— Nossa, onde você está indo tão arrumado? Parece um galã de novela. — minha mãe disse, dando um abraço e um beijo nele.
— Vou pra uma festa mais tarde. Precisando esfriar a cabeça. — ele deu uma olhada diretamente pra mim.
— E como foi lá no escritório? — Leonardo perguntou, chegando com o restante das malas.
— Tudo certo. Os processos estão todos encaminhados.
Fomos todos pra mesa jantar, a Marta já tinha deixado tudo preparado. O cardápio da noite foi filé à parmegiana com batatas. Durante o jantar, o Leonardo deu uma brilhante ideia:
— Filho, você devia levar a Luísa com você. Pra ela enturmar com seus amigos e conhecer gente. — (mal sabia ele que eu já tinha conhecido os amigos dele, inclusive dado uns beijos em um).
— Eu acho uma ótima ideia! A Luísa adora balada, em Santos ela saía de quinta a domingo, todo dia numa boate diferente, né filha? — minha mãe disse sorrindo pra minha direção.
— Ah mãe, tô cansada. — era mentira, eu só não queria sair com ele, por motivos óbvios.
— Não, tá decidido. Se você não for, o Felipe também não vai. Vamos crianças, hoje é sexta feira, vocês precisam sair! Além disso, vamos ficar com o Lucas assistindo desenho a noite inteira. — aquilo foi o suficiente.
— Vocês venceram. — levantei da mesa forçando um sorriso e subi pra me arrumar.
Coloquei um body decotado preto, uma calça de couro preta justa e um salto alto fino. Pra variar um pouco, fiz um babyliss no cabelo e passei um batom vermelho escuro, tomei um banho com meu perfume de noite, e peguei uma clutch vermelha, onde coloquei a carteira de motorista, meu cartão, o batom que passei e um trident.
Quando desci as escadas, estavam todos conversando na sala, e pararam pra me olhar. O Leonardo bateu palmas e minha mãe ficou falando de como eu era linda e que ela tinha feito um ótimo trabalho.
Mas o que eu reparei mesmo foi o Felipe me olhando. Ele olhava daquele jeito que me fazia arrepiar, tanto que minhas pernas tremeram, mas tentei manter o foco, estava determinada a esquecer o que tinha acontecido entre a gente.
— Vamos? — ele falou, levantando do sofá, e me estendendo a mão.
— Juízo meus amores. — eles disseram e fecharam a porta.
Ele abriu a porta pra mim, eu entrei e instintivamente liguei o som. A música que estava passando era "Sweather Weather - The Neighbourhood". Ele entrou no carro e seguimos viagem.
"Toque o meu pescoço e eu tocarei o seu
Você nesse pequeno shorts de cintura alta, oh
Ela sabe o que eu penso sobre
E o que eu penso sobre
Um amor, duas bocas
Um amor, uma casa
Sem camisa, sem blusa
Apenas nós, você vai descobrir
Nada que eu não queira te contar."Não tinha como não pensar na gente e no nosso beijo. Eu vi que ele também estava prestando atenção na letra, impaciente. Ele me olhou e eu disfarcei, pegando o celular. Até que enfim ele quebrou o silêncio:
— Essa música é foda. — ele disse, batucando os dedos no volante no ritmo da música.
— Muito. — olhei pra ele e sorri. Tive certeza de que ele estava pensando o mesmo que eu, mas deixei passar.
— E a propósito, você tá linda.
Fiquei vermelha e agradeci, e seguimos viagem em silêncio, até que chegamos na boate. Já tinha uma turma na entrada esperando a gente. Reconheci alguns rostos, como o do Vitor, da Bruna, do Pedro e do... Mateus. Já tinha alguns dias que eu ignorava as mensagens dele, que apesar de ser um gato, forçava muito a barra e era muito heterotop,
Olhei mais pra trás e vejo outras meninas e... a Duda. Maria Eduarda, olha ali ela de novo. Loira platinada de farmácia, olho azul, alta, magra igual um palito. Ela tava com um vestido tão curto que quase dava pra ver a etiqueta da calcinha e uma maquiagem super carregada, cílios postiços enormes, um batom rosa e as unhas com alongamento, enormes, parecendo umas garras, pintadas numa francesinha com pedrinhas coladas. Piriguete, pensei.
— Falaaaa. — Felipe chegou fazendo graça e abraçando todo mundo. — partiu?
— Oi gente!!! — eu cumprimentei todos e fomos entrando pra boate e logo subindo pra área vip. Os meninos pediram uns três combos de gin com energético e eu fiz um copo bem caprichado. Fiquei junto com a Bruna e fomos dançar na pista. Uns caras chegaram na gente, mas logo dei um perdido e fui no banheiro. Encontrei a Duda na porta do banheiro, pendurada no pescoço do Felipe, e escutei ele dizendo que não tava afim. Ignorei (pelo menos fingi).
— Desde que aquela guria mudou pra sua casa você ficou esquisito. O que rolou?
— Tá louca garota? Não rolou nada. — Ele falou soltando ela. — Não tem nada rolando nem lá, e nem aqui. Falou! — e deu as costas. Eu não contive o riso.
Assim que saí do banheiro, voltei pra área vip pra encher meu copo. Tinha prendido meu cabelo num rabo de cavalo alto porque já estava ficando suada. Tomei uns bons goles e comecei a dançar com as meninas que estavam ali. Pude notar que o Mateus não tirava o olho de mim. Mas eu não era a única que tinha notado.
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DESEJO PROIBIDO
RomanceAté onde você iria pelo amor você sente por alguém? Ultrapassaria os limites aceitáveis e quebraria as regras para se arriscar por uma paixão? Às vezes o amor nasce nos lugares mais inimagináveis. Ou talvez até comece com um desejo proibido.