Capítulo Treze

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Milo Almeida:

O esconderijo era como todos os outros em que estive nos últimos anos. Um lugar grande e muito bem decorado. Nas paredes, havia estantes de livros, e do outro lado, suas armas muito bem decoradas. Nas paredes, haviam metálicas cobertas por todo tipo de espada, adaga, ponta de ferro, lança, baioneta, chicote, bastão, gancho e arco. Bolsas macias de couro cheias de flechas penduradas em ganchos. Havia também prateleiras de botas, protetores de perna e armaduras para pulsos e braços. A sala cheirava a metal, couro e material de limpeza de aço. Ao longe, vi os gatos do Mestre, que não eram mais pequenos. Estavam sentados a uma longa mesa no centro da sala, com as cabeças curvadas sobre um objeto entre eles. O maior, de pelagem laranja, levantou o olhar assim que fechamos a porta atrás de nós. Então, sorriram como se finalmente estivesse vendo alguém que traz paz para esse lugar. Isso me fez sorrir internamente, paramos, e os outros se sentaram em cadeiras, olhando tudo chocados.

Num canto, havia um porta-retratos com uma foto minha e do Mestre August treinando. Acho que eu tinha uns dez anos naquela época. Isso foi depois de uma missão; eu ainda estava com um corte na bochecha. Ao lado, uma foto da família dele, todos os três sorrindo amplamente.

— Onde você esteve nos últimos dias? — Mestre August disse, virando-se para mim e cruzando os braços. — Sabe como fiquei surpreso ao receber uma mensagem em seu nome dizendo que estava no reino das fadas? Além disso, teve aquele seu ex-namorado aparecendo em frente ao seu apartamento querendo conversar.

— Ex-namorado — falei e me encolhi sob seu olhar. — Terminamos antes das fadas me levarem.

Os gatos levantaram da mesa, e o de pelos brancos pulou para os braços dos mestres, enquanto o laranja pulou para os meus, ronronando feliz.

— Você está gordinho, Jacob — falei e o gatinho miou em descrença. — Mas está ainda mais fofinho. — Abracei o gatinho com bastante força, enquanto faço cafuné em sua cabeça. Ele miou feliz da vida. — Mestre, eu estou perfeitamente bem em todas essas situações e você ainda pode me ajudar. Nem precisa ficar preocupado com o meu ex. Ele deve ter se arrependido de ter me traído.

Me sentei numa cadeira, vendo o resto do pessoal olhando para as armas do Mestre August.

— Então, Milo, você terminou com aquele idiota e as fadas te levaram — ele pediu novamente. — Estávamos preocupados com você. Ainda mais que eu queria há muito tempo socar a cara daquele Fernando pelo que ele fez com você. — Ele se sentou à minha frente. — Como ele pensa em trair o meu garoto e pensa que não teria consequências.

Ele bateu o punho na mesa com força, e ela rachou um pouquinho. Manoela e Lucy assobiaram.

— Se for acabar com esse ex do Milo, posso ajudar — Manoela disse com os olhos brilhantes.

— Também posso ajudar — Lucy disse.

— Milo, você sempre se envolve com gente interessante — Mestre August disse e soltou uma risada. — Mas teve sorte que o encontrei na cidade enquanto procurava algo para ajudar você. Senti a magia ao redor da cidade ficar meio estranha. Acabei indo até um lugar e depois vim para esse lugar onde o encontrei, o que me deu um alívio.

Mordi o lábio, ouvindo que ele ficou preocupado comigo por não ter notícias durante dias. Ele realmente me vê como alguém importante desde sempre, lado a lado sendo família. Desde a minha infância até os dias atuais, convivendo diariamente, treinando e sendo companhia um do outro.

— Obrigado por se preocupar — falei e ele sorriu. — É melhor que eu explique de uma vez o que me aconteceu, e ainda tenho que voltar para o reino das fadas.

Ele levantou uma sobrancelha curiosa com essa última parte, mas pediu que eu continuasse.

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Uma promessa Ao Lorde FadaOnde histórias criam vida. Descubra agora