XXVII. Closet

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Ali mesmo, naquele closet, sem dizer nenhuma palavra, me enrolei nos braços daquele homem. Lágrimas rolavam pelo meu rosto e pelo dele. Começamos a nos beijar com delicadeza, olhando um pro outro assustados. Até ele me puxar mais pra perto, pressionando seu corpo contra o meu.

Ele me deitou no carpete enquanto percorria a mão pelo meu corpo. Os beijos foram ficando mais quentes, mais fortes e mais apaixonados. Ele sussurrava no meu ouvido "eu te quero pra mim", "você é a mulher da minha vida", e eu arrepiava com cada palavra que ele dizia. Ele mordia meu pescoço enquanto eu o apertava com firmeza, até ele arrancar meu sutiã.

Ele introduziu os dedos dentro de mim, e eu dei um gemido abafado, fechando os olhos de prazer. Depois, ele lambeu os dedos, e voltou a me beijar com força, enquanto eu desabotoava sua calça e o colocava dentro de mim. Enquanto ele se movimentava, eu gemia, pedindo mais, mais forte, mais rápido. Eu queria mais dele, sentir ele por inteiro.

- Você é minha. - ele falava, excitado, enquanto fazia movimentos bruscos e segurava minhas pernas com força. Foi melhor ainda que a primeira vez. Enquanto eu tentava controlar os gemidos, ecoava na minha cabeça ele repetindo que me amava. Eu estava em êxtase.

- Eu acho... que eu vou... - falei ofegante, cravando minhas unhas em suas costas. Soltei um gemido alto e senti minha pelve se contraíndo. Tive um orgasmo. E logo em seguida ele também teve. No fim, ele se deitou ao meu lado e eu o abracei, com força, sem dizer mais nada. Acabamos cochilando ali, abraçados no carpete do closet.

(...)

Acordei sem entender o que estava acontecendo, deitada na minha cama, vestida com uma camisola de algodão. Sabia como tinha acabado minha noite, mas não me lembrava de ter saído do closet, muito menos de ter me vestido e deitado na cama. Olhei no relógio e eram 10 horas da manhã. De repente o Felipe entra no quarto.

- Bom dia! Tudo bem por aí? - ele perguntou, vindo em minha direção e me dando um beijo na testa. Eu amava quando ele fazia isso.

- Bom dia.  Mais ou menos. Tô com dor de cabeça. E confusa. Como eu vim parar aqui? 

- Você acabou dormindo ali no carpete, eu te coloquei na cama, vesti essa camisola que eu sei que você gosta, e desci pra mandar o pessoal embora. Como eu também acabei cochilando, só tinham mais algumas pessoas lá embaixo, e todas muito loucas pra notar o meu sumiço. Então fui pro quarto dormir e deixei o pessoal ir embora por conta própria.

- Ah sim. Péssimo anfitrião você! - rimos. - Desculpa, mas eu tenho que te perguntar, porque ontem eu fiquei sem entender. Cadê a Maria Eduarda? - revirei os olhos.

- Bom, eu ia te falar ontem mas... não deu tempo - ele me olhou com uma cara de safado, me fazendo lembrar da noite anterior. - ela está num treinamento em Belo Horizonte, vai ficar lá durante duas semanas, tem uns três dias que ela viajou.

- E ela perdeu seu aniversário? Nossa, nem consigo acreditar! Ela sempre foi tão... hmmm, querida? - falei, fazendo uma cara de debohe.

Ele riu. Me contou que ultimamente os dois andavam brigando mais que o normal e que ele tinha pedido um tempo, assim que ela viajou. Mesmo assim, ela ficava enchendo o celular dele de mensagens e ligações, e mandava vários áudios chorando desesperada. Mas pra ele, não tinha mais jeito. Acabou.

- Mas, já que você perguntou, e o Tomaz? - ele quase não conseguiu pronunciar o nome dele. Eu baixei a cabeça, envergonhada, e disse:

- Bom, ele ficou no Rio, porque tinha uma reunião por lá. Preferiu que eu ficasse essa semana com minha família, curtindo todos vocês, já que eu estava tanto tempo longe.

- Vocês parecem se dar bem. - ele disse, numa boa.

