O apartamento estava com as luzes apagadas, mas com o chão coberto por velas e flores. Peônias, as minhas favoritas. Fui andando apreensiva, e comecei a escutar uma música bem baixinha, que parecia vir da sacada. Quando cheguei lá, não conseguia me mexer, só conseguia chorar.O Felipe estava lá, sentado numa cadeira, com um violão na mão, cantando uma das minhas músicas preferidas. Em volta dele, mais velas e dois buquês de flores em cima da mesinha de madeira.
Aqui estou na difícil missão de levar à você
Uma mensagem que possa ser
Como uma luz ou um mantra
Nós não somos mais crianças
Um dia acontece, a gente tem que crescer
Temos que encarar a responsa
Eu não deixei de achar graça nas coisas
Simplesmente, hoje quero ser levado à sério
As coisas mudam sempre, mas a vida não é só como eu espero
Existe um dom natural que todos temos
Nossas escolhas vão dizer pra onde iremos
Mas se for pra falar de algo bom
Eu sempre vou lembrar de você
Difícil não lembrar do que nunca se esqueceu
Fácil perceber que seu amor é meu
Difícil não lembrar do que nunca se esqueceu
Fácil perceber que meu amor é seu
Eu quero estar amanhã ao seu lado quando você acordar
Eu quero estar amanhã sossegado e continuar à te amar
Eu quero um sonho realizado, uma criança com seu olhar
Eu quero estar sempre ao seu lado, você me traz pazParecia um sonho. Cada detalhe parecia ter sido pensado milimetricamente. Até as cordas do meu violão estavam afinadas. Quando ele acabou, colocou o violão de lado e veio até minha direção, se ajoelhando e me entregando uma pequena caixinha vermelha. Dentro dela, tinha um colar de ouro, com um pingente de borboleta em tons de azul.
- Luísa, namora comigo? - ele disse, com os olhos brilhando, segurando para não chorar.
- Felipe... é claro que eu namoro com você. - respondi, em prantos. - essa foi a coisa mais linda que já me aconteceu. Obrigada.
- Eu te amo. - ele disse
- Eu também amo você. - nos abraçamos e perdemos a noção do tempo.
(...)
ALGUM TEMPO DEPOIS
Seis meses se passaram desde o pedido que mudou minha vida de cabeça pra baixo. Desde então, eu e o Felipe estávamos namorando à distância. Ele vinha pro Rio quase todo final de semana, já que minha rotina era bem mais puxada. Eu já estava no meu segundo ano da faculdade, e adiantei algumas matérias práticas. Meu tempo era curto e desde o aniversário dele, não voltei pra São Paulo mais.
Meus pais vinham me visitar às vezes, meu pai até mais que minha mãe, já que ele amava o litoral. Nossos fins de semana juntos se resumiam em praia, surf e muito sol. Meu irmão sempre vinha junto também, e posso até dizer que ele não era mais tão peste assim.
Minha mãe e o Leonardo também me visitavam pelo menos uma vez no mês, e sempre que tinham alguma reunião de negócios ficavam hospedados no meu apartamento. Eu adorava a companhia deles. E eles adoravam o fato de eu ter me aproximado tanto do Felipe, já que ele sempre fazia questão de vir junto com eles.
Nesse meio tempo, o Tomaz ficou infernizando a minha vida. Segundo ele, estava arrependido e queria voltar. Me pedia mil desculpas pelo que tinha feito, e ao mesmo tempo me ameaçava que se eu não voltasse pra ele, ele iria contar pra todos sobre meu caso com o Felipe. Óbvio que eu não caí nas ameaças e ele acabou desistindo. Agora ele está em uma viagem pela Europa, e pelo que fiquei sabendo, vai ficar pelo menos 6 meses por lá.
A Maria Eduarda continua namorando com o Mateus, o que, convenhamos, é meio estranho, e de vez em quando ela ainda manda mensagem pro Felipe querendo dar uma de "amiga", mas sempre tentando descobrir quem é a tal menina que fez ele se apaixonar e largar ela. Bom, pelo menos ela não tá enchendo o meu saco mais.
Felipe estava encerrando seu último período na faculdade, e eu estava de férias, voltando pra São Paulo. Logo já era natal, e íamos ficar a família toda reunida. Antes, teria a formatura do Fê, a colação de grau, a missa e o baile! Três dias de festa e muita comemoração.
(...)
Terminei de arrumar as malas e parti pra SP. A viagem foi tranquila e milagrosamente, sem muito trânsito. Cheguei em casa por volta das 14:00 horas e estava tudo uma loucura. A decoração do jantar de formatura se misturando com a de Natal, umas 20 pessoas circulando de um lado pro outro com mesas, cadeiras, arranjos, barris de chopp, docinhos, aparelhos de som e iluminação. Até que achei um rosto conhecido no meio da multião.
- Mãããããe. - soltei minha bolsa e abrecei minha mãe, toda despenteada, que segurava um arranjo de flores. - que saudade.
- Oi minha princesa, como foi de viagem? Já estava morreeeendo de saudades. Vem, me ajuda com isso. - ela me puxou e me arrastou pelo salão, mostrando cada detalhe da decoração que ela mesma tinha preparado. Ela estava tão empolgada que parecia que era um filho dela que estava se formando. Isso me deixou meio mal, mas relevei e fiquei feliz por ela gostar tanto do Felipe.
Ajudei ela a terminar alguns ajustes, e subi pra desfazer minhas malas. Tinha hora marcada no salão e ia fazer meu cabelo, unha e maquiagem. Tomei um banho rápido, vesti um vestido soltinho e uma rasteirinha e fui pro salão de beleza.
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DESEJO PROIBIDO
RomanceAté onde você iria pelo amor você sente por alguém? Ultrapassaria os limites aceitáveis e quebraria as regras para se arriscar por uma paixão? Às vezes o amor nasce nos lugares mais inimagináveis. Ou talvez até comece com um desejo proibido.