Capítulo Quarenta e Sete

198 117 0
                                    

Milo Almeida:

BalCok pegou a coroa da minha mão e a analisou, em seguida a colocou sobre minha cabeça.

— Meu pai disse algo para mim minutos antes de ser amaldiçoado. A coroa foi passada para ele, e ele disse que a pessoa que a usasse faria tudo florescer humildemente e que ela seria sua. — BalCok falou e depois proclamou em alto e bom som. — Milo Almeida é o novo grande rei.

— O quê? — Gritei.

— Que maravilhoso, um humano comandando o reino das fadas. — Myrtle falou após meu grito. — Imagino que o atual lorde não sabe o que o grande rei fez?

Caelia balançou a cabeça enquanto falava.

— Não, Brand ainda acha que a coroa não tem um dono. — Caelia respondeu. — Meu pai só contou para mim e BalCok, Manoela também não sabe.

— Quando Choé usou um objeto para encantar a coroa com aquela maldição, não deu certo em primeiro lugar. — BalCok falou. — Então, quando viu que não tinha nada certo ao se fazer, pegou itens para encantar.

Ele retirou uma pequena espada da cintura, enquanto Caelia retirou um colar do bolso.

— Esses são os objetos de Dain e Eloisa. — BalCok continuou. — Pegamos no meio da confusão. A primeira espada de Dain e um colar que o primeiro amante de Eloísa deu a ela. Só não entendo como ela conseguiu enfeitiçar o Brand, que é tão cuidadoso.

— Imagino que desejam que os bruxos desfaçam o encantamento da maldição. — Madison falou. — Isso até que é fácil, mas segundo o que vocês nos contaram, é a maldição dos olhos vermelhos. Só o principal homem que carrega essa maldição pode revelar o desencantamento.

Sabia que ela estava certa. Todos sabíamos que Aleph era o único que poderia nos dizer uma maneira de quebrar o encanto. Mesmo que as bruxas dos clãs consigam achar um contra-feitiço, isso levaria muito tempo.

— Talvez demore anos, e pelo visto isso é algo que não temos. — Chet falou, saindo de perto de Maeru. — O reino das fadas e o sexto clã irão travar uma guerra, e agora que a coroa foi roubada, o Lorde fada estará ainda mais raivoso.

Anton, Elisa e Merio olharam para mim preocupados enquanto eu tirava a coroa da minha cabeça.

— Mas temos duas duplicadas, não podemos usar nosso sangue para quebrar a maldição. — Anton falou, querendo encontrar uma solução para quebrar o clima tenso que se instalou ao nosso redor. — Não, poderíamos simplesmente quebrar a maldição.

Myrtle soltou outro anel de fumaça enquanto balançava a cabeça.

— Duplicadas. Eles são poderosos, místicos, naturalmente recorrentes no mundo. — Myrtle falou, e parecia que ela só estava delirando. — Para usar seu sangue, os bruxos precisam do encantamento certo. Só o sangue não iria funcionar. Esse é um fenômeno que ocorre para contrabalançar uma ruptura com a lei da Natureza de que todos os seres vivos devem morrer. Quando aqueles três clãs mortos fizeram um bruxo supremo, resultou nisso.

Ela apontou para mim e Anton com um gesto que me fez lembrar uma pessoa da realeza.

— Milo é descendente do bruxo supremo. — Ela falou. — Com várias magias misturadas. Anton é humano pelo visto, mas tenho certeza absoluta de que o rei Unseelie fez experimentos nele e daqui sinto que a magia que reside em seu corpo está praticamente extinta.

Anton abaixou a cabeça, visivelmente envergonhado com o que a mulher falou.

— Vamos deixar isso de lado. Agora os bruxos vão poder encontrar uma solução para quebrar a Maldição do Aleph. — Falei e me virei para os líderes dos clãs de bruxos. — Vocês conseguem usar um feitiço de reversão usando o sangue meu e o de Anton?

Uma promessa Ao Lorde FadaOnde histórias criam vida. Descubra agora