Capítulo Trinta e Dois

314 131 35
                                    

Milo Almeida:

A toca se estendia por alguns metros à frente; minhas espadas já estavam na mão.

A Pixie, que cavava o túnel, apareceu cerca de uma semana depois de eu ter chegado a esta casa. Ela estava perdida e sozinha, então a deixei morar no jardim. Quando precisamos nos locomover para onde serão os ataques demoníacos, usamos os túneis dela.

Sei que as fadas do mundo mortal têm um conjunto diferente de necessidades do que as das terras das fadas. Os feéricos solitários, sobrevivendo nas margens do país das fadas, não se preocupam com os foliões e maquinações do seu reino que os abandonou.

E acontece que eles têm muitas maneiras de fazer algo para sobreviver por conta própria. Para um mortal que conhece seus caminhos e não está preocupado em entrar em brigas ocasionais ou pensando bem em fazê-los se rebaixarem a mim.

O túnel se abriu, e eu pulei para o lado de fora. A casa, que para mim iria cair em breve de tão velha que estava, emitia uma energia demoníaca.

Por essa razão, os Ocultos, um grupo de submundanos, vendem vários segredos para quem pagar mais a eles. Fiz um contrato para que nos dessem as informações que realmente precisamos ou avisassem se algo envolvendo demônios estivesse acontecendo.

Alguns desses grupos são feéricos militares; anseiam por violência, sangue e assassinato. Na verdade, eles ficam um pouco trêmulos quando não há nada disso por muito tempo. E são tradicionalistas, têm algum tipo de objeto que mergulham no sangue de seus inimigos vencidos, supostamente para lhes conceder alguma vitalidade roubada dos mortos.

Os que conheço fazem isso com demônios ou algo sobrenatural que os desrespeita.

*****************

Aproximei-me da porta da casa. Se fosse um demônio com inteligência humana, não se importaria com a própria casa, afinal, nem trancou a porta direito.

Coloquei a mão na maçaneta e abri facilmente a porta, entrando na casa, e um fedor invadiu minhas narinas. Os móveis estavam desgastados e quebrados.

Continuei meu caminho até uma porta que estava com um símbolo entranhado. Ao encostar, senti a magia tentando me afastar.

— Pode deixar — Lucy disse e pegou uma chave dourada. — Abra, portão de Virgem.

Uma garota surgiu, magra e de estatura média, com a pele clara e olhos da cor do céu, cabelo curto, na altura do ombro, cor-de-rosa claro, vestida como empregada doméstica, com um avental que cobria seu corpo, e correntes em seus braços.

— Princesa — Virgo disse.

Ela era um espírito que podia mudar de forma, dependendo do dono da sua chave.

— Virgo, cave por baixo da porta até o outro lado de maneira segura. — Lucy disse, e Virgo fez isso. Pulamos para o outro lado.

Uma sala escura nos recebeu do outro lado.

Entrei, estalando os dedos, e uma esfera de luz surgiu graças a um terceiro anel que Maxuel me deu.

Meu queixo tremeu com a cena que vi: alguns humanos estavam amarrados e outros já mortos, sem os olhos.

— Socorro — um rapaz falou quando nos viu. Estava todo ensanguentado, com vários cortes no rosto e um olho completamente vermelho.

— Vamos te ajudar. — Juvia sussurrou, ajoelhando ao lado dele. — Mas fique acordado.

— Dá para sentir o quanto de energia essas pessoas têm. Em sua maioria, são adolescentes e crianças. — Lucy disse, e notei que Virgo havia desaparecido.

Uma promessa Ao Lorde FadaOnde histórias criam vida. Descubra agora