Capítulo Vinte e Um

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Milo Almeida:

Na carruagem, o bebê começou a chorar, e tivemos que usar magia para alegrá-lo. No entanto, ele não se interessou por nenhuma magia. No momento em que tentei criar uma pequena esfera de energia, ele parou de chorar e quis pegar a esfera com bastante curiosidade e alegria.

— Ele gostou da magia do Milo. — Carmen falou, espantada.

— Tem que gostar, já que o Milo é o futuro pai dele. — Manoela disse, e eu a olhei com uma cara feia. — Não me diga o contrário.

— Nem eu sei o que fazer — murmurei.

Sem mais um minuto, saímos o mais rápido possível daquele shopping que estava completamente destruído. Sei que os jornalistas vão dar um jeito para que ninguém suspeite.

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Pelo caminho, tentei pensar em como explicaria essa situação ao Brand. Sei que as fadas entendem de onde vêm os bebês, mas o que diria no caso de estar com um bebê em meus braços assim que voltasse para casa?

Nem eu sei como explicar toda essa situação.

Assim que chegamos ao terreno do lorde, uma multidão veio ao nosso encontro. Reparei que alguns feéricos olhavam espantados na minha direção assim que viram o bebê feiticeiro, que olhou feliz para sua direção.

— Milo, por que você está com um bebê? — Brand perguntou, abrindo caminho entre os feéricos até minha direção. — Onde estavam para que suas roupas estejam nesse caos todo?

Ele analisou meu rosto e depois olhou para o pessoal. Gurei desviou o olhar, junto com Juvia e Lucy, quando Brand reparou nas roupas mundanas e nos cortes sobre suas peles e as minhas. Por último, seus olhos caíram sobre a criança em meus braços.

— É uma longa história — falei e virei para a irmã dele, que estava alguns passos atrás. — Eloisa, você poderia examinar essa criança?

Ela deu um passo, pegando o bebê dos meus braços. O bebê resmungou quando a esfera de luz se desfez. Eloísa estalou os dedos e luzinhas roxas surgiram, examinando aquele pequeno corpo que soltou uma risadinha, divertido. Segundos depois, ela devolveu o bebê para mim, que veio todo feliz.

— É um garoto saudável — disse Eloisa. — Presumo que você já saiba disso?

Assenti.

— Ah! Um rapaz — falou Dain, e BalCok deu uma bofetada na cara dele.

— Ele tem cerca de oito meses, eu diria. — continuou Eloísa. — Alguém cuidou dele até que não aguentou mais. Onde encontraram essa criança? — Expliquei rapidamente, e alguns rostos se tornaram melancólicos quando falei do demônio. — Bem, alguém pensou saber onde abandonar uma criança que não queriam perto de um shopping mundano. Isso o mataria de qualquer jeito.

— Mas alguém não deixaria seu filho... — Carmem começou, e calou-se sob o olhar severo de Eloisa.

— Todos têm a capacidade de abandonar. E essas escolhas que as pessoas fazem são diferentes quando se trata de crianças feiticeiras — Eloisa disse, passando a mão na cabeça do bebê. — Feiticeiros se excluem do mundo por causa das escolhas dos pais em aceitá-los ou abandoná-los. Eles não sabem para onde devem ir. Eles nascem com magia, mas demoram algum tempo para entenderem e para desenvolverem a capacidade de disfarçar sua aparência ou esconder sua marca demoníaca. Mesmo assim, podem ser rejeitados pelo mundo.

Isso é verdade, mas essa criança é tão fofa. Nem quero pensar no que os parentes biológicos mortais pensaram desse bebê a ponto de abandoná-lo nesse momento e ainda correndo o risco de ser morto durante aquele ataque.

Uma promessa Ao Lorde FadaOnde histórias criam vida. Descubra agora