Capítulo Quarenta e Um

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Milo Almeida:

Os homens estavam vestidos elegantemente enquanto se aproximavam para identificar os "guardas" que nos saudaram e lideraram o caminho até a frente da mansão com uma aura de dignidade.

— Ei, o que você está fazendo aqui? — Um deles questionou abruptamente, interrompendo nossa progressão.

Enquanto observava os homens ao redor, que pareciam nervosos, me virei para olhar Jacob e Jasmins, que caminhavam ao meu lado.

— Há uma escada para o porão no final do corredor à direita. Depois disso, a navegação se complica um pouco. Vamos guiar vocês. — Jacob explicou calmamente. — Sigam-nos virando à direita pelo corredor.

Enquanto os homens se afastavam com dignidade, evitando olhar para os outros que estavam armados, um dos guardas nos acusou:

— Vocês são demônios! — O segundo guarda apontou na nossa direção.

Suspirei profundamente, ciente da tensão no ar, enquanto observava os homens segurando firmemente suas armas.

— Deixe-me esclarecer, não somos demônios. Estamos aqui apenas para acessar o porão desta mansão antes que o desfile comece. Por favor, permita-nos passar, se puder. — Disse com um sorriso gentil.

— Ah, esqueça! Quem escuta demônios? — O segundo guarda respondeu. — E ainda por cima, ele está com aquele rapaz.

— Está certo! Não podemos deixar que desçam para o subsolo. — O primeiro guarda acrescentou.

— Há algo lá embaixo que vocês não querem que vejamos? — Perguntei, mantendo a calma. — Agradeço pelo entendimento silencioso. Infelizmente, nossa presença aqui é necessária por uma razão.

— Um deles!? — Eles questionaram.

— Sim, sou um deles. — Confirmei.

Os homens começaram a se aproximar de nós, diminuindo a distância entre nós. Um homem, que parecia duas vezes mais robusto do que os outros e não mostrava sinais de recuo mesmo sob as circunstâncias tensas, preparou-se para atacar.

— Se você é um deles, devemos prendê-lo e levá-lo às masmorras. — Um dos guardas declarou.

A lâmina foi empunhada, mas antes que pudesse atingir seu alvo, foi detida por uma barreira invisível que produziu um som estridente.

— É uma barreira invisível que endurece o ar. — Um deles explicou.

Enquanto tocava com o dedo a área vazia em frente a mim, a lâmina invisível feriu o homem que tentava me atacar.

— Agora, quem mais quer ser nosso inimigo? — Perguntei, observando a confusão e o medo nos homens, que, no entanto, davam passos à frente. — Lamento muito.

Minhas palavras, embora suaves e tristes, ecoaram de forma gélida. No começo, não tive a intenção de "lutar" com eles.

No entanto, os homens que avançaram em minha direção logo perceberam que reduziram seu próprio número pela metade, sem sequer arranhar minha pele.

A maioria dos que ainda podiam se mover logo deu as costas e fugiu. Ouvi uma voz entre os poucos que restaram gritar:

— Como ousa nos chamar de monstros? — Resmunguei em resposta.

Com a vida do primeiro homem, o aviso já era suficiente. No entanto, havia uma razão pela qual não lhes concedi uma lâmina, pois eu mesmo tinha vindo preparado.

Não podia chamar isso de "esgrima ardente", pois, na verdade, minha experiência estava mais ligada à magia e ao combate corporal do que à esgrima. Eles provavelmente levaram vidas que não estavam relacionadas à luta, mas, para mim, isso não era relevante.

Eles foram os primeiros a brandir suas lâminas e iniciar o confronto, então não tive outra opção.

— Agora. — Anunciei olhando ao redor. Todos os guardas que podiam escapar já o haviam feito. Após confirmar que éramos os únicos presentes, voltei minha atenção para a escada que levava ao porão.

Eu estava impaciente e decidi acelerar nossa caminhada.

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— Ei, sequestradores. Parece que vocês precisam de ajuda, mas talvez seja melhor se manterem afastados por enquanto. — Ouvi a voz de Gurei, com um tom divertido.

