XV. Balada (parte 2)

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Vi o Felipe fuzilando o Mateus com os olhos, que me olhava com uma cara de quem queria tirar minha roupa. Eu continuei dançando sem me importar. De repente, o Mateus chega atrás de mim e começa a dançar, se esfregando, e eu tentei sair de perto mas ele começou a me segurar, até que eu virei pra ele e disse.

— Mateus, eu realmente não tô afim... — ele me puxou e me beijou a força. Enfiou a língua na minha boca enquanto me apertava firme, e eu tentando empurrar ele — Tá maluco??? - e com toda a força que eu tinha, virei um tapão na cara dele. Ele começou a segurar meu braço com força e me xingar de puta pra baixo.

— Sua patricinha do caralho! Tá achando que é quem? Vagabunda!!! — ele gritava apontando o dedo na minha cara.

— Que porra é essa??? Perdeu a noção moleque? Respeita ela caralho. — Felipe entrou no meio, falando alto e empurrando o peito do Mateus.

— Ih, chegou o defensor da irmãzinha. Tá preocupado com ela ou com ciúme porque fui eu que peguei? — dessa vez o Felipe que não se segurou, meteu um soco no meio da cara do Mateus, que caiu pra trás, derrubando uma garrafa de vodka do outro bistrô no chão. O nariz dele começou a sangrar e todo mundo entrou no meio, segurando o Felipe pra não ir pra cima.

— Mateus, vaza daqui! — um dos meninos gritou, levantando ele e o empurrando pra fora da boate. — dois seguranças vieram segurando ele pelos braços e tirando ele de dentro da área vip. Nisso, o Felipe pegou meu braço e me levou pra área de fumantes. Ele ainda estava bufando e eu tremia de raiva. Que cara idiota. Ele sentou num banco e segurou as minhas mãos.

— Você tá bem? — ele pergunta me olhando com uma cara triste, como se tivesse culpa pelo que tinha acabado de acontecer.

— Tô. Só tô com raiva. O tapa que eu dei foi muito fraco. — resmungo olhando pra minha mão, que estava vermelha e ardendo. — aaaiii. — Então ele pegou minha mão e deu um beijo, e ficou fazendo carinho nela, enquanto escorou a cabeça na minha barriga e abraçou meu corpo.

— Obrigada por cuidar de mim. — dei um beijo no seu rosto. Ele me segurou, me fazendo ficar de frente pra ele e disse, olhando no fundo dos meus olhos:

— Sempre vou cuidar de você, Luísa.

Um tempo depois voltamos pro nosso lounge. O clima tinha ficado meio estranho por causa da briga, mas logo o pessoal esqueceu e voltou ao propósito de ficar muito louco. Curti muito junto o Felipe, bebemos, dançamos juntos, rimos muito e nem vimos a hora passar. Quando olhei no celular, já era 05:30 da manhã. Chamei ele pra irmos embora e nos despedimos do pessoal. Demos uma carona pra Bruna e fomos pra casa.

Subi direto pro meu quarto e já fui tirando a roupa. Entrei no chuveiro e tomei um banho quente e demorado. Coloquei um conjunto de lingerie de renda branco, porque não conseguia dormir sem sutiã, e sai do banheiro. Levei um susto com o Felipe sentado na minha cama.

— Precisamos conversar. — ele disse, ignorando o fato de que eu estava só de lingerie.

— Tudo bem. Mas preciso me trocar. — falei, pegando uma camisola branca no closet.

— Eu não vou olhar. — ele disse, tapando os olhos com a mão. Vesti e ele tirou a mão do rosto.

— Senta aqui. — ele deu um tapinha na cama. — precisamos falar sobre o que aconteceu.

— Na festa? Tá tudo bem, sério, não precisa se preocupar. — me fiz de desentendida.

— Você sabe muito bem que não é disso que eu estou falando. Estou falando daquela noite na cozinha. Eu fiquei a semana toda pensando nisso, no que aconteceu e...

— E foi um erro. — eu completei. — Nós fomos muito inconsequentes e foi um momento de loucura. Vamos fingir que isso nunca aconteceu. — ele ficou sem palavras.

— Você acha que foi um erro? — ele me questionou, colocando sua mão em cima da minha.

— Eu a-acho. - gaguejei. — você agora é meu irmão. Isso é errado em todos os sentidos.

— Irmãos não fazem o que fizemos. — ele falou, pegando na minha cintura e passando a mão no meu rosto. Me trouxe pra perto dele e completou: — irmãos não sentem o que sentimos.

Ele estava com hálito de hortelã, porque tinha acabado de escovar os dentes. O cabelo dele tava molhado e despenteado, e ele usava apenas uma samba canção azul marinho. Ele tocou minhas bochechas, e deu um beijo na minha testa. Desceu um pouco e encostou o nariz dele no meu, roçando um no outro, abriu um sorriso e me deu um selinho.

— Boa noite. — e se levantou.

Quando ele estava abrindo a porta pra sair do quarto, eu dei um pulo da cama e fui em sua direção. Puxei ele de volta e comecei a beijá-lo, encostando o corpo dele na parede. Não posso mais segurar isso. A minha boca pedia pela dele. A língua dele era sempre quente, os lábios muito macios. Eu dava mordidas de leve e continuava o beijando, enquanto percorria a mão pelo seu corpo, sua nuca, suas costas. Continuamos nos beijando por muito tempo e nos empurrando pelo quarto, até cairmos na cama. Eu fiquei por cima dele, até que ele me virou de uma vez, ficou em cima de mim e parou, me segurando.

— Você me deixa louco, sabia? — eu dei um sorriso malicioso e o puxei de volta pra mim.

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