Capítulo 42

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Bella
Depois da conversa reveladora e completamente avassaladora que tive com a Rayana. Nathan me levou de volta até a casa, onde eu fiquei durante muito tempo deitada nos seus braços, chorando e explicando tudo, enquanto sentia seus dedos acariciando minha cabeça.

Eu não conseguia raciocinar direito. A única frase que fazia sentido na minha cabeça era que a culpa era toda minha.

Talvez não fosse culpa minha, mas foi por minha causa. E só isso já era o suficiente pra me fazer martelar por dentro.

A hora do almoço chegou e Nathan disse que iria trazer algo para eu comer, mas pedi que ficasse, dizendo que não estava com fome. Ele concordou, mas disse que a tarde eu precisaria comer.

Disse também que eu não começaria meu treinamento hoje. Que quando eu estivesse pronta pra continuar era só dizer.

Mas eu não tinha tempo para estar pronta. Enquanto não resolvesse isso, tudo nunca acabaria e eu nunca estaria pronta. Não aguentava mais ficar fugindo dos problemas e vendo mais deles aparecerem.

Precisava por um ponto final naquilo. E teria que ser o mais rápido possível.

– Amanhã... - Comecei com a voz ainda embargada pelo choro. Eu me sentei na cama e o encarei – Podemos começar amanhã...

– Tem certeza? Não precisa fazer isso tão rápido...

– Na verdade, preciso sim! Isso tem que acabar e eu preciso estar pronta pra qualquer coisa! - Digo determinada.

Ele põe a mão no meu rosto e limpa algumas lágrimas que tinham caído por último.

– Tem alguma ideia de como vai fazer isso? - Pergunta me olhando.

– Ainda não, mas quanto mais rápido agilizarmos as coisas mais rápido acaba...

Ele assente e puxa minha cabeça de volta para seu peito. Estar com ele melhorava muito o vazio que eu sentia. Era como se ele pudesse ser preenchido pelo carinho e cuidado que Nathan me dava, mesmo que ainda doesse muito.

Além de querer por um fim nisso tudo, eu também queria uma vingança...

Pela Rayana...

Ela era uma pessoa tão divertida, engraçada e... Leve. Tudo isso se transformaria em um corpo sem vida em algumas semanas ou talvez em alguns dias.

Imersa no sofrimento e na dor, adormeci alí mesmo. Não sei por quanto tempo dormi, mas tive um sonho muito estranho.

Eu estava em uma sala, aparentemente sozinha. E então duas pessoas aparecem, uma de cada lado meu. Um vestido de branco e o outro de preto.

– Senhorita Leblanck, temos coisas a conversar. - O de branco diz.

– Deixe as formalidades de lado, essa garota é uma ameaça a todos! Mate-a logo! - O outro fala.

– Que? Eu sou uma ameaça? Pra quem? - Pergunto confusa.

– A senhorita não me parece saber do que está acontecendo, estou certo? - O primeiro volta a falar.

– Sim, quer dizer, não... Claro que não... Isso é só um sonho...

– Não, isso não é um sonho. Creio que seja mais um encontro informal para discutirmos suas possibilidades de continuar vivendo. - Explica e eu me assusto.

– Não importa o que você está dizendo, isso é um sonho e quando eu acordar vou estar deitada na minha cama novamente... - Falo.

– Isso é o que veremos...

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