Capítulo Dez

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Milo Almeida:

Depois de um café da manhã tranquilo no quarto, realizando as tarefas que Brand permitiu que eu fizesse - o que levou bastante tempo, desde estudar a economia entre as cortes até supervisionar o treinamento dos cavaleiros - acabei perdendo tempo nessa última parte quando me envolvi no assunto.

Manoela desapareceu depois da segunda tarefa da minha lista, mas confirmou que enviaria minha mensagem.

Isso resultou em uma discrepância de habilidades, pois os cavaleiros atacavam sem hesitação, mas eu os derrotei facilmente. Minhas habilidades eram superiores, e cada golpe que desferia mostrava minha superioridade. As lâminas chocavam-se, aumentando minha empolgação.

Quando o último cavaleiro caiu exausto, ainda querendo mais treinamento, Eli e Gurei me arrastaram para longe.

A pessoa cuja mão eu tinha cortado olhou para mim com incredulidade. Parecia que usaram magia de cura para mantê-lo vivo e recolocar sua mão.

— Senhor, que tal darmos um passeio pelo jardim? — sugeriu Mallacai.

Assim, fizemos um passeio pelo jardim da propriedade, com os três me seguindo. Apesar do calor no início do verão, o vento soprava, trazendo frescor.

Decidi não olhar por muito tempo para as outras pessoas e viver a vida como eu queria. Embora a situação embaraçosa de me tornar uma pessoa diferente durante a noite tenha ocorrido, mantive minha promessa.

— Senhor, os cavaleiros ficaram desgastados — disse Gurei, segurando o riso. — Foi fantástico.

Olhei na direção dele, tentando entender o que havia acontecido comigo e decidir o que queria no momento.

Embora voltar à minha vida original fosse a melhor opção, esse lugar era desconhecido e hostil para ela. Acima de tudo, não era agradável sentir como se algo tivesse se rompido em meu coração e alma.

Porém, não havia alternativa no momento. Talvez pudesse encontrar um caminho de volta. Se houvesse alguém para ajudar com esse problema, seria meu mestre, que poderia oferecer uma grande solução.

Na verdade, não havia razão para retornar ao que era familiar.

O único lugar para onde poderia voltar era meu pequeno apartamento. Não tinha família aqui, e meus amigos eram apenas colegas de classe e de trabalho. Agora que talvez tivesse perdido o emprego, meu único arrependimento, não havia muito para retornar.

Parei e suspirei.

Estava me lamentando demais, então dei um tapa no rosto com força, fazendo as pessoas ao redor congelarem.

— Senhor — disseram Mallacai e Eli.

Percebi que estava perdendo o controle, mas se não pudesse voltar à minha vida antiga, essa era a próxima opção: me tornar parte deste lugar, viver sem ser incomodado pelas criaturas locais, ser capaz de trabalhar em paz.

No entanto, esse não era um problema que poderia ser resolvido de imediato. Levaria esforço a longo prazo.

— Eu estou bem — falei e peguei a lista de tarefas. — A próxima coisa que devo fazer.

Era óbvio que essa vida seria uma mentira se dissesse que não estava cansado, mas até estava me divertindo com essas situações.

Houve um tempo em minha vida em que só podia ser eu mesmo olhando nos olhos das outras pessoas, não agindo de acordo comigo mesmo. Não estudava ou trabalhava porque queria, mas porque havia algo que gostava muito. Desde que cheguei aqui, perdi a oportunidade de vivenciar isso, mas gostaria de recuperá-lo, se possível. Isso me daria forças para enfrentar essa situação.

Uma promessa Ao Lorde FadaOnde histórias criam vida. Descubra agora