- Sim, ele é uma pessoa boa. Faz de tudo por mim, é muito companheiro. Não tenho do que reclamar. Ele está do meu lado sempre, e tem sido um ombro pra chorar, porque fico muito tempo sozinha. Ele é perfeito... - ele foi se esquivando, com os olhos tristes, até eu completei: - mas... ele não é você.

O sorriso dele se abriu e eu levei uma surra de beijos, era como se ele não acreditasse no que tinha acabado de ouvir. Os olhos dele estavam marejados, o que me deixou ainda mais certa do que eu estava sentindo.  Eu comecei a rir, porque ele estava me fazendo cócegas, e puxei ele pra cama, fazendo-o deitar comigo. Ficamos o resto da manhã deitados conversando e fazendo carinho um no outro, até nossos pais chegarem pro almoço.

(...)

Os outros dias foram incríveis. No domingo fomos almoçar em família numa churrascaria famosa, e enquanto comíamos a sobremesa, o Felipe passava a mão em mim por baixo da mesa. Realmente, esse tempo todo se desejando nos deixou um pouco fogosos além da conta, e resolvemos aproveitar cada segundo. Quando fui pro banheiro ele foi atrás e me puxou pra um reservado. Tentamos faze o mínimo barulho possível naquele banheiro minúsculo, ele com as calças arriadas, me segurando contra a porta, tapando minha boca com a mão.

Segunda fomos correr num lago perto do condomínio. Terminamos e fomos tomar uma água de coco, até que o Felipe viu que tinham pedalinhos no lago, e cismou que a gente tinha que andar num. Foi aquela cena bem de filme da sessão da tarde, mas nós nos divertimos muito. Terminamos nossa tarde comendo pipoca deitados na grama observando os patinhos no lago. 

Na terça treinamos Crossfit no box que ele estava frequentando, e depois fomos no shopping fazer compras. E eu ajudei ele a escolher um tênis novo, e ganhei de presente uma bolsa linda da Schutz. Depois de andar pelo shopping, comemos burguer king com muita batata e sorvete de sobremesa, e depois voltamos pra casa. 

Fizemos uma maratona de filmes antigos na quarta, e nos empoleiramos os quatro no sofázão (apelidamos assim, porque ele cabia tranquilamente umas vinte pessoas). Fizemos quase 1 kg de pipoca e mais 1 kg de brigadeiro, e juntos tomamos três garrafas de Coca-Cola 2 litros. Assistimos Harry Potter, o Senhor dos Anéis, Titanic e curtindo a vida adoidado. Acabamos dormindo todos por ali, eu, Felipe, minha mãe e o Léo. Dormi com ele fazendo carinho no meu cabelo. Nossos pais estavam achando ótimo o fato da gente estar "se entendendo" e criando laços de irmãos. Mal sabiam...

Toda noite o Felipe ia de fininho pro meu quarto, pra que a gente dormisse juntos, e acordava no meio da madrugada, pra ninguém desconfiar. Toda vez eu sentia um frio na barriga esperando ele chegar, e um aperto no peito na hora que ele tinha que voltar pro quarto dele. Como eu queria poder dormir com ele a noite toda. Eu não queria viver às escondidas. Isso me machucava. Queria que a gente pudesse ficar junto, sem dever nada pra ninguém, sem nenhum julgamento. Isso me deixava pensativa pelo resto da madrugada.

Enfim, como eu ia embora na sexta, quinta feira resolvemos sair, só nós dois, pra um barzinho. Me arrumei, ele também, e fomos. Escolhemos um lugar bem distante pra que a gente pudesse ficar a vontade, e não precisasse esconder de ninguém. Chegamos lá de mãos dadas, ele estendeu a cadeira pra mim e nos comportamos pela primeira vez como dois namorados.

A noite foi maravilhosa, bebemos, rimos, dançamos e nos divertimos muito. Um senhor e uma senhora vieram falar pra gente que nós dois fizemos eles se lembrarem de quando começaram a namorar, a mais de cinquenta anos atrás. Me emocionei com a história, e mais ainda, em imaginar meu futuro com o Felipe, como seria daqui uns anos...

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