir. Mas além de estar interessado em sua aparência, eu estava interessado em afetar Clarke e eu sabia que ela era uma carta na manga. O cara é apaixonado por ela, isso é um fato. Por mais que eles estejam afastados ultimamente, eu ainda posso ver a maneira que ele olha para ela, se Cora estalar os dedos, ele volta. Eu queria fazê-lo sofrer, mas com o passar do tempo, acho que acabei me interessando demais em Cora. 

A garota é interessante. Seu rosto, seus olhos, seu cabelo, são tão normais, mas combinados a fazem facilmente uma das pessoas mais bonitas que eu conheci. E então eu tive a oportunidade de conhecê-la melhor e entendi o porquê das suas atitudes, falas e comportamento. Cora foi machucada e acredito que vá muito além do que ela me diz. Sua cicatriz é muito mais profunda. Seus olhos são tristes. 

E desde então eu não consigo tirar ela da cabeça. 

Ela é como uma maldição que se infiltrou em cada parte de mim, cada veia, cada pensamento. Eu não consigo olhar para outras garotas sem evitar de compará-las com Cora Thompson e isso é uma injustiça porque elas nunca chegarão perto dela. 

E isso é fodidamente ridículo porque da última vez que me senti assim, eu caí. E foi doloroso.

E quando eu me vi, eu estava preocupado se eu tinha magoado Cora com a cena da biblioteca. Eu e Julie estávamos aos beijos entre as colunas de livros, enquanto eu tentava sentir algo. Eu precisava sentir algo que me tirasse Thompson da cabeça. Principalmente após ver a cena dela e de seu professor que eu nem ao menos faço questão de saber o nome. Eu fiquei incomodado pra caralho. 

Eu fui atrás dela na cafeteria para saber se ela estava magoada comigo e ela nem ao menos olhou em minha cara. Cora fez de conta que eu era um ninguém e eu soube que ela estava magoada. Ela podia não saber ou se dar conta, mas ela estava magoada e tinha sido minha culpa. 

Perfect Disaster - PAUSADO Onde histórias criam vida. Descubra agora