Conversei com ele por mais alguns minutos e combinamos de sair no outro dia, que seria um sábado. Ele me chamou pra andar de Wake Board num lugar que ele era sócio e eu topei na hora. Ia matar um pouco minha saudade de praia, surf e de fazer wake, um dos esportes que eu mais gostava. Subi as escadas pulando de alegria e fui deitar, sorrindo de orelha a orelha. Que noite, meus amigos... Que noite.
No sábado durante o almoço avisei minha mãe que ia sair com um amigo pra andar de Wake, e todos ficaram super curiosos pra saber quem era. Contei que era o Tomaz e o Leonardo abriu um sorriso grande, pois o adorava e era muito amigo do pai dele.
— Que bom que vocês se deram bem Luísa, o Tomaz é um ótimo garoto, e agora está mais focado que nunca na carreira e na empresa. Divirtam-se muito. — ele falou, comemorando enquanto levantava o copo de suco de laranja.
— Esse é o menino bonito de ontem, que vocês saíram de fininho da festa? Ele era um gato. Pra onde vocês foram, mocinha? — minha mãe disse, dando uma risadinha.
— Esse mesmo, fomos pra um barzinho na Rua Augusta. Ele é bem legal. Vamos nos conhecer melhor hoje. — sorri e voltei a comer, enquanto olhava insistentemente as escadas, estranhando a demora do Felipe descer. Quando de repente...
Felipe desceu as escadas. Acompanhado da MARIA EDUARDA! Eu não tava acreditando no que tava vendo. Ela tava usando a mesma roupa da noite anterior, um vestido colado (pra variar né) preto, e com uma camiseta do Felipe por cima. O cabelo dela tava todo desarrumado e ainda tinha resto de rímel borrado no olho. A noite deles também deve ter sido boa. Que ódio.
— Que cara é essa Luísa? — Leonardo me perguntou preocupado, e percebi que não estava conseguindo disfarçar.
— Nada, acho que esse arroz tá salgado demais, só isso. — e tomei um copo de suco, tentando me controlar.
— Bom dia, família. — Felipe disse. — Marta, pode trazer mais um prato?
— Bom dia, pessoal. — a vagabunda disse na cara mais lavada do mundo. Folgada, pensei.
— Duda, não sabia que você tinha passado a noite aqui. — disse Leonardo, dando uma olhada séria pro Felipe, como se quisesse chamar sua atenção pelo acontecimento.
— Sim tio Léo (que forçada!) — ela disse soltando um risinho. Juro, quase vomitei.
— Então gente, bom almoço pra vocês, tenho que ir porque já tá na minha hora. Um beeeijo. — levantei da mesa e fui pro meu quarto terminar de arrumar. Desci 10 minutos depois, só coloquei um short jeans, uma camiseta cavada da John John e uma rasteirinha. Peguei uma bolsa maior com toalha, uma camiseta manga longa com proteção UV e protetor solar. Desci as escadas, e pra minha surpresa, o Tomaz estava na sala me esperando, junto com toda minha família (e a folgada).
— Luísa. — ele falou, vindo na minha direção e me dando um abraço e um beijo no rosto.
— Oi, demorei? — perguntei retribuindo o beijo no rosto.
—Um pouquinho, mas valeu a pena. — ele me girou. Ficamos rindo e ele foi se despedir.
— Não me esperem acordados. — brinquei. Demos as mãos e saímos. Não pude deixar de notar a expressão do Felipe, mesmo estando sendo abraçado pela demônia da Duda, parecia decepcionado comigo. Ué, só ele podia se divertir?
(...)
O dia foi incrível, o clima tava ótimo, o sol tava quente e quase não tinha nuvens no céu. Matei a saudade do Wake, e o Tomaz ficou impressionado comigo, dizendo que eu era muito melhor que ele. Ficamos o dia inteiro andando e no final da tarde deitamos no deck e ficamos conversando e tomando água de coco. Eu tava curtindo muito a vibe dele, os papos eram legais, ele não era esnobe, muito pelo contrário, tratava todo mundo muito bem. Curtimos muito, abraçados vendo o por do sol no lago.
Antes de ir embora, paramos numa barraquinha de cachorro quente e pedimos dois hot dogs completos, e ele me fez comer com purê de batata. Fiquei com um pouco de nojo, mas até que gostei. Depois disso, ele me levou pra casa e estacionou o carro, e ali passamos mais de uma hora conversando, ouvindo música e trocando carinhos.
Cheguei em casa com o rosto queimado de sol e uma cara de boba que entregava o quanto tinha sido incrível meu dia com ele. Subi pra tomar banho e resolvi assistir alguma coisa na sala de tv. Preparei uma pipoca com manteiga e um copo de refri gigante e fui assistir Outerbanks.
Horas depois, minha mãe ainda não tinha chegado com o Leonardo e o Lucas. Eles estavam no aniversário do filho de algum cliente deles, e pelo jeito não ia ter jantar. Sai do sofá e fui na cozinha pra ver se tinha algo pronto, e encontrei com o Felipe sentado na bancada, comendo um Hot Pocket.
— E aí, como foi o passeio? — ele perguntou com desdém.
— Ótimo. — respondi, mordendo o lábio, provocando. Ele revirou os olhos. Abri a geladeira procurando qualquer coisa.
— Não tem nada aí. Só Hot Pocket. Se quiser esquento um pra você. — ele falou de boca cheia.
— Eu sei me virar. — bati a porta da geladeira e coloquei o hambúrguer pra esquentar. Fiquei esperando os segundos passarem e vendo o Felipe me olhar pelo reflexo do microondas de inox.
— Como foi a noite? — perguntei debochando. Ele engasgou.
— Foi boa. — ele falou tomando um gole de Coca-Cola. O microondas apitou e eu peguei o lanche, e fui saindo da cozinha. — Luísa... — ele disse, querendo se justificar.
— Me poupe! — virei as costas e saí.
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DESEJO PROIBIDO
RomantikAté onde você iria pelo amor você sente por alguém? Ultrapassaria os limites aceitáveis e quebraria as regras para se arriscar por uma paixão? Às vezes o amor nasce nos lugares mais inimagináveis. Ou talvez até comece com um desejo proibido.