- Vocês já se conhecem? - Interrompeu Leonardo, com uma cara de interrogação.
- Sim, há mais ou menos 10 minutos. A gente acabou se esbarrando. - ele disse dando uma risadinha e indo em direção a minha mãe e dando um abraço, e em seguida dando uma bagunçada do cabelo do Lucas.
Ele me deu um abraço (que cheiro bom era aquele, meu Deus!) e um beijo no rosto.
- E não é que eu tive sorte? - ele sussurrou no meu ouvido. Não consegui conter o arrepio que senti percorrendo meu corpo com aquela voz rouca e a boca dele encostando na minha orelha.
A viagem de carro até nossa nova casa demorou mais que a de avião. Minha mãe ficou conversando sem para sobre a vida, a mudança, a casa nova e reclamando do meu irmão e de mim, pra variar. Típico de mãe querer envergonhar a gente na frente dos outros.
O Felipe foi dirigindo porque o pai dele não saía do telefone, conversando com clientes e resolvendo problemas do escritório. Vez ou outra eu olhava pro retrovisor e ele estava me olhando de volta. Finalmente chegamos no condomínio, e eu não pude deixar de reparar nas casas gigantescas de lá. Pelo visto, o Dr. Leonardo era muito bem sucedido.
Então o carro parou em frente a uma casa enorme, linda, com uma fachada de tirar o fôlego e uma porta de entrada gigante, de uns 10 metros de altura, toda em madeira. O jardim era incrível, cheio de flores muito bem cuidadas e uma grama aparada e tão verde que parecia de mentira. A entrada até a porta principal era toda de pedras, como um calçadão.
Felipe começou a tirar as malas e foi nos guiando pra dentro da casa. Era mais linda ainda por dentro. Hall de entrada, sala de jantar com pé direito alto, sala de tv com um telão enorme, escritório todo montado, 3 lavabos, 6 suítes, piscina com sauna integrada, academia, área gourmet com churrasqueira e forno de pizza... foi o que deu pra ver no tour que fizemos por alguns minutos.
Chegamos nos quartos, e pra minha surpresa, eu tinha uma suíte com closet. Entrei pro meu quarto e tranquei a porta. Já estava tudo arrumado, porque meu "quase padrasto" contratou uma empresa pra fazer toda a parte de mudança. Todas as minhas decorações antigas também já estavam no quarto, inclusive minha coleção de perfumes, os meus livros preferidos e claro, um poster gigante do Charlie Brown Jr., minha banda preferida da vida.
O quarto era minha cara! A decoração era toda em tons de verde e azul, bem cara de praia, tudo que eu mais amava. Do lado da minha cama, tinha um mural de fotos polaroid, e eles já tinham até colocado as fotos que eu separei na mudança, que eram minhas, da minha família, dos shows e viagens de todos meus amigos de Santos. Falando em amigos...
*CHAMADA DE FACETIME ON*
- Migaaaa, cheguei! - eu disse animada, enquanto olhava pra Mariana fazendo esteira dentro do quarto, toda descabelada.
- Lubis, conta tudo! Como é a casa? E seu padrasto? Tem algum gato nesse condomínio? Ai meu Deus, já tô morrendo sem você aqui, socorro.
- Amiga, é uma puta casa. Acho que vou ficar perdida aqui dentro. O mala continua mala né? Mas tá sendo educado e tentando dar uma de paizão. E nem te conto, o filho dele é um gostoso!
- Hahahahaha sua safada, já tá de olho no irmãozinho né? Isso é crime viu! Vou falar pro papai dele te processar. - caímos na risada.
No meio da conversa, alguém bate na porta. Sem desligar o telefone, abro a porta e dou de cara com o Felipe, sem camisa e me olhando de um jeito desconfiado, com um sorrisinho de canto.
- O que foi? - eu disse rezando pra ele não ter escutado um terço da minha conversa.
- Vim te chamar pra almoçar. Só falta você! - ele fala olhando pro meu celular, ainda aberto na conversa - ah, e manda um beijo pra sua amiga - e saiu dando uma piscadinha pra mim. Desliguei o telefone sem falar tchau e bati a porta, me jogando contra ela.
*CHAMADA DE FACETIME OFF*
Puta que pariu, ele ouviu tudo. Como eu sou otária. Também, não tinha como adivinhar que esse mala tava ouvindo atrás da porta né? Pronto, agora ele ia achar que eu tava dando corda pra ele. Se bem que ele é um gostoso mesmo, isso eu não posso negar. Luuuuííííísa.
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DESEJO PROIBIDO
RomanceAté onde você iria pelo amor você sente por alguém? Ultrapassaria os limites aceitáveis e quebraria as regras para se arriscar por uma paixão? Às vezes o amor nasce nos lugares mais inimagináveis. Ou talvez até comece com um desejo proibido.