... A campainha tocou. Droga. Me levantei num pulo e comecei a procurar minhas roupas, que estavam longe demais pra ir buscar. Me enrolei na toalha e o Felipe subiu as escadas correndo, pra fingir que estava no quarto. Fui atender a porta, como se tivesse acabado de sair do banho.
— Oi gata. — Mateus chegou entrando pra dentro sem pedir licença e me deu um selinho. Dei um passo pra trás, sem entender nada.
— Oi. Aconteceu alguma coisa? — perguntei, enquanto segurava a porta com uma mão e a toalha com outra.
— Vim te ver, morena. — ele disse já se jogando no sofá.
— Você podia ter me ligado ou mandado um whats, eu tava no banho.
— É que eu gosto de falar pessoalmente sabe? Não curto mensagem não. E outra, a gente pode terminar de tomar banho juntos. — ele falou me puxando pra perto. Nisso o Felipe desceu as escadas, já vestido com uma bermuda e uma camiseta.
— E aí mano, o que tá fazendo aqui? — eles se cumprimentam com um "soquinho".
— Vim curtir minha morena um pouco. — ele disse me puxando mais pra perto, enquanto eu tentava me esquivar. Estava pedindo socorro com os olhos. O Felipe entendeu meu recado.
— Suave mano, mas a Luísa tava no banho, e ela tem que terminar de se arrumar pra irmos resolver umas coisas pro meu pai.
— Mas hoje é domingo, meu. — ele falou bufando, enquanto olhava pra mim, como se estivesse esperando a permissão pra ficar.
— Ah, mas é por isso mesmo. Durante a semana eu não tenho tempo. É urgente e estamos com pressa. — eu o interrompi. Levantei e fui rumo as escadas. — qualquer coisa me liga.
Fiquei com o cara uma vez e ele já pensa que pode vir na minha casa a hora que quer? Entrei pro chuveiro e comecei a lembrar da cena de minutos mais cedo e fiquei arrepiada só de pensar. Meu corpo ardia, eu tava morrendo de vontade de sentir aquele beijo. Eu tava ficando louca já. Precisava tirar isso da cabeça. Coloquei um vestido fresco, sequei meu cabelo, passei meu perfume de sempre e desci as escadas novamente. Felizmente, o traste do Mateus já tinha ido embora. Fui pra sala de tv e só escutei a voz do Felipe vindo do escritório:
— Eu avisei. — consenti sozinha com a cabeça e sai bufando. Coloquei um filme pra assistir na TV. Escolhi "Crossroads" e comecei a ver, até pegar no sono. Acordei por volta das 20:00 horas com o telefone tocando.
* LIGAÇÃO ON *
Sílvia: Filha, tá aí?
Luísa: Hmm, oi, tô mãe, tava dormindo.
Sílvia: Como está tudo aí? Comeu? Dormiu bem? Tá precisando de alguma coisa? E o seu irmão?
Luísa: Tá tudo ótimo, sim, sim e não. E meu irmão está com meu pai em Ubatuba, ué.
Sílvia: Eu estou falando do Felipe.
Luísa: Ele não é meu irmão!
Sílvia: Essa conversa de novo? Esquece. Liguei pra ver como vocês estavam. Por aqui tá tudo bem, amanhã começa a correria. Qualquer coisa é só ligar. Te amo filha.
Luísa: Tá bom. Te amo. Beijo!
* LIGAÇÃO OFF *
Levantei do sofá e fui pra cozinha, pra minha surpresa, tinha um jantar pronto pra mim. Macarrão à bolonhesa. Estranhei o silêncio, mas imaginei que o Felipe estava dormindo. Comi e subi pro meu quarto pra escovar os dentes e deitar. Já estava dormindo, até que acordei com um barulho estranho. Olhei no celular e já era 02:00 da manhã. Assustada, levantei da cama de uma vez e abri a porta do quarto. Era o Felipe... e a Duda.
Os dois entraram cambaleando, parecia que estavam bêbados, e começaram a se agarrar na entrada mesmo. Ela já chegou tirando a blusa dele e o empurrando em direção ao sofá.
— Calma, vamos pro quarto. — ele falou em meio aos amassos.
— Tá com medo da sua irmãzinha acordar? — ela provocou, tirando a blusa e rodando no ar. VAGABUNDA!
— Só não acho legal, vem, vamos. — ele deu a mão pra ela e começaram a subir as escadas. Eu fechei a porta com todo cuidado morrendo de medo de eles terem me visto, e voltei pra cama. Claro que não consegui dormir o resto da noite, escutando os gemidos escandalosos da Maria Eduarda por exatos 30 minutos, 3x durante a noite... e pensando em como eu fui idiota em quase ter feito sei lá o que com meu irmão postiço. Ia ser só mais uma na lista dele.
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DESEJO PROIBIDO
RomanceAté onde você iria pelo amor você sente por alguém? Ultrapassaria os limites aceitáveis e quebraria as regras para se arriscar por uma paixão? Às vezes o amor nasce nos lugares mais inimagináveis. Ou talvez até comece com um desejo proibido.