— O que diabos está acontecendo? Esse rapaz é um de vocês? Ei!? — Uma voz masculina gritou.

— Oh, não... sem problemas... — Lucy disse, divertindo-se.

— Escutem, pessoal. É perigoso se não recuarmos... e, bem, agora é tarde demais. — A última voz pertencia a Juvia.

Era verdade, era tarde demais. Jasmins saltou para o lado dos homens e, no mesmo instante, esferas negras ardentes foram lançadas em direção a eles.

A rede de ferro que os mantinha prisioneiros derreteu instantaneamente, e as chamas negras que os atingiram queimaram implacavelmente.

Lucy, Juvia e Gurei saíram de suas celas, observando com expressões imperturbáveis os homens sendo consumidos pelas chamas negras.

Gurei e Juvia se livraram de suas algemas e usaram seus poderes mágicos nos homens, que estavam prestes a se tornar cinzas.

— Foi por isso que avisamos que deveriam ficar longe. — Juvia comentou enquanto Lucy pegava suas chaves, que estavam sobre uma mesa.

Olhei para a última cela e vi Maeru dormindo como um bebê, com as veias escuras.

— Eles o envenenaram. — Gurei explicou, ajudando Tauros a levantar Maeru. — Um veneno com uma mistura de dragão.

— Precisamos sair daqui. — Declarei, iniciando o caminho de volta. Quando saímos, notamos uma agitação perto do trono, acompanhada pelo som de trombetas. Nos afast

amos e vimos um homem no trono, vestido com roupas feitas de penas de pássaros e usando uma luva com pequenas pedras douradas nas juntas dos dedos. Seus cabelos negros contrastavam com as pedras multicoloridas, e ele usava uma tiara branca em forma de coroa sobre a cabeça.

O rei, jovem e radiante, com uma beleza e elegância que emanavam de seus olhos vermelhos com detalhes brancos, se sentou no trono. Da nossa posição, pudemos observar um cavaleiro trazendo um prisioneiro vestido com trapos rasgados e uma corda de espinhos o prendendo, evidenciando seu sofrimento.

O prisioneiro se parecia comigo, e então entendi o que os guardas haviam mencionado. Era uma duplicata minha, uma ocorrência sobrenatural criada pela natureza com o único propósito de manter o equilíbrio natural, morrendo no lugar de seus progenitores imortais.

Era plausível, já que o primeiro bruxo, que estava ligado a todos os clãs, provavelmente era imortal, e a natureza teve que intervir para equilibrar o mundo.

Provavelmente era uma linhagem que o próprio mundo gerou quando meu antepassado, o Bruxo Supremo, nasceu.

O rei se levantou, pedindo silêncio.

— Membros da Corte, estamos reunidos aqui por um motivo triste: um dos nossos, a quem criamos com cuidado e dedicação, virou-se contra nosso povo. Anton Sharon está sendo acusado de tentar assassinar meu filho, Druny, e o homem que cuidava dele, além de tentar seduzir meu primogênito. — O rei anunciou, enquanto um homem de barba, vestindo armadura, lutava contra os cavaleiros que o seguravam. — Ele os atacou com sua própria lâmina. — Um murmúrio percorreu a multidão quando um cavaleiro jogou uma espada azul brilhante à frente. — Como sabem, pagamos um preço pela paz entre nossos povos. Devemos lembrar que nossas terras podem ter nomes esquecidos, o povo de Fairlane pode nos tratar como animais ou criminosos. No entanto, seguimos nossas próprias leis. — Ele fez uma pausa. — Agora, teremos que fazer justiça em relação a essa criança humana que se voltou contra nós e tentou manchar nossa corte.

A multidão começou a atirar objetos no prisioneiro encurralado, que se encolheu em agonia. Incapaz de suportar a cena, levantei-me e me aproximei do local.

Senti os olhares das pessoas em minhas costas.

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Até a próxima 😘

Uma promessa Ao Lorde FadaOnde histórias criam vida. Descubra agora