capítulo dois💫

8K 547 287
                                    

Abri o portão e o som de pagode já invadiu meus ouvidos, de cara já vi um barril com cerveja e um freezer com outras cachaças, provavelmente.

A boca enche de água só de imaginar a cerva gelada descendo na minha garganta.

E isso é só pra a galera da gravadora, se fosse outras pessoas iria ser bem pior.

- Isso sugar daddy, alimenta a sua puta com álcool.- afinei a voz e coloquei o dedo na boca olhando pro Xamã.

- Tudo para a minha puta número um.- Entrou na brincadeira.

Baviera me olhou meio estranho mas depois deixou uma risada escapar.

- Se você não namorasse eu jurava que você era gay.- Malak falou entrando com um copo de whisky.

- E quem disse que eu não sou?- falei sério e eles me encararam.

- É sério?- Baviera perguntou meio que feliz, eu eu acho.

- Tô zoando porra, eu em.- fiz um toque com o Xamã que riu junto com os outros.

Fui até o barril, peguei uma Brahma e fui na churrasqueira pegando um pedaço de carne.

- Chris, Rafaela sabe que você tá aqui?- Paulo perguntou e neguei com a boca cheia- Ela não para de me mandar mensagem perguntando onde você tá.

- Pode bloquear.- fui pra mesa e sentei do lado do César que bebia guaraná.

- Ela tá ficando cada vez mais obcecada, relacionamento abusivo.

- Eu sei.- dei um gole da minha cerveja.

- Então por que não termina?

- Não posso, Cesara.- olhei pra ele- Tu sabe das paradas que ela tem, e como ela fica.

- Acontece que ela não pode usar as crises pra impedir que você termine.

- Eu tenho medo do que ela possa fazer.

- Eu tenho é pena de você, ter que aturar tudo isso.- Concordei e voltei a beber.

A expectativa é sair daqui carregado, ou nem sair.

Voltei na churrasqueira e peguei o garfo e a faca grande da mão do Xamã, não sabe nem cortar a carne direito.

Cortei as que já estavam assadas, entreguei pra ele levar pra mesa e coloquei as outras pra assar.

Gabiru e Solano estava conversando entre si, ou seja, dois bêbados falando nada com nada. Malak bebia Whisky junto com Paulo, dois burgueses.
Xamã estava em um canto com o César, provavelmente falando sobre música, só fazem isso.

- Eai cara, é churrasqueiro também?- Baviera se aproximou e jogou uma latinha e eu peguei no ar já abrindo.

- Vocês que são muito lesos, sabem nem cortar a porra da carne.- coloquei a carne no prato e ofereci a ele.

- Será que depois a gente pode conversar, por que hoje eu tô vendo que vai ser difícil.- riu.

- Pode ser cara.- dei a volta no balcão e fui levar as carnes pra mesa.

- Cleiton é corno rapá!- Gabiru disse tentando ficar em pé- Baviera vem consolar ele, vem.

Revirei os olhos e sentei na mesa, hoje eu quero ficar pior que ele.

- Você sabe que tem um pouquinho de verdade nisso.- Xamã sussurrou perto do meu ouvido.

- A única verdade que eu sei é que eu amo cerveja, e hoje tem jogo do galo.- bebi da cerva e levantei pegando o controle e ligando no jogo.

- Eles vão perder!- Paulo falou assim que os jogadores entraram em campo.

- Não. Primeiro tempo um gol do time adversário, nos minutos finais eles vão conseguir empatar, e no segundo tempo vem o gol da vitória.- abri a carteira e joguei cem reais na mesa.

- Um a zero, Galo sai perdendo.- Paulo jogou cem reais na mesa.

- Gente, vocês vão gastar dinheiro à toa mesmo?- César questionou.

- Dois a zero, Galo ganha.- Xamã fez o mesmo.

- Empate!- Malak jogou duzentos reais e eu juntei o dinheiro colocando de lado.

- Meu Deus!- César balançou a cabeça em negação.

- Eu gosto de apostas.- sentei novamente e enchi meu copo com mais cerveja, tô confiante.

[...]

- Tá cada vez mais fácil ganhar de vocês.- gritei depois da vitória de dois a um- Vem pro papai.- peguei o dinheiro na mesa e eles negaram irritados.

- Cara como tu sabia?

- Dons.- sorri misturando conhaque com bala.

LEAL💫 • Chris Mc  •Onde histórias criam vida. Descubra agora