Capítulo 13

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Bella
Eu estava deitada, em algum lugar bem quentinho. Nem queria abrir os olhos.

Mas aí os acontecimentos da noite passada vieram a minha mente e então levantei de um pulo.

– Opa opa opa... Vai com calma! - Disse uma voz já conhecida.

– Quem é você e o que eu estou fazendo aqui? - Pergunto meio alterada.

Dessa vez ele vai me responder!

– Se acalma e eu te respondo. - fala calmo.

Eu me sento na cama e abaixo o dedo que só agora percebi que estava apontado pra cara dele.

– Ok... Agora comece a falar!

– Tá bem... Bom, sua primeira pergunta né? Eu sou o Nathan. Alfa dessa alcatéia. – Responde. – E sobre você estar aqui, eu meio que já te expliquei ontem.

– Não! Você não explicou nada! Só ficou falando um monte de coisa sem sentido!

O plano era manter a imagem de que não tinha ideia do por quê poderia correr perigo.

– Tem certeza de que não faz sentido? - Pergunta com as sobrancelhas levantadas.

– Tenho!

– Ótimo, então quer dizer que o Marcos não teve o trabalho de contar nadinha? – Diz sem acreditar em mim.

– Conhece o meu pai? Por que você conheceria meu pai? - Desconfio.

– Você tem uma mania incrivelmente irritante de fazer muitas perguntas. - Reclama.

– Olha, caso você não tenha percebido, eu fui sequestrada! Então tenho todo direito de fazer muitas perguntas! - Reclamo também.

– Bom, se você está sequestrada não tem direito de fazer pergunta nenhuma! - Fala alto e vai saindo do quarto.

– Ei! Volte aqui! - Chamo e vou andando atrás dele pelo corredor. – Você ainda nem começou a me responder!

– Olha só! A única coisa que eu vou te dizer é que você está aqui para o seu próprio bem! Então pare de reclamar e me agradeça! - Fala parando de andar e virando de frente para mim, me olhando nos olhos.

Novamente aquele choque passou por mim, mas dessa vez eu ignorei essa sensação.

– Te agradecer? Pelo que? Por me apagar e me arrastar até aqui? Ou por me deixar mais confusa do que eu estava antes? - Digo irônica.

– Por que você está mais confusa do que antes? - Ele pergunta se aproximando.

Não estou gostando disso!

Pra que ficar tão perto?

– Porque... - Eu digo enrolada.

Se concentra Lara! Se concentra!

– Você está muito perto! - Falo alto e o empurro.

Ele da uma risada e me olha.

– Me desculpe por isso, mas você ainda não me respondeu! - Lembra.

– Olha, não dá pra ouvir o que você disse sobre perigo e não sei que lá, e não ficar confusa!

A verdade é que ele tinha uma parcela nessa confusão.

Esse negócio que ele faz acontecer no meu corpo só serve pra me distrair. E o pior é que eu não sei porquê acontece!

– Eu tenho que ir resolver umas coisas agora, mas a minha irmã deve estar quase dando pulinhos de ansiedade lá em baixo. – Me diz. – Ela pode te fazer companhia, e quando eu voltar te explico tudo, pode ser?

– Pode. - Respondo.

Realmente quando chegamos lá em baixo tinha uma garota, um pouco mais baixa que eu, de pele morena e cabelos e olhos escuros, que parecia estar bem ansiosa.

– Ah vocês já desceram? - Ela pergunta se levantando. – Eu ouvi umas vozes meio altas e, bom...

– Kate, essa é a... Prefere Bella ou Lara? - Pergunta.

Ele sabe meu nome?

– Ah, Lara! - Respondo.

– Então t...

– Lara! Ok! Nós vamos ser grandes amigas! - Kate interrompe o irmão, animada.

– Kate não me interrompa! - Ele briga com ela.

– Ah para com isso! - Ela faz cara feia.

Eu passei toda tarde com a Kate, e admito que ela é uma ótima companhia. Está sempre animada e me contou tudo sobre a alcatéia.

Ela disse que amanhã poderia me levar para conhecer o local. Mas isso me preocupou.

– Kate, desculpa, mas acho que não vou poder ficar! - Digo e ela fica olhando para a coberta do seu quarto.

– Ah, Lara. Eu acho que isso não está nas suas mãos. - Responde baixinho.

– Mas como? Eu não posso ficar, meus pais, meu irmão, meus amigos! Devem estar todos preocupados! - Falo e me levanto.

– Eu sei, eu sei. Mas se você voltar, vai colocar todos em perigo. - Ela continua a olhar para a coberta.

- Então não tem como avisar a eles? Ligar? Mandar uma mensagem? - Pergunto, mesmo achando que ali não teria sinal.

Vi pelas janelas que estávamos no meio daquela floresta que cercava a cidade.

– Não, é melhor que não saibam de nada. Se forem atrás deles, não vão poder dizer que estão mentindo em não saber onde está. – Essa última parte ela falou tão baixo que foi mais como um sussurro.

– Espera aí! Quem vai ir atrás deles? - Começo a ficar preocupada.

– Meu irmão vai te explicar. Fique calma.

– Dá última vez que ele disse que ia me explicar, não me explicou nada! E ainda gritou comigo! - Reclamo.

– Ele estava preocupado, porque você estava demorando a acordar. Pensou que pudesse ter usado alguma coisa muito forte. Por isso estava estressado. - Explicou. – Mas se ele não explicar, eu prometo que conto tudo!

No final acabei concordando. Ficou preocupado comigo? Ele não parecia preocupado.

Parecia motivado a me deixar na ignorância isso sim!


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