XXX. Surpresa

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Por mais estranho que pareça, tive uma noite tranquila. Avisei meus amigos que tinha ido embora por conta do acontecido e que depois mandava uma mensagem contando mais detalhes. Virei pro lado, e quando estava prestes a dormir, resolvi digitar uma mensagem pro Felipe, coisa que não fazia há um tempo.

* WHATSAPP ON *

Lu: Saudade. ❤️

* WHATSAPP OFF *

Joguei o celular pro lado e cai no sono profundo. Sonhei a noite inteira com o Felipe, e minha saudade apertou mais ainda em sonho. Só queria ele perto de mim.

No meu sonho nós estávamos num lugar lindo, parecia uma praia, com a água bem azul. Nós dois estávamos vestindo roupas brancas, e sorríamos um pro outro com um olhar apaixonado. Ele falava várias coisas bonitas enquanto olhava fixamente pra mim, e eu retribui, dizendo palavras de amor. De repente, ele pega uma caixinha no bolso e tira um par de alianças. É aí que eu percebo vários rostos conhecidos em nossa volta. Nossos pais, os amigos, toda a família. Era o nosso casamento.

Acordei de manhã com o interfone tocando. Liguei o visor do celular e já era 10:00 da manhã. Que sacoooo. Se fosse o Pedro eu ia xingar muito ele, sábado era meu dia de acordar tarde e ele sabia disso.

* INTERFONE ON *

- Dona Luísa, encomenda pra senhora.

- Já vou buscar Ronaldo, obrigada!

- Não, pode deixar que eu levo aí no apartamento. Já subo.

- Ok. - estranhei um pouco, porque não é de costume dele subir, mas dei de ombros e fui vestir uma calça de moletom, pois estava só de blusa e calcinha. A campainha do apartamento tocou e eu fui atender.

- Bom dia Ronal... - fiquei de boca aberta. Simplesmente pulei no colo dele de uma vez e me pendurei igual um coala. - FELIPE!!!! O que você tá fazendo aqui? - perguntei, enquanto o abraçava com força e saudade. Eu estava sem entender se era um sonho ou real.

- Eu li sua mensagem, e vim resolver seu problema. - ele disse, entrando com a mala. - tudo bem se eu ficar?- ele fez uma cara de manhoso.

- Tudo bem??? Tudo ótimo!!! A casa é sua! - disse, dando pulinhos de alegria e o puxando pra dentro do apartamento.

(...)

Mostrei cada canto do apê pra ele, já que ele nunca veio me visitar todo esse tempo. Depois do tour, nos jogamos no sofá e começamos a conversar, como se não tivéssemos ficado os últimos meses afastado.

- Então, finalmente acabou tudo entre a Maria Eduarda e eu. Eu contei pra ela que estava apaixonado por outra pessoa, e que não dava mais pra levar adiante. Ela chorou, esperneou, mas aceitou. Já até está namorando um outro cara, conhecido nosso... o Mateus!!!

- Sério?????? - comecei a rir sem parar. - Nossa, ão consigo imaginar ela sem estar grudada no seu pescoço. Mas que alívio né, os dois combinam muito, dois loucos! - rimos.

- Mas, e você? - ele perguntou, curioso.

- Então... comigo foi um pouco mais complicado. Descobri ontem que ele tava me traindo com a ex namorada, acredita? Peguei eles no flagra na balada. Ele mentiu que estava em SP e não queria que eu saísse de casa. Agora tudo faz sentido. 

- Mentira. - ele me olhava sem acreditar.

- É. Apesar de a gente ter esfriado, eu não imaginava que ele já estava em outra. Mas tudo bem, foi melhor assim, eu acho.

- E eu tenho certeza. - ele deitou mais perto de mim e me puxou para seus braços. Eu não recuei, porque aquele abraço me fazia falta demais. Ficamos por uns 10 minutos assim, sem falar nada, só sentindo o corpo um do outro. Depois, ele me puxou pra um beijo, e eu aproveitei pra matar a saudade que estava me matando.

Fomos pro meu quarto e terminamos o que começamos. Toda vez com ele parecia a primeira. O frio na barriga era o mesmo. O arrepio. O prazer. A sensação de estar completa. Era incrível. Tomamos um banho juntos e quando saímos do banheiro, tinha alguém sentado no sofá nos esperando.

.
.
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- TOMAZ??? O que você tá fazendo aqui? - perguntei, dando um pulo de susto e me enrolando na toalha, enquanto o Felipe saía do banheiro.

- Vim buscar minhas roupas e te entregar minha chave reserva e o controle da garagem do prédio. Bati na porta e você não respondeu. Então resolvi entrar e deixar em cima da mesa... até que eu ouvi. Ouvi tudo.

- Tomaz...

- Luísa, que nojo! Eu sabia que você tava estranha. Mas isso? Você é doente. Como você teve coragem de fazer isso comigo? E com a sua família? Esse cara é seu irmão. - nisso, o Felipe chegou por trás de mim, colocando a mão no meu ombro, vestido apenas com a toalha enrolada na cintura. - e você também mano. Eu já tinha reparado suas olhadas pra ela, mas eu deixei passar. Afinal, quem não fica encantado com ela, né?

- Tomaz... - implorei.

- Cala a boca! Eu fiquei esse tempo todo me culpando por não estar mais te fazendo feliz. Eu fui bom pra você Luísa. Escorreguei sim, fiz merda, cai em tentação e fiquei com minha ex. Mas cara, você estava cagando pra mim. Não fazia mais questão. Eu tava carente. Fui moleque... errei. Mas isso? Isso é doente cara. Já pensou o que os outros vão falar? Como vai ser constrangedor?

- Cara, não fala merda. Você tá tentando justificar a porra do seu erro fazendo a Luísa se sentir mal. Nós não somos irmãos. A gente não tem culpa dos nossos pais terem se conhecido. Aconteceu o mesmo com a gente, e isso não é pecado e nem proibido. Eu a amo. E ela também me ama. Sinto muito se você não conseguiu isso com ela. - o Felipe dizia, enquanto passava o braço pela minha cintura, me segurando. Eu estava chorando muito, envergonhada da situação.

- Eu sinceramente não quero saber mais de você. Você foi a pior decisão que eu tomei na vida. Espero que vocês dois sejam muito felizes juntos, nesse relacionamento de merda. Até nunca mais! - ele virou as costas e saiu, batendo a porta com toda força. Eu fiquei em choque, e o Felipe continou me segurando, sem dizer nada. Eu sabia o risco que estávamos correndo disso acontecer. Mas não imaginei que ia ficar tão mal com tudo isso.

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