Capítulo Vinte

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Milo Almeida:

Quando virei o rosto, vindo em nossa direção, vi vários demônios com corpos emplumados, asas grossas e escamosas, garras afiadas e grandes bicos afiados.

Um veio direto para me atacar com suas garras e, em segundos, voou choramingando quando sua pata caiu longe. Minhas espadas surgiram nas mãos, as sacolas de compras caíram aos meus pés a centímetros de uma poça de sangue preto que começou a corroer o asfalto.

Os corpos dos demônios são mantidos frescos por causa do icor. Icor é o sangue dos deuses e dos demônios. Icor é dourado para qualquer criatura que tenha características divinas do Salão Real, e preto, viscoso e mais espesso que o sangue, sendo totalmente opaco para os demônios. O icor demoníaco é infundido com energias demoníacas, ácido e pode queimar a pele, sendo tóxico para os humanos se entrar em contato com seu sangue por ferimentos ou outros meios, apesar de poder ter vários efeitos quando dado em altas concentrações.

Seu icor, infundido com energias demoníacas, é preto, com uma ligeira coloração verde, e viscoso, em oposição ao sangue dourado dos Deuses, sendo mais fino que o sangue humano, mas totalmente opaco. Embora o icor geralmente não seja perigoso, é um pouco tóxico, e alguns são ácidos e podem queimar o que tocam.

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Outro demônio voou para cima de mim, então um jato de água o explodiu.

— Valeu, Juvia. — Falei. — Entre na carruagem.

Manoela levantou o olhar e paralisou, olhando para cima. Eu fiz o mesmo, e minha reação não foi muito diferente.

Enquanto estávamos lutando com as harpias demoníacas, a poucos metros de distância uma criatura de manto preto e alguns tentáculos no lugar dos pés se erguia de dentro do shopping. O capuz de seu manto foi abaixado, revelando uma cabeça meio deformada como se já fosse um cadáver em decomposição, com várias feridas nas bochechas de onde vermes enormes saíam. Na testa, um único olho olhava para todas as direções; aos seus pés, várias criaturas pequenas, semelhantes a corpos de leões, mas sem cabeça e com dentes no lugar dos pescoços, semelhantes a pontas de lanças.

Ao seu redor, os escombros do shopping caíam, e eu ouvia gritos enquanto via as pessoas correndo desesperadamente de um lado para o outro.

— Milo, onde você está indo? — Ouvi Taryn gritar, mas não respondi. Meu instinto dizia que eu devia proteger aquelas pessoas. Afinal, esse é o instinto que um guerreiro deve ter, sempre protegendo a vida das pessoas e mantendo-as em segurança.

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Cortava os demônios que via pela frente, mesmo me movimentando lentamente devido ao cansaço causado por manejar duas espadas ao mesmo tempo. Isso requer bastante concentração e equilíbrio para o corpo, que está com um peso extra, algo que eu não teria neste momento.

Virei no calcanhar, dividindo o corpo de um demônio ao meio. Suas vítimas me olharam por poucos segundos antes de correrem para longe. Devo dizer que eu já estava completamente coberto de ferimentos, e as roupas estavam destruídas em vários lugares.

— Saiam daqui! — Gritava para algumas pessoas que estavam congeladas no lugar, seus corpos tremendo violentamente.

Os demônios pequenos continuavam vindo, e eu ouvia os gritos de socorro.

Então ouvi os barulhos de botas pesadas vindo em minha direção e olhei para o lado. Com um sorriso de reconhecimento, vi aqueles uniformes horríveis com um símbolo na parte de cima do peito, branco, que eu lembrava graças aos meus estudos na faculdade.

Reconheci o símbolo de força e autoridade, que eram três chifres entrelaçados entre si. Eles estavam desenhados em um rapaz que tinha um hieróglifo egípcio no ombro esquerdo.

Uma promessa Ao Lorde FadaOnde histórias criam vida. Descubra